sábado, junho 30, 2007

NARCISO, O ESPELHO E A ALMA

Narciso, o espelho e a alma

Há óleos e breus nas noites que viveis...
Insólitos eclipses de luzes transpostas
que impregnam a face revelada. Além de vós,
a claridade é enviesada, a visão é oposta...
O tempo, a tempestade... Flores mortas!

Que te refaçam o jardim e as flores...
Tuas estações são grãos enevoados. No
ventre há um silêncio na borda do vento
o eco e o uivo se esvaem... Foge o tempo!

Êxtases infinitos expostos em corredias
que fertilizam, transluzem... Espelhos!
Na construção dessas horas, desnudam
cristalizando labirintos derradeiros...
Mil e um reflexos que se afundam.
Narciso turva a alma em desespero!

É o Saara em tempestade, aniquilada.
Ali, a alma faz o próprio funeral... Esfinge!
No horizonte há um brilho de esmeraldas
morrentes no tosco espelho da alma nascente.

Nela, se vê o azougue de estrelas. Há céu
e um crepúsculo nos charcos de bronzes,
são breus e véus em gotas de luzes veladas.
No cinza-frio uma alma penada deflete
reluzente das trevas em luas sazonadas!

Ao longe, inflectindo no horizonte
O brilho silente de um sol por inteiro
Incandescendo os ventos semeados.
Narciso! Fechai os olhos diante do espelho.

O Sibarita

quarta-feira, junho 27, 2007

SOLITUDE

Solitude
E tudo, agora, exulta. A primavera e a flor...
O coração absorve funde tudo num só afago.
Ah, esse querer, porque nascestes e és amor!
Fluindo em chamas como aspiração do âmago...

Quero saciar minha sede, mande-me, noticias!
E diga-me: Em qual coração anda o teu coração
Ou envio o meu coração ao Santuário de Fátima
E dessa velada angústia espero a tua revelação?

No entanto, estou no silêncio, ouço apenas o meu eu!
É que sonho encontrar-te em plena solitude, o amar...
Mar azul, desejos, toques e essa luz peregrina da paixão
Que se acende em um canto qualquer canto do meu olhar!

Em mim, tudo cintila... O amor, a paixão! E sem medos
Tombarei imerso nas íris dos teus olhos de luas acesas
E... Guardarei o meu coração por entre os teus dedos
Para que rasgues o medo e, cristalina, o amor te veja...

Lúcida, sem manto, perpetuando o róseoazul da paixão
Em que minha alma ardente há de sentir-te... Embora,
Nesses versos pulse o chamamento... O meu coração
Não finge a dor, nem o sonho... A solidão sopra lá fora!

O Sibarita
Midi: Aranjuez Mon Amour/Julio em Concerto

domingo, junho 24, 2007

SÃO JOÃO EM AMARGOSA/Bahia.

Forró do Piu, Piu!

