quinta-feira, novembro 29, 2012

HERÓIS, NEGROS DO BRASIL


Novos filmetes “HERÓIS DE TODO MUNDO”, são muitos, agradecemos à todos os comentários da primeira postagem, continuem engrandecendo os seus conhecimentos assistindo aos novos vídeos. VEJAM TODOS, É UMA BOA, FAÇAM FÉ!
 
  PAREM A RÁDIO HUMAITÁ AO LADO
  

JULIANO MOREIRA

Juliano Moreira nasceu em uma família pobre, no dia 6 de janeiro de 1873, em Salvador. Muito jovem, em 1886 aos 13 anos de idade entrou na Faculdade de Medicina da Bahia. (Primeira Faculdade de Medicina do Brasil) Formou-se aos 18 anos em 1891, torna-se professor dessa mesma Faculdade no mesmo ano e, na época, já tinha trabalhos publicados em várias revistas científicas na Europa. De 1895 a 1902, freqüentou cursos sobre doenças mentais e visitou muitos asilos europeus (na Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Escócia).



 
MÃE MENININHA DO GANTOIS
 
Mãe Meninha do Gantois, a mais famosa Mãe de Santo do Brasil, uma mulher a frente do seu tempo. O terreiro do Gantois também um dos mais importantes do Brasil. Caetano, Gil, Gal Costa, Bethânia, Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Caribé e muitos outros são alguns filhos de Santo do Gantois.
 


João Cândido Felisberto, Almirante Negro
 
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, em 1880. Filho de ex-escravos, aos 14 anos entrou para a Marinha, instituição que na época era composta por 50% de negros, 30% de mulatos, 10% de caboclos e 10% de brancos. João Cândido entrou para a História como líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, contra os castigos físicos impostos aos marinheiros. Por conta deste evento, foi apelidado de Almirante Negro.

Mais: http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/joaocandido


Chiquinha Gonzaga, Francisca Edwiges Neves Gonzaga
 
Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 1847. Seus pais -- uma mulata solteira e o Marechal Jose Basileu Neves Gonzaga, na época primeiro tenente -- só viriam a se casar quando Chiquinha tinha três anos. Por conta da família paterna, Francisca teve a educação esmerada dada às moças de boa estirpe no século XIX.
 


Negro Cosme
 
Líder da insurreição negra que fez parte da Balaiada. Uma das maiores rebeliões populares da História do Brasil. Negro Cosme defendeu o fim da escravidão.Cosme Bento das Chagas nasceu em Sobral, CE, por volta de 1800. Nasceu livre e vivia de pequenos expedientes, sabia ler e escrever. Foi preso em 22 de setembro de 1830, por ter assassinado Francisco Raimundo Ribeiro em Itapecuru-Mirim, sendo enviado à capital São Luis. Cosme fugiu da cadeia em 1° de maio de 1833, depois de liderar um levante de presos. Ficou foragido até 1838, quando foi capturado em Codó. Neste tempo ficou escondido em vários quilombos da região de Itapecuru Mirim.
 
NR. NOS ENSINAM NA ESCOLA QUE DUQUE DE CAXIAS É UM HERÓI, OLHA O QUE ELE FEZ COM O NEGRO COSME.
 
 
Antonieta de Barros
 
Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, em 11 de julho de 1901. De família muito pobre, ainda criança ficou órfã de pai, sendo criada pela mãe. Ingressou com 17 anos na Escola Normal Catarinense, concluindo o curso em 1921.Ao longo de sua vida, Antonieta atuou como professora, jornalista e escritora. Como tal, destacou-se, entre outros aspectos, pela coragem de expressar suas idéias dentro de um contexto histórico que não permitia às mulheres a livre expressão; por ter conquistado um espaço na imprensa e por meio dele opinar sobre as mais diversas questões; e principalmente por ter lutado pelos menos favorecidos, visando sempre a educação da população mais carente.

Mais: http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/antonietadebarros

 
NA PRÓXIMA SEMANA MAIS POSTAGEM SOBRE ESSES HERÓIS NEGROS.
 
O Sibarita
 
 
 
 


terça-feira, novembro 27, 2012

NEGROS, HERÓIS DO BRASIL!


Caro(a) leitor(a), por comemoração do novembro negro (Consciência  negra) coloco vários filmetes chamados de HERÓIS DE TODO MUNDO patrocinados pela PETROBRAS sobre os negros brasileiros que não são ditos, falados nas escolas e mídias. Infelizmente, esses HERÓIS NEGROS  são desconhecidos da maioria do povo brasileira.

