quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Evoé Baco! Dalilas, cinzas...

Ivete Dalila.

Evoé Baco! Dalilas, cinzas...

Para Ivete Dalila, a piriguete.

Da tua bola de cristal, ó vidente, mata-me em desejos agora
Sou todo teu, traz-me tua luz neste dias profanos de ti Ivete!
Em que eu me entrego aos caprichos deste bacanal aqui fora
É montado no dragão de São Jorge que por ti rogo piriguete...

E valha-me Deus! Na volúpia dos desejos dessa moça retada
Eu, o Sibarita dos amores frívolos fui buscar nela a tua Dalila!
Foi no circuito Barra/Ondina em cima do teu trio ó desejada
Aos beijos, rolamos, embolamos na delícia das chamas vertidas.

Oh! Apagam-se as últimas réstias de lua, é quarta-feira,
Amanhecendo... Os desejos ainda aflorados, eu disfarço!
Sai de cena: O profano e ela, Dalila, obscena por inteira
Ébrio, rasgo minha fantasia de Sibarita em mil pedaços...

Deixo estes versos de remissão para as donas meninas.
É que no Olímpio, o carnaval virou cinzas. E eu, o jogral
Desmonto o anfiteatro, limpo a coxia, fecho as cortinas,
E neste sétimo ato faço o hiato desses dias de bacanal...

Então, enfronho a bandeira do prazer... Faço o estorno
Dos amores frívolos e venais, queimo tudo, são cinzas!
Tenho, agora, nos lábios o sal... No mar, o sol tão morno,
No meu alforje, nenhum brilho dos gozos das Dalilas...

Deixo para trás a falsa abundância das carnes atiçadas,
Das mundanas da Conceição e da Montanha... Evoé Baco!
E tudo que deixou de ser nos orgasmos das moças recatadas.
Eu, o Sibarita, devolvo o manto deste bacanal! Desembarco...

Na luz de todas as cores, na cor do sol, molusco em chamas,
Ai meu Deus! Todo esse fulgor, agora, se esmaece e se apaga.
Os desejos e o bacanal navegam no mar ouriçado de escamas,
Evoé Baco! O carnaval virou cinzas boiando de vaga em vaga...

Agora, recolho-me à reflexão, ao perdão. Adeus carnaval profano!
Ah! Faço as minhas penitências em quarenta dias de abstinência,
Em vigília, jejuarei, nenhumas donas Dalilas, esqueço o mundano,
Ai Jesus! Na via sacra ressurgirei purificado no domingo de ramos!

O Sibarita

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sexta-feira, fevereiro 20, 2009

CARNAVAL PARA VOCÊ...

Este é o carnaval da Bahia! Aqui, O Trio Elétrico da Banda Chiclete no bloco Camaleão há 32 anos. Ai é o Campo Grande, saída dos blocos. Saio nele há 30 anos. Vale apena assistir!
A música é "Vôa, vôa"

Carnaval...

Ah, ta rebocado minha Iaiá já é carnaval na cidade.
Do Campo Grande à Ondina o coro come na Bahia!
Transmuto-me ao profano das moças na liberalidade
Dos ensejos aflorados... Ai meu Deus! É só alegria...

Evoé, no coração daquela menina de abadá do camaleão
Coloco o meu manto de Sibarita, estou livre, leve e solto.
Sobre os teus seios de deusa os meus olhos de navegação,
Vixe mainha! Embarco, caio na gandaia e mostro o rosto.

No fogo do querer, atiro-me nas chamas, entro em cena
Deito e rolo, embolo e me entrego na cobiça desta folia.
Nas fronteiras do infinito: Eu, o luar e a moça obscena
Balançando o chão da Avenida na plenitude das orgias.

Ah, os teus beijos, fogo dos demônios ao som da Chiclete*.
Gemidos, tremores e eu sorvendo dos teus lábios o aroma
Dos desejos e, no meio da multidão, vamos pintando o sete
Rolando pelas ruas desta cidade na vertigem de Sodoma!

E vamos nós, circuito Barra/Ondina, é como o diabo gosta.
Ah, eu sinto os gozos jorrarem nas chamas deste carnaval,
Ai! Na delicia o céu que nos cobre brota uma lua em tochas.
Valha-nos Deus! Como o mundo fútil no olor deste bacanal!

O Sibarita

*BANDA CHICLETE COM BANANA, comandada por Bel e irmãos é mais importante do carnaval baiano. Com Trio Elétrico próprio eles balançam o chão da praça sempre saindo no bloco dos Camaleões. Tem uma legião de fãs chamados de clicleteiros pelo Brasil e mundo afora. Tem outros vídeos, é só escolher ao final do vídeo aqui colocado para vocês conhecerem mais dessa Banda.

Se ligue na Sibarita Web Rádio, neste carnaval, músicas do Olodum, Cliclete, Morais Moreira e muito mais.
clique: http://www.sibaritawebradio.com.br/



quarta-feira, fevereiro 18, 2009

VIVA O CARNAVAL DE SALVADOR

Ópera Bufa do Carnaval de Salvador

Aos amigos de infância, meus irmãos e desculpem a mim mesmo.

Fome na boca da miséria,
Gatos escalpelados...
Gatos nas panelas,
Tamborins exaltados.

