quinta-feira, setembro 28, 2006

FASES

Fases

Fases são como luas
estão entre nós, estão no deserto da alma.
São as quatro estações, são as flores
são os jardins, são os nossos amores!

Fases são chuvas em noites vagas
despertando o molhar dos rostos...
São os caminhos, são as chagas
são nevoeiros, são corações postos!

Fases são sonhos cheios de abismos,
é o correr do tempo, é o teu ser...
São névoas, são cataclismos
são dores e não se deixar morrer!

Fases são renascimentos
sou eu! Vi sonhos, vi destinos...
São luzes, são alentos
são Anjos, são momentos!

Fases são luas encantadas
é voce! Brilho dos céus estrelados...
São rotas, são estradas
são querubins, são fados!

Fases são luas novas, luas cheias
somos nós! Tabuleiros de astrologias...
São fios, são teias
são búzios, são magias
são taros, são alquimias!

O Sibarita

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terça-feira, setembro 26, 2006

NOITE DE GATOS

Noite de Gatos

Ah, essa noite de gatos,
ceifando o brilho do abajur!
Sombras sobre a cama
no primeiro ato...

Desejos se apagarão em instantes!
Corações trêmulos em plenos hiatos
e, carnes rubras sob ventos agônicos
que corpos enroscados cristalizam.

Noite de retalhos...
Penumbra de gatos!
Arrancam-se os espelhos,
partem-se os cristais!

É paixão? Mas, corrói!
Felinamente o amor
foge a galope...

O Sibarita


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domingo, setembro 24, 2006

PRELÚDIO

Prelúdio

Há de se exprimir esse meu derramamento de amor,
Letras por letras, letras vivas que a boca não te diz!
Eu sei que o mesmo coração que encharca a pena,
Expressa nos versos o desejo, o instinto da paixão...

Mas, o amor faz medo... A confissão espanca, arde,
Sangra impotente, dá nó e morre presa na garganta.
Enfolho, então, o grito abafado. O pensamento ferve!
- Vulcão sentimental incandescente e lava reticente...

O coração traspassado na paixão fala e fala nos versos.
Na mente, a ânsia do amor, escorre em retalhos de papel!
-Guardo, no entanto, nos meus olhos os desejos imersos...

Os debruns das palavras tornam-se um turbilhão
A flor, o canto, o olor e o céu de quem escreve!
- Diga ai coração com seis cordas de paixão...

O Sibarita
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sábado, setembro 23, 2006

EQUAÇÕES

Equações
Aqui, adejo meus vulcões
todos eles em lavas
e em plena erupções.
Cospem línguas de fogo
para decifrar a incógnita
das tuas equações!

Me diz...
Se um dos lados do teu coração
é adjacente ou um ângulo reto
de um triângulo que não é retângulo?

Sim,
eu sei, poderia ser um cateto,
mais os lados não são iguais
e o teu amor é imperfeito...

O amor é a forma da igualdade
a incógnita vem na raiz da equação
e na junção de duas quantidades
o produto é a soma da tua imperfeição!

A paixão é um número multiplicado
da raiz, elevada a segunda potência
na incógnita de um quadrilátero
da resultante dos quadrados...

As tuas equações são girândolas
de catetos toscos em charadas
extraídas do arco das fórmulas
no bálsamo das flores murchadas!

E então?
Me fale dos versos!
Eles tem a marca da estigma
e o segredo dos anversos
no decifrar do teu enigma...

O Sibarita
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quinta-feira, setembro 21, 2006

VÊNUS DE PARIS

Vênus de Paris

Duquesa, estes versos tem destino!
As palavras na espuma das nuvens,
São desejosas aos teus olhos felinos
Ainda que a primavera não te curve.

Mas, neste teu perfil de flor/musa
Enlaçam-me os desejos e no apuro
Do olhar sob os botões da tua blusa
Vejo teus lírios abrasados, fogo puro!

Seios libertinos, esplêndidos e lascívos
Na sedução do querer se mostram... nus
Aflorados, se entregam desejosos, rijos
Provocam os versos desse rendez-vous...