Valha-me Deus! Que São João bacana, todos vestidos de caipiras, mesas fartas, licores, etc e tal. O coro comeu! (Kkk) Com o pessoal na maior animação a queima de fogos foi muito engraçada, teve um que tirou o traque da caixa e acendeu o pavio, falhou, deu xabu! A dama agoniada fez o maior rebu, ele disse que não sabia o que tinha acontecido, porém, se lembrou dos tempos idos em que o tal do traque era um perigo e que agora a dele é um jazigo... (kkk). Outro, dizia que era o galo da rinha e, no entanto, queimava rodinha na maior ladainha, cantarolava, enquanto, a rodinha estourava e, aqui para nós, eu não sei como ele agüentava, já não sentava... (kkk) -Se ele era? -Ô língua ferina! (Kkk) Rodinha que eu falo, são fogos de artifícios, fala sério! Ele dizia que não dava revertério, mas, era cheio de mistérios... –Como? -Eu o Silvério? -Logo eu? (kkk) – Já as damas soltavam vulcão foi a maior sensação com os cavalheiros doidos pela erupção para ver se os seus rojões entravam em ação, vocês imaginam a danação? Só que os rojões acesos não subiram e teimavam em apontar para o chão sem nenhum poder de detonação, ou melhor, de explosão, só piavam: piu, piu, piu... que judiação! (Kkk) Os cavalheiros naquela aflição imploravam aos Santos por uma solução, as damas ávidas e às gargalhadas gritavam: esses rojões não são de nada, são águas passadas, mas, que ousadas! Foi um Deus nos acuda e os rojões nem aí... (kkk) Enquanto, outros casais, dançavam o arrasta pé ao som de Gonzagão “Olha pró céu meu amor/vê como ele esta lindo/olha para aquele balão multicolor/que no céu vem surgindo...” Beleza pura! Os casais aflorados, naquele passinho bem de leve que não se sai do lugar quando se vai do zero ao infinito naquele rito de cheira cangote em que se fica instigante, sussurrante, delirante e no arrocho as damas ao sentirem a atitude que lhes levam a plenitude e de pernas bambas nos chama de sem vergonha. (kkk) Depois, tiramos muitas fotos, eu não sou chegado a isso, porém, uma das damas pediu meu ¾, não sei se era para dependurar na parede do quarto ou se era para colocar na boca do sapo, você aí o que acha? - Como? -Oxente! Xiiiii... Pé de pato, mangalô três vezes... (kkk) Depois dançamos quadrilha, que maravilha, o marcador Zé Enganador até que se esforçou tirado a conquistador, ele sempre se enganava no passo do beija-flor quando aproveitava para beijar dona Fulô, deu zebra e o bicho pegou! (kkk) João Mutreta, o par de dona Fulô se retou e Zé enganador quase apanhou, foi um horror! (kkk). Lá pelas tantas começou chover foi um Deus nos acuda as damas correndo para não desabar a maquiagem que era a blindagem para ficarem bonitas aos olhos dos rapazes... Você sabe, o tempo pesa e não se dá jeito nem com reza e a mulherada que se preza usa pinturas que embeleza e sem ela, deixa de ser a bela para ser a velha. (kkk) Pensando bem, elas vão dizer que eu não valho um vintém e que por isso sou carta fora do baralho... (kkk). Como vê nosso São João foi muito divertido, tudo aqui falado, fez parte das nossas brincadeiras no arraiá dos Achados, descontração total e nada formal, melhor do que isso só dois melhoral... kkkkk.

O Sibarita

Amargosa: Cidade do Recôncavo baiano com a melhor festa de São João do Interior da Bahia e um dos melhores do Brasil.

Foto: Jornal A Tarde.

Música: Pedro, Antonio e João/Mid Brasil

quarta-feira, junho 20, 2007

O CIRCO

O Circo
Hoje tem marmelada? -Tem, sim senhor!

Senhoras e senhores, adorável público... boa noite!
Iniciando o espetáculo, ele, o sofredor de emoções.
No globo da morte, o amor, faz e acontece nos açoites,
E versando à amada, ali está, o palhaço em evoluções!

Amada, entrego-te o coração escrevendo o teu nome
Agora, sob a lona desbotada deste circo, eu, o palhaço
Arranco gargalhadas da platéia no fel do teu assombro
Enquanto, no trapézio, animo o céu dos meus farrapos!

No suor das gargalhadas nasci palhaço para te amar
Desse picadeiro abro consultas ao livro dos oráculos
Chamo, digo o teu nome, em resposta vejo o teu olhar
Costuro no então a lona rota na seiva do espetáculo...

Pois, reinvento a inocência brincando de palhaço
A melhor parte! No picadeiro como berço do riso
O meu coração faz acrobacias ao léu... disfarço
E clamo aos espectadores que rimem flor e dor!

Dar-te-ei o sol das copas orvalhadas do meu olhar
E nas peripécias do teu coração... laço e enjaulo!
Amor felino! Eu, o sofredor de emoções sob o luar
Desta lona rota e nesse trampolim, balanço, caio...

Admirável público meu cordial muito obrigado
Encerrando este espetáculo bradem comigo!

"O raio do sol suspende a lua,
Olha o palhaço no meio da rua...”