Está nação se fez pelas mãos escravas, com os movimentos negros nascidos na Bahia, como ILÊ AIYÊ, OLODUM, INSTITUTO CULTURAL STEVE BIKE e MNU-MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO. A nível nacional A COR DA CULTURA. A nível de Governo Federal a FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES vinculada ao Ministério da Cultura é a partir dessas ações que começa a INCLUSÃO dos NEGROS  em todos os setores da sociedade brasileira.

Aquele leitor(a) que se dispuser a assistir os filmetes terá oportunidade única de aumentar os seus conhecimentos e orgulho de ser negro e dos negros deste pais.

Agradecemos à PETROBRAS pela iniciativa e patrocínio do projeto HERÓIS DE TODO MUNDO, ao Governo Federal que vem inserindo nas Universidades públicas as COTAS RACIAIS  para os negros o que é muito importante, apesar, dos partidos de direita DEM, PSDB e PPS  entrarem no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL contra as cotas, mas,  perderam por unanimidade, eles da direita não se conformam que o NEGRO é gente, é humano e que podem e devem galgar uma Universidade! Esses PARLAMENTARES QUE SÃO CONTRA AS COTAS RACIAIS acham que nós os negros devamos morrer analfabetos, para eles, NEGROS BOM, É NA COZINHA, AS DELES, PREFERENCIALMENTE!
 
CLIQUE e CONHEÇA:
 
http://olodum.com.br
http://www.stevebiko.org.br
http://mnu.blogspot.com.br
http://www.acordacultura.org.br/herois
http://www.palmares.gov.br/

Nestes dois primeiros filmetes a vida de Luiz Gama que nasceu livre na Bahia por ser filho de português com a escrava Luiza Mahim. Ela foi uma das que organizou a REVOLTA DOS MALÊS EM 1835 na Bahia. O pai de Luiz Gama atolado em dívidas o vendeu como escravo para a província de São Paulo. 
 
O Sibarita

 

 PARE A RÁDIO HUMAITÁ AO LADO, ASSISTA AO FILMETE SOBRE LUIZ GAMA.
 
Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 21 de julho de 1830 na provincia da Bahia. Era filho de um português e de Luiza Mahin, negra acusada de se envolver com a Revolta dos Malês, na Bahia a primeira grande rebelião urbana de escravos da história do Brasil. Aos 10 anos, tornou-se cativo, vendido pelo próprio pai.
 


LUIZA MAHIN
 
Personagem histórica, partícipe da revolta dos Malês. Figura histórica que lutou contra a escravidão. Viva na memória popular como símbolo de combate à sociedade escravista. Mãe biológica de Luiz Gama.
 
 
O Sibarita

sexta-feira, novembro 23, 2012

NEGUINHA

Neguinha
 
Aimôpai! Feche a cara, viu? Não como nada do seu alface,
Você tá andando de cara aberta, à toa, é o capim novo, é?
Em Jauá uma flor tenra agonia o meu juízo e sem disfarce,
Todinha cabaço, corpo violão quer  toda hora, até em pé!
 
Você está me querendo, é? Vou todo safadinho, viu?
O meu pensamento adeja, adentra em suas entranhas,
Não brinque com fogo não! Vai aguentar, vai? Tô a mil
E olhando a sua foto o meu corpo estremece na sanha...
 
Do seu corpo mundano, fogaréu supremo em chamas.
Mata lá eu, mata sua ordinária, venha deliciosa, venha! 
O desejo zanza, dobra nas suas curvas macias, lhe toma,
Na relva negra da sua pelve, pomar exíguo, a brenha...
 
Que me leva à todas as fantasias do seu corpo feitiço,
Ai mainha! Jeito coloquial, quentura de astro, paraíso,
Emoções despudoradas em que eu me atiro, me atiço,
Bálsamo ditoso, alcance, ápice do sexo, perco o juízo...
 
Rebentou Jauá:  Sol, lua, mar, céu. Tudo aqui é tão zen,
Doideira de estripulias, a geografia da vadiagem se faz.
Ao seu corpo de lua vadia, morro no seu cio meu bem,
Seus lábios, polpa de cajá, abafabanca, quero é mais...
 
Eu como, eu como, você!
 