É que me inspiras, doce Vênus, enfeitiças
As estações enlaçadas dos meus espelhos
Vejo em ti, luz possuída, luzindo da cobiça
Sob o luar e na loucura dos meus beijos...

Teu corpo e o sol da tua seiva evaporada
É frágua dos meus gozos correndo refém
E nos desejos da noite na luz dissimulada
Os teus infinitos orgasmos dizem amém!

Duquesa, duquesa libertina, Vênus de Paris!
Poço dos uis e dos ais, deusa é o teu nome
Sobre o meu leito enlouquecida... ó flor meretriz
Covil do prazer aos gozos que nos consomem...

O Sibarita
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terça-feira, setembro 19, 2006

MURMÚRIO

Murmúrio

Quebrado o teu silêncio o meu coração convulso
Pelo gume da tua paixão, apunhalado, converte
O azul dos teus passos no cinza cativo resoluto
Do teu caminhar em que no meu olhar se perde....

Mas, não sei... Se é isso, aquilo ou pássaro ferido,
Do teu coração ceifando todo destino, toda paixão!
Sei, perguntas de arcos e flechas pelo amor vencido,
Esquecido, bem assim, pisando as lágrimas no chão...

É que sobrou em mim o teu silêncio de perfume angorá,
E esse amargo encanto, misterioso, do teu olhar em tese.
Ai de mim! Esse murmúrio que aos teus pés se erguerá
Por certo, dirás, o amor murchou, desandou na maionese...

Agora, errante amor, agora deixa que da paixão as sobras
Do que fomos renasça novamente sob o luar que mingou
Ao som das ondas marulhantes do teu peito e nas bordas
O lume que mata a sombra, não brilha mais, se apagou...

Agora, errante amor, ouve o que digo antes que o vento
Apague a tua presença e corte sob o luar os fiapos de amor
Nos suspiros que restam soluçando a angústia desse tempo
Quando a flor da paixão no céu do teu coração amargou...

Se te mostro o meu amor, é por culpa, de um anjo ou demônio
Que cravou as tuas mãos, o teu fogaréu nas juras do meu corpo.
E na delícia dos nossos gozos plantou um pé de todos os sonhos
Na janela do meu coração que confessa, rasga e mostra o poço...

O Sibarita

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segunda-feira, setembro 18, 2006

LOBA


Loba, meus lábios
Navegam no oceano
Do teu púbis e
Aportam no teu porto,
Afogando-se no mar
Banhado dos teus gozos.

Onda por onda, esparsos...

Eu sorvo o mel da indecência
Nas algas do teu sargaço no estio
Onde circula o riço da tua essência
Nesse mar que transborda o teu cio.
Teus sussurros protervos aos ouvidos...

Rebrilham na flamância do teu corpo,
Cavalgando em fúria na redondez sensual
Do meu mastro rijo – oblíquo – latejante
Em que tu, loba, me fazes o teu chacal.

Fera doida uivando alucinada...

Taça esbelta de loucuras que delira
Lunar delícia da minha boca viciada.
No rogo dos teus seios de luas cruas
Entrego-me na festa dos teus gozos.

Ôie! Tremei povos de Sodoma...

Nos espasmo dos prazeres da carne
Ó loba! Rumina o velho marinheiro
Navegando na volúpia tão sublime
Que em êxtase uiva nos teus desejos.

Ai meu Deus!

É que nesse oceano de fogo
Os teus orgasmos se fundem
No mar dos meus gozos...

O Sibarita
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sábado, setembro 16, 2006

DEDICATÓRIA





Dedicatória

Lembrar-te-ei, resguardarei os meus passos
Na suavidade das fotografias que te modula
A frequência dos vestígios, assim, me refaço
Em carne rubra de desejos que o amor regula...

Decifras, então, as noites que nos rodeiam
Tu por ai, o amanhecer, rumina ventanias,
E por teu gosto me queres preso à tua teia,
Fios cândidos, tênue das horas em agonias...

Dar-te-ei uma flor e roubar-te-ei um beijo,
Tudo se diz no infinito. Entrego-me e ouço
O sussurro do anoitecer que nos cobre, vejo
Do teu olhar a melhor parte do meu corpo...