O Sibarita

segunda-feira, junho 18, 2007

AMORAS

Amoras

Não faço poemas por nada.
Faço-os por ti, por sonhos,
amoras de mel...
A um passo de mim,
teus olhos invisíveis
espiam minha alma!
Tenho algo de querubim,
ouvirás vozes dos anjos.
Tenho algo de sedução,
ouvirás o pulsar das luas.
Do teu olhar vejo o anil do céu
e da luz do luar te pinto de estrelas...
O doce jogo, o sagrado,
o que importa?
Até que o coração, enfim,
brote do fermento do tempo
e volte a remirar o sol perdidamente...

Aceitarás o amor lá dentro?
Ou guardarás a liberdade
como anteparo?
O Sibarita

Agradeço a Letícia Gabian (Minha Cumadi), a Jô Beckman e Lari Nakao por ter agraciado o nosso blog com o prêmio Blog com Tomate e Destaque Cupido Fonte do Amor, embora, saibamos que tem tantos outros merecedores.

Deixo de nomear outros cinco blogues porque estes já foram agraciados.


sábado, junho 16, 2007

GOTAS

Gotas

Que passos são estes?
Descubro o objeto do destino
nas tuas rosas elas exalam
teu perfume, estou imerso
na essência sublime dos amantes!
Não vou, me deixo ir...
Suspiro a tua paixão,
meus segredos e desejos
teus cantos e encantos
nossos riscos, nossos risos
Tudo é azul, tudo é luminoso,
tudo é brilhante, tudo é amor...
Observo a paisagem,
são outras barcas ancoradas,
outro mar, outra brisa
E, te mostras por inteira
na dimensão do deus Eros.

Meu ouro,
o sol que vês, o céu aclara...
No estampado dos teus olhos
revela-se o sino escondido
da tua alma enamorada, lacrada!
Ah! Essa alma alegre, quieta
transcendida em estrela,
à espera...

O Sibarita

quinta-feira, junho 14, 2007

GLORIOSO SANTO ANTONIO

Ai meu Santo Antonio rogai por nós! Kkk

Ô dona moça! Oi tô numa ressaca retada viu? kkk Ontem, dia de Santo Antonio fui para uma Novena na casa de uma amiga, sabe, ela querendo um namorado... Ai meu Deus! Kkk Ela toda emperiquitada de azul turquesa parecia uma princesa do alto dos seus 1,60m com 18 cm de saltos atendia a todos na maior cortesia e a galera da afrodisia só ria... Miseráveis! kkk

O altar no canto da sala forrado com papel crepom e celofane dava o tom das cores vivas com o Santo todo iluminado. E ela pensando: é hoje, é hoje com a ajuda do Santo casamenteiro saio dessa. Ela tava tão feliz com as possibilidades! Kkkk

Logo no dia dos namorados fervorosa devota que ela é comprou um metro de fita azul e escreveu nele o nome da pessoa que queria conquistar. À noite contou sete estrelas no céu, sem apontar, e fez seu pedido ao Santo para que ele ajudasse a conquistar o coração dessa pessoa. Ontem, dia 13 amarrou a fita nos pés da imagem de Santo Antonio, mas, se esqueceu de colocar a imagem do Santo de cabeça para baixo, aí bom aí... deu ziriguidum! O pretendido chegou na Novena comendo água e gritando que era espada, mas, espada não corta dos dois lados? E aí? Ele colocava as mãos na cintura dava gritinhos e dizia: Será feitiço, praga ou coisa do destino meu Santo Antonio? E não tirava o olho dos bombados que lá estavam. kkkk Ela pediu para morrer e quis desfazer a promessa, já era tarde, adeus Corina... Kkk (Ai meu Santo Antonio que língua ferina! Kkk)