O Sibarita
 

BAIANÊS
 
Aimôpai – Ai meu Deus.
Neguinha(o) – Amorosamente chamando uma mulher, um homem.
Feche a cara, viu? – Fique séria, seja séria.
Não como nada do seu alface – Não acredito em nada da sua conversa.
Você tá andando de cara aberta – Você está rindo demais, alegre, muito alegre.
À toa – A vontade, sem problema.
É o capim novo, é? – Está de amor, é o amor novo ou o novo amor é mais jovem.
Jauá – Lugarejo de praia no litoral norte de Salvador.
Uma flor tenra – Um donzela, uma moça jovem.
 Agonia o meu juízo – Instigar a pessoa com atos sensuais.
Todinha cabaço – Toda virgem.
Corpo violão – Corpo bem feito, desejoso.
Quer toda hora, até em pé – Que fazer amor toda hora até em pé.
Você está me querendo, é? – Você está com desejo de fazer amor comigo?.
Vou safadinho, viu? – Vou bem gostoso, bem desejoso.
Não brinque com fogo não – Não brinque com o perigo.
Vai aguentar, vai? Tô a mil – Vai encarar, estou com tudo.
Fogaréu supremo em chamas – Esta com o cio pelas alturas.
Mata lá eu, mata-me – Me mata de sexo, mata.
Ordinária – Mulher que sabe tudo de sexo.
Venha deliciosa, venha!  - Venha cheia de desejos.
Perco o juízo – Ficar doido.
Vadiagem – Fazer amor gostoso toda hora.
Abafabanca –  Tipo de picolé de fruta existente na Bahia é feito na cuba de gelo.
Eu como, eu como você! – Eu faço amor com você. Comer  tem esse sentido de sexo também.
 
O Sibarita



segunda-feira, novembro 19, 2012

20 DE NOVEMBRO, CONSCIÊNCIA NEGRA


 
Ouçam a música de Edson Gomes "Capturados" A letra, bom a letra demais!
Desliguem a rádio Humaitá ao lado.
 
Zé Lalado
 
Caro leitor, neste 20 de novembro se comemora a morte de ZUMBI DOS PALAMARES e o dia da CONSCIÊNCIA NEGRA em sua homenagem. Espero que leia todo o texto que é de suma importância sobre Zumbi, o Reino de Daomé (Hoje, República do Benin) de onde vieram à maioria dos escravos para a Bahia dos quais somos descendentes diretos.  Tem também a poesia Daomé (Escravos). Tomara que goste, boa leitura e reflexão!

Zumbi foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares de 1655 a 20 de novembro de 1695. A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quibundo "nzumbi", e significa, "duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.
O Quilombo dos Palmares (localizado na atual região de União dos Palmares, Estado de Alagoas) era uma comunidade autossustentável, um reino (ou república na visão de alguns) formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.

N.R. - Na realidade, Zumbi nasceu no interior do Estado da Bahia ao qual Palmares pertencia. O Estado de Alagoas não existia, o território baiano era imenso fazia divisa com os Estado do Maranhão e de Pernambuco. Muitos anos depois é que nasceram os Estados de Sergipe e Alagoas com a divisão do território baiano.

Zumbi nasceu em Palmares, Bahia, hoje, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
 
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi  rejeitou a proposta governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antônio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.



 *Daomé (Escravos)

Rota de tráficos, Daomé capturada, circo dos temores.
Nos céus de bronze, oceano de trevas e povo inocente  
Chicoteado em  navios negreiros o palco dos horrores,
Enquanto, senhores e açoites se olham secretamente...
 
Pelos oceanos navegando a miséria, a tempestade!
O navio negreiro, no seu porão, o povo de Daomé.
Penumbra, fome, dor nas chibatadas da crueldade,
Ranger de dentes, capturados acorrentados aos pés...

A manopla dos dias pesa nos teus corpos, desgraça!
Sonhos se desfazem sob o céu de temor e tremores,
O sol da tua pátria na distância do cativeiro refrata,
Chicoteia o lombo dos escravos, céus dos horrores...
 
Oh, vidas ceifadas, como se ultraja assim o firmamento,
Onde estão os anjos? A cor dos céus é negra ou branca?
Maldição! Nas senzalas, entoam-se os cantos de lamento,
O amanhecer veste-se de sangue, o vil chicote espanca!

Na amplidão do horizonte o tinir dos ferros  destrata,
O sangue jorra, banha o sol de vermelho sobre o sal.
Estalam os açoites, negros arquejam, roda a chibata,
O horror cobiça teus corpos, a morte te faz o funeral!