Diz-me então, se há regras, se o fogo avança
Ou se é para o teu olhar que estou correndo?
Dos olhos em que busco o amor o sol estanca
Em Jauá! Dirás que de amor estou morrendo...

Pasmo sobre a vontade do pensar e nos anis
Desse manto no coma do azul céu/lua, tateio!
Então, entrego em luz o que a boca não te diz
A chama desses versos apontados ao teu seio...

Entretanto, dos teus olhos de primavera acesa
Colho os brancos lírios, encontro cobiça e fuga.
Oh delicada estrela não sei se a paixão é avessa
Ou se ébrio de paixão o destino faz o caminho...

O Sibarita

sexta-feira, setembro 15, 2006

MEU AMOR


(Réquiem)

Em qualquer noite, qualquer dia,
Apago o teu coração, o teu olhar.
Mato o desejo e no riso da agonia
Deixo gota a gota o amor sangrar...

Na pré-coma... na coma profunda
Corto o oxigênio e no estado terminal
Uma flor na lapela da dor que se afunda
E no descanse em paz farei o teu funeral!

Cremarei tudo: o amor, a paixão e a dor.
E sob a noite fria, sem lua, um pandeiro
Alforriado rufará sobre o mar desolador
Onde jogarei as cinzas à luz de candeeiro!

Te farei orações daquele meu antigo sonhar
E olhando o horizonte como desejo derradeiro
Será na missa de sétimo dia sob a lua de *Jauá
Que chorarei às estrelas por esse amor arteiro!

De luto mostrarei ao luar os sonhos que em ti sustentei
Transformarei em silêncio o presente das lembranças
E cortarei em mil pedacinhos o tempo em que te amei.
Oh, Deus! A porta entreaberta, ainda, range de esperança.

E no entanto, o réquiem dessa paixão cortada ao meio
São versos fúnebres... busco em ti o desejo que se lança
Em mim falta a metade inacabada do teu coração alheio
Por não saber se esse meu querer o teu amor alcança!

O Sibarita

*Jauá, lugarejo de praia com luar muito bonito,
distrito da Cidade de Camaçari/Ba. Litoral Norte de Salvador.
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quarta-feira, setembro 13, 2006

CIRCO II

O ilusionista

A paixão louca, é alude, chora lágrimas perdidas.
Aniquilado e na amargura, o amor, faz mistérios!
E, o que foi, lá se foi... Oh, flores fortuitas, a vida
Balançando na aragem dos vãos de um trapézio...

...Paladina do amor e encantadora na essência pura,
Curva o destino... A paixão, auréola dos derradeiros
É santa mártir, qual luz dissolve e, no tempo perdura
Como heroína dissoluta do coração lançado ao picadeiro.

No palco do circo da aflição, o amor é carrossel,
Ó diversão, doida e cruel! O palhaço do sentimento
É ilusionista... Ri de si! A platéia faz o seu tropel...

Divina! Agônico, pulsa o coração malabarista,
Em mim, alguma coisa a ti pertence... O amor,
Ao tudo, ao nada, fala da paixão contorcionista...

O Sibarita

segunda-feira, setembro 11, 2006

Sibile

Amada, retirai o vosso silêncio do meu caminho
Que eu quero passar com o meu tédio, minha dor.
Na essência, vos digo, que meu grito mesmo surdo
É maior que o teu silenciar. O brado é: amor, amor...

Nas entrelinhas, guardai vossa fúria e nos transbordos,
Amada minha, não me negues, sei e sabes somos desejos.
Em nós, a palavra amor é uma só: Paixão, paixão e paixão...
A névoa é breve, fragílima... O teu reino, é o meu reino!

É que as horas descem pulsando o teu nome no aroma puro.
Minha rainha, no tempo dos anjos, a luz se faz nos momentos,
Mas, a teia do caos, no galope, a paixão e o amor tornam nulo
Desacompanhando o compasso da ampulheta na asa do vento...

Vida minha, já não sei bem o que fui ou o que ainda sou, dizes!
O templo da razão tem porta estreita, serei sempre o servo, o rei
Para gozar-te em paz e desejos na febre de viver sem cicatrizes,
E nunca negar o amor na luz do teu rosto que sempre te amei...