Eu que não sou otário antes de ir para a Novena coloquei um Santo Antonio de cabeça para baixo, outro, atrás da porta e outro como patuá no meu pescoço, (tá pensando que sou besta é? Baiano né besta não viu fia? kkk) não deu outra, não é que ele colocou nos meus braços uma morenaça que valha-me Deus Nosso Senhor! Aqui, para nós, quase eu pedia pinico, abria o gás, tá rebocado, eu pensei que ia bater a cassuleta, aquela miseravona de 23 aninhos grudada que nem visgo de jaca em mim e eu pensava: meu Jesus, será o meu fim? (kkk) Encarei a imagem de Santo Antonio, agradeci e fiz mais um pedidozinho na maior intimidade: - Oi Tonho, continue me ajudando que não sei como vou dar conta dessa Piriguete! – Ele: meu irmão já fiz o que pude, você me deu um trabalhão, agora, é com você e o se vira nos 30"! Confiei e fuiiiiii... (kkk) Passaram os 30" xiii... e cadê? Nada de nadica, zebrou! Quando olhei para o Santo e fiz a cara de espanto. Ele: Qualé Sibarita, tu tá é suando que nem cuscuz em neguinho? Tá pensando que isso é igual a inflação que sobe todos os dias é meu fiu? Aliás, nem isso mais, veja no governo do Companheiro Lula só faz cair, procura seu jeito meu véio se não Piriguete vira nos seiscentos e vai espalhar por ai que você é brocha! Oi pare de sofrer vá na Universal!(kkk) - Que santo é esse meu Deus? Ainda saiu arreliando, gargalhando, tá piripicado, tô lenhado pensei! (kkk) E por fim me alertou: -Meu Rei, cuidado com a bomba se não ela pifa e ai meu nego só na próxima encarnação! -Misericórdia! Vira essa boca prá lá! (kkk)

O jeito foi disfarçar e tomar dois Cialis de vez, pedindo, a Deus que não fossem do Paraguai (sei, vocês queriam ver minha caveira, hein? kkk) nessa hora qualquer coisa vale! Aí já viu né? (kkkkkk) O coro comeu sartiado, aiaiaai (kkk) - Se Foi? - Foi sim, viu? Ai meu Deus! (kkkk)

E o papagaio lá do quarto gritava currupaco, currupaco e nada rigidez do taco! (Tão rindo né? Porque não foi com vocês! Kkk)

-Como? Se a dona da Novena arranjou um namorado? - E eu sei lá?(kkk) Eu sei que me dei bem! Acho! (kkkk) Quanto a ela continua encalhada! (kkkkk) Santo Antonio bateu fofo para o lado dela! Só para o ano agora para desencalhar! kkkkkkkk

O Sibarita

Música: Glorioso Santo Antonio
Autores e voz: Antonio Carlos e Jocafe

Palavras em baianês aqui empregadas e significado.

Dona moça – Menina moça
Retada – Danada
Emperiquitada – Embelezada
Galera da afrodisia – Galera que gosta de namorar
Deu ziriguidum – Confusão, zebra
Comendo água - Bebendo muito
Espada – Homossexual gilete
Bombado – Quem toma bomba para ficar com o corpo bem cheio
Adeus corina – agora é tarde, já aconteceu
Besta – Otário
Morenaça – Mulher morena de corpo violão
Pedir pinico – Pedir socorro
Abri o gás – Ir embora
Tá rebocado – Afirmativo, faça fé
Bater a cassuleta – Morrer
Miseravona – Mulher muito bonita de corpo invejável
Piriguete - Mulher a perigo
Virar nos seissentos - Ir embora apressadamente. rapidamente
Bomba - Coração
Tá pirirpicado – Afirmativo, com certeza
Tô lenhado – Tô perdido
O coro comeu sartiado – O negócio foi bom demais
Encalhada – Sem namorado
Bateu fofo – Saiu de baixo

segunda-feira, junho 11, 2007

SOLILÓQUIO DE LUA

Solilóquio de Lua

Ai meu Deus! Essa lua de botequim
Bêbada, trêmula, zarolha e de ressaca
No céu anil que me olhando tão assim
Penetra no meu peito como uma faca.

Uma faca azulada, sem lâmina e sem cabo
Reverberando na noite sem um luzir se quer!
No ermo presa em si mesmo no menoscabo.
-Valha-me Deus! Arma branca, malmequer...

Arisca: rastro ágil cortante de dois gumes
E na retina dos meus olhos a rota de fuga
Por estrelas escritas nesse luar sem rumo...