No palor, a lua espia a peleja do incerto em céus varonil
Ruge a desgraça, o povo de Daomé geme na escravidão!
Os escravizados forçados a trabalhar neste imenso Brasil
O chicote no ar, o chicote a sangrar pelo bem da nação...

Na indigência de um povo escravo não há o que resumir
Sim, somos nós, filhos dos desgraçados, dos capturados,
Ó tempo! Mas, não temos desonra em admitir e assumir
Em cada pedra do Pelourinho está o sangue derramado...

 Descorados sóis, véus das dores,  a história não condiz,
A aflição, a exploração de um povo roubado, macerado.
Por toda desgraça  aos teus filhos são negados a ser feliz,
Somos nós os encarcerados, os castrados, os favelados...
 
Descem dos dias onde a desventura sibila nos morros!
Jogados nas calçadas, nas favelas de primaveras toscas,
Nos buracos sem que ouçam os nossos gritos de socorro,
E sobre as nossas covas, luas de milênios, frígidas, ocas...
 
Pálidos guerreiros nas escuras profundezas do abismo
Estremecem-se nos horizontes dos céus reverberados,
Choram nos ferros gusa por teus descendentes nascidos
Sob a lei do ventre livre. Na saga, jazemos escravizados...

Por isso não temos vez e sempre estamos nas cozinhas
No papel menor, no papel pior, servidão que nos corrói,
Degenera a nossa sina na pele negra de Joãos e Marias,
A chibata estalando, a chibata sangrando até hoje dói...

Ó, auriverde pendão do meu Brasil, ruge no teu estandarte
A saga, onde, crianças negras são aprendizes de marginal.
Aos ferros embate de um potente povo sempre em descarte,
Deus, Deus! Onde estás? Nos liberta deste cativeiro mental...
 
O Sibarita


 
O povo de Daomé
 
 
DAOMÉ

Daomé – Nação Africana, hoje República do Benin, a maioria dos escravos vieram para a Bahia, nós baianos somos descendentes direto desse povo, ou seja, temos um pé na África, muitos de ainda tem parentes por lá e existe intercâmbio entre a Bahia e o Benin.

Aqui em Salvador existe a Casa de Benin localizado no Pelourinho para visitação, e em Porto Novo capital do Benin tem a casa da Bahia. Em ambas as casas são mantidos e expostos todos os laços que nos unem. Foram desses escravos que nós os seus descendentes herdamos a culinária magistral a base do dendê. O acarajé, o abará, a moqueca, a cocada e por ai vai... tão presentes no nosso dia a dia tem sua origem no antigo Reinado de Daomé .

Herdamos também a sua cultura, como a capoeira, a dança, a música e o seu jeito de falar e ver as coisas. Ressaltemos também que a Bahia é o estado mais negro do Brasil e o que tem mais negros fora da África.
 
O Dahomey (Daomé em português) reino africano, hoje, República do Benin. O reino foi fundado no século XVII durou até o século XIX, quando foi conquistado com tropas senegalesas pela França e incorporado às colônias francesas da África Ocidental.
 
O seu apogeu econômico ocorreu no início do século XIX com a exportação de grande quantidade de escravos para o Brasil e Cuba, o seu litoral era conhecido como Costa dos Escravos. Pasmem, um dos mais famosos traficantes de escravos nesta época foi o brasileiro Francisco Félix de Souza, o Chachá de Uidá.
Daomé torna-se em 01/08/1960, formal e totalmente independente da França.
Pelourinho – Local em Salvador onde os negros eram barbarizados, chicoteados, hoje, bairro de resistência ao racismo.

O Sibarita




quarta-feira, novembro 14, 2012

O CIRCO

O Circo
“-Hoje tem marmelada? - Tem sim senhor!”

Senhoras e senhores, adorável público... Boa noite!
Versando à amada, ali está, o palhaço em evoluções.
No globo da morte, o amor faz e acontece nos açoites.
Encerrando o espetáculo! Ele, o domador de emoções...

Amada, entrego-te o coração escrevendo o teu nome
Sob a lona desbotada deste circo, agora eu, o palhaço
Arranca gargalhadas da plateia no fel do teu assombro,
Enquanto, no trapézio, animo o céu dos meus farrapos!