Volta-me e pega-me quando os meus lábios e a pele rememoram
A memória do teu corpo, reinunda-me dos teus desejos de novo.
Um grande amor nasce da peregrinação ao santuário da paixão,
Devolve-nos ao passado e sonhas comigo, vendo-me ao teu lado...

Que hás de me ter mesmo na minha ausência. O querer desfará
O sibile de flechas. Há mesmo, dilúvios de luz vindo a caminho
Agonizando toda escuridão. Amor meu, me oculto no teu olhar
Quando em minhas entranhas o verbo amor grita o teu nome...

O Sibarita

sábado, setembro 09, 2006

Trevas de Setembro

Os aviões, pássaros metalizados
Arremessados nas gêmeas siamesas
A Meca do capitalismo selvagem.
Cegos, na manhã de incertezas
Deixam sob um céu atônito, rastros
De escombros e uma linha rubra
Com corpos mutilados, estilhaçados...

As torres, gêmeas imponentes
Tão diáfanas em plena difusão!
Em meio aos ferros retorcidos
Corpos sem cor, sem semblantes
Como carnes atiçadas, queimadas...

Pura devastação, aqueles pássaros
Bolas de fogo em fragor fumegante!
Pedra e poeira, aço e cimento, avaros.
Na bandeira do ódio sangram inocentes
E nos destroços como um rio exangue
Mudando o curso, ceifando os caminhos
Esvaem-se vidas nos borbotões de sangue!

Nas gêmeas torres em descambo,
Nova York sangra ao canto do idílio
Moedas de fel interrompendo destinos,
Desesperos! Última navegação de vidas,
Viagem... Cadáveres queimam ao tempo!

Procuro entender aquelas imagens
O coração petrificado, mera mortalha
Macerado, arde também em chamas,
Insone indignação que a ira enxovalha!

Acendo um cigarro, vejo a TV e submerjo.
No cinza/céu, perco-me, nos próprios passos.
Mas, tateio a primavera, adubo as sementes,
No ventre, flores murchas de aroma sugado!

O Sibarita
Set/01
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segunda-feira, setembro 04, 2006

Vênus


Ninfa dos amores,
curvo-me ao teu corpo orvalhado,
onde, meus lábios se lambuzam,
sugando-te o favo do pecado.

As minhas mãos passeiam,
é querer, é brisa... é ventania,
percorrendo nos teus pelos
e entranhas como gotículas
inocentes dos meus desejos.

Beijarei os teus róseos mamilos,
enquanto dedilho meus acordes,
onde, florescem as tuas penugem
em cor tênue de cobre polido.

Ó flor! Descerei ao teu tronco,
desabrochando tuas pétalas.
Delas, inalarei o perfume,
sorvendo da alquimia frenética,
toda a seiva do teu néctar...

Gazela! Tu, apenas tu,
carne de cristal, úmida de gozos.
Sob as luas que sonhastes,
enlouquecida nos meus beijos covardes,
a noite borbulha os teus ardentes gritos,
não me mates, não me mates...

O Sibarita
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sexta-feira, setembro 01, 2006

A Flor da Pele

Minha alazã, domadora de tédio, aqui adejo
Os teus segredos nos nossos limites vencidos
Sob a lua despida das partes infinitas do amor
Espreitando teus labirintos finitos em vertigem...

Ah! Relembras comigo, aquele por do sol
No Solar do Unhão, o mar, a brisa gelada
Soprando na tarde/noite do azul quase tosco
Em que buscávamos a fronteira do infinito.

E, ante, as nossas mãos protervas vibrando
Nos nossos corpos sob um céu de libidos
Circulando na semi-noite... Animais no cio,
Entrelaçados em plenos gozos e gemidos...

Ah, as minhas mãos recorrentes percorriam
O teu corpo contornando as tuas belas curvas...
Tu balbuciavas sem nexo, buscais os meus seios!
Buscais minhas coxas, o meu ventre, o meu sexo...

Ai! Os nossos sussurros férvidos do prazer e do ser,
A flor da pele... O meu sexo alucinado feito lobo!
Tresloucado, enfurecido e leve na dança do amor,
Penetrava no teu sexo úmido aos urros do teu rogo...

O Sibarita