Solilóquio de lua esguia em soneto de tântalo
No metal de arma branca, brilhando, cortando
Fundo o imo do coração nesse lodo de pântano...

O Sibarita

sábado, junho 09, 2007

A FLOR DA PELE

Por-do-sol Solar do Unhão / Solar do Unhão / Sol Solar do Unhão

A Flor da Pele

Minha alazã, domadora de tédio, aqui adejo
Os teus segredos nos nossos limites vencidos
Sob a lua despida das partes infinitas do amor
Espreitando teus labirintos finitos em vertigem...

Ah! Relembras comigo, aquele por do sol
No Solar do Unhão*, o mar, a brisa gelada
Soprando na tarde/noite do azul quase tosco
Em que buscávamos a fronteira do infinito.

E, ante, as nossas mãos protervas vibrando
Nos nossos corpos sob um céu de libidos
Circulando na semi-noite... Animais no cio,
Entrelaçados em plenos gozos e gemidos...

Ah, as minhas mãos recorrentes percorriam
O teu corpo contornando as tuas belas curvas...
Tu balbuciavas sem nexo, buscais os meus seios!
Buscais minhas coxas, o meu ventre, o meu sexo...

Ai! Os nossos sussurros férvidos do prazer e do ser,
A flor da pele... O meu sexo alucinado feito lobo!
Tresloucado, enfurecido e leve na dança do amor,
Penetrava no teu sexo úmido aos urros do teu rogo...

O Sibarita

Fotos: OkbMarcus' photos

*É um local de incomparável beleza arquitetônica, histórica e natural. Foi antiga propriedade do senhor-de-engenho Pedro de Unhão Castelo Branco. Sua construção sobre uma área de aterro foi no início do século XVII e constitui um conjunto de características rurais formado por uma casa-grande, onde o subsolo serviu de senzala, e capela. Em meados do século XVIII teve seu período áureo e ganhou feições mais requintadas com os painéis de azulejo português, chafariz e a Capela de Nossa Senhora da Conceição.

Créditos: Acervo Bahiatursa e Emtursa

terça-feira, junho 05, 2007

CINZAS, CINZAS...

Cinzas, Cinzas...

A minha Cumadi Letícia Gabian

Ah... Feito de amor, isso é que é...

Eu sei, corri mundo de tempestade
E, dentro de mim, cujo escombro,
Agora, converti na mais linda flor
Da primavera que a dor me roubou!

Desfraldada a bandeira, expurgo
Todo lixo remanescente, liberto,
Queimo tudo no inferno de Dante
Ardume! Cinzas, cinzas ao vento...

Ao luar do bosque, abro-me em sonhos
E, nas ondas do mar o sol de aspirações
Flameja o talismã e a rota dos vitoriosos
Nos meus passos fraturados, expostos...

Vencido o momento, o vácuo...
No horizonte do meu mapa astral
O arcano e os azuis se completam
No infinito, céu e mar jogam o tarô!

Lidas as cartas, eis-me aqui
Inteiro! Sentimento e desejos
Corpo, espírito, mente e lume!
Definitivamente estou em mim...

O Sibarita

sexta-feira, junho 01, 2007

VOCÊ NÃO VÊ...

Você não vê

Você não vê
Ao seu lado
O fogo que arde,
Instiga a razão
Do amor
Que invade.
Você não vê
A primavera
Em flores,
Um mar delas
Exalando o perfume
Das roseiras.
Você não vê
O sol fecundo
De brilho cálido
Refletindo no espelho
Da sua Penteadeira.
Você não vê
O pincel
Em tintas finas
Pintando o painel
Do seu rosto
Qual estrela
Peregrina de pinel.
Você não vê
O grito da lua
Na doce paixão
Afogando em luz
O anoitecer
Do seu coração.
Você não vê
Da sua dança solitária
E no chão sem pista
Que o marasmo
Mora na ladeira
Da preguiça.
Você não vê
Da sua rede
O amor
Morrendo
De sede.
Você não vê!

Somente vê
O seu tudo a ver
No domingão
Do Faustão
Da sua TV.

O Sibarita