Na maré, palafitas
os marezeiros colocam o bloco nas pontes.
Lá vai o bloco dos miseráveis desfilando
pela passarela da ponte Santo Antonio!
Explode o som do serviço de alto-falante
“Eu sou a miséria em cada esquina...”
Caretas feitas de sacos de alinhassem,
pano de chita enfeitando as meninas...
Nas pontes, não há batalhas de confetes.
Jornais velhos como serpentinas,
serpenteiam tristezas e pneumonias!

Nesse bloco não tem cordas,
mas, tem todas as cores da cidade,
é um amontoado de sofrimentos
fazendo carnaval sem instrumentos
Sob as peles e ossos de famintos.

No porta-estandarte: Ai meu Deus! Dona morte
com sorriso largo requebra cheia de alegorias...
No enredo desfilam: fome, asma e cirrose
meningite, pneumonia e tuberculose
Em farrapos de mortalhas como fantasias
À palidez de barrigas vazias...

Valhei-nos, Senhor do Bonfim!

Enquanto, no outro lado da cidade:
Avenida Sete e da Barra a Ondina
dona esperança pula cheia de alegria!
No seu porta estandarte desfilam:
Saúde, escolas e educação,
teatro, lazer e boa alimentação!

Do Campo Grande à Praça Castro Alves
batalha de confetes, pierrôs e colombinas,
lança-perfume, cervejas e serpentinas.
Dentro das cordas, o trio detona o som:
“atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu...”
Requebram quadris bonitos e malhados.
É... A nata da sociedade em plena felicidade,
desce a Avenida Sete com os desejos aflorados...

No circuito Barra/Ondina
Mesas fartas, bebidas e comidas perdulárias
Tendo o azul do mar como visão plena,
A vida é bela! Camarotes cheios de gente fina,
Ivetes, Xuxas, Fautões, Huks completando a cena
Ai Deus! O que será de nós com essas aves de rapina?

E na maré, segue o carnaval...
Crianças caras pálidas,
desfilam no bloco dos pedintes.
Pintam os rostos de índios
e de cuias nas mãos,
os vinténs serão bem vindos!

Nas pontes, o sol chega vestido de arlequim,
espia da esquina e toma uma no botequim.
A lua aparece vestida de colombina,
ela requebra, ele se agarra à sua cintura,
beijam-se e vão desfilar no mar de Amaralina...

Ave Cristo! Cadê o sol, cadê a Lua?

Cacos de carnavais estilhaçados
não, não era para ser assim a vida
pedaços de povo macerados
no aroma de margaridas esmigalhadas...

Acordo em meio às pontes tumulares
conto círios de carnavais dos que se foram
convertendo-se o ar em tumba de folias
são pesadelos, são tristezas, o meu patrimônio
ao som do carro alegórico sem fantasias...

Mel e flores dos pensamentos, para trás os desertos,
o som do alto-falante se propagando na lida
por onde seguem florescendo vozes e sofrimentos
e destas vozes flui a essência da minha vida...

Na porta do meu peito o carro do lixo,
o seu fartum é o que se sente
e no meu coração de criança reflito:
uma vontade enorme de voltar para o ventre...

O Sibarita

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quinta-feira, fevereiro 12, 2009

E L A

Ela

Sim! Musa, soberba, irreal, precisa, lunar, nívea e serena
Mas venha, entre, dispa-se! E nua, assim, sem cerimônia
Ó fantástica, visão celeste, solta os teus desejos açucena
É que andas à noite ao léu do meu leito insone, demônia!

Cai-nos bem a nudez! Espelho contra espelho: fogo, anseios
Para a nossa psiquê num quadro nu de amor venal no oficio.
Aqui dentro, as chamas, céus de gozos na delicia dos beijos,
Mais belo ficará o mundo assim na assimetria do nosso vício.

E há no luar um murmúrio de ais, de desejos comprimidos
No teu perfume que exala ocupando todos os meus espaços,
Delíquios da tua voz de balido aflorando-me os sentidos...

O teu olhar como um sol que alvorece queima o meu peito
Ah! Vem quando eu dormir, neste soneto, ardentes chamas
Em laços de paixão que os astros bendirão, deixa um beijo!

O Sibarita

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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

ACENOS

A c e n o s

E não sabes...
O teu olhar
Tem acenos
E dentro de mim
Os desejos nos poros
Perpetuam a tua resina...

Teu olhar,
Tudo tem de pantera
Espreita-me em desejos
E pronto para o bote,
Eu fico à espera...

E não sabes,
O meu coração
Enfeitiçado se inclina
E por entre os teus olhos
Tece a cobiça proibida.

Oh sim... Além do olhar,
Bebo no teu corpo,
Essa onda, esse marulhar...
Ai! O teu rosto, os lábios,
As pernas, tão roliças
Que no vai e vem
A libido se atiça.

E então?
Fia, vem comigo
Deixa fluir gota a gota
Os desejos da carne
Nesse meu céu de afagos.

Eu sei,
Lerás os versos
E perguntarás:
Quem será?
Oh, flor dos acenos,
Voltarei à tarde, à noite
Com os desejos plenos
E os olhos persuadidos
Nos entreolharemos...

O Sibarita

Caro leitor a Sibarita Web Rádio está no ar esperimentalmente tocando: MPB, POP, REGGAE, ROCK, ANOS 70/80 e duas vêzes ao dia retransmitindo rádios africanas, européias e americanas.