No suor das gargalhadas nasci palhaço para te amar
E desse picadeiro abro consulta ao livro dos oráculos.
Avoco, digo o teu nome, em resposta vejo o teu olhar,
Costuro no então a lona rota na seiva do espetáculo...
Reinvento a inocência brincando de ser palhaço
A melhor parte! No picadeiro como berço do riso
O meu coração faz acrobacias ao léu... Disfarço
E clamo aos espectadores que rimem flor e dor!

Dar-te-ei o sol das copas orvalhadas do meu olhar
E nas peripécias do teu coração... Laço e enjaulo!
Amor felino! Eu, o domador de emoções sob o luar
Desta lona rota e nesse trampolim, balanço, caio...

Admirável público meu cordial muito obrigado,
Encerrando este espetáculo bradem comigo!

"O raio do sol suspende a lua,
Olha o palhaço no meio da rua...”
O que é que o palhaço é? Ladrão de Mulher!
Zé Corró


domingo, novembro 11, 2012

AVASSALADORA

Avassaladora
 
Diga-me, ancoro no teu coração, o teu seio suspira?
É que percorro o teu corpo em mil e uma tentações
Sei que no compêndio o sol de Jauá soluça e delira
No mel dos teus lábios, entre, luas e belas canções...
 
 Então, afogo o meu olhar no oceano da tua ausência,
O último sol se abre, a última vela rasga-se ao desejo.
Fundeio, navego no teu peito, aporto na tua essência,
Navegação de aforismos em fogueira de alto-relevo...
 
 No contraponto do cenário sou o timoneiro do tempo,
Faço brilhar aquele sol que se extingue na tua solidão.
Por ti, no negrume do teu olhar e no sopro dos ventos,
Minha alma sobe e desce mares de candeeiro na mão...
 
 Disseminando luz ao teu peito enjaulado na burca dos dias,
Recesso do teu corpo desejo, vulcão adormecido em vagas.
O querer cobiça a tua pele morena feita de doçura, agonias,
E guarda gozos para ti, enquanto, o amor se torna intifada...
 
Insurreição, faixa de gaza no território chamado sentimento.
Meu coração marcado manda sinais na luz dos teus arcanos,
Tudo jorra e procura na tua paixão o que dê sentido e alento.
Avassaladora, o meu amor navega por oceano, o teu oceano...

Amor tombado,
espelhos partidos.
Cacos untados,
versos de badogue...
(estilingue)

 Zé Lalado

quarta-feira, novembro 07, 2012

NARCISA, A ALMA E O ESPELHO

Narcisa, a Alma e o Espelho
 
Há óleos e breus nas noites que viveis...
Insólitos eclipses de luzes transpostas
que impregnam a face revelada, além de vós
a claridade é torta, a visão é oposta...
O tempo, a tempestade... Flores mortas!

Que te refaçam o jardim, as flores...
Tuas estações são grãos enevoados, no
ventre, há um silêncio na borda do vento
o eco e o uivo se esvaem... Foge o tempo!

Êxtases infinitos expostos em corredias,
que fertilizam, transluzem... Espelhos!
E na construção dessas horas, desnudam
cristalizando labirintos derradeiros...
Mil e um reflexos que se afundam,
Narcisa turva a alma em desespero!

É o Saara em tempestade, aniquilada,
ali a alma faz o próprio funeral... Esfinge!
No horizonte há um brilho de esmeraldas
morrentes no tosco espelho da alma inocente.

Nela, se vê o azougue de estrelas, há céu
e um crepúsculo nos charcos de bronzes.
São breus, véus em gotas de luzes veladas
no cinza-frio de uma alma penada defletindo
reluzente das trevas em luas sazonadas!
 
Ao longe, inflectindo no horizonte
O brilho silente da ninfa Eco por inteiro
Narcisa! Fechai os olhos diante do espelho...

O Sibarita

segunda-feira, novembro 05, 2012

ESTRELA

Estrela
Que pena! Se dos meus olhos
Envio-te mensagens decifradas.
É que fico na palidez do teu olhar
Largo de rumores e luas afogadas,
À noite a incendiar-te, e entre mim,
Labirintos, gris-notícias cifradas...

Já não sei mais... Absorvo o enigma,
Solerte adubação do olhar ocorrente
Refletindo o espelho denso/propenso,
Talvez... mendigo, desejos recorrentes
Dos teus olhos tenso-pretensos
Cauterizando todo sentimento...

Que outros se impregnam da tua seiva corrente,
Enquanto, reservas a mim o aroma distante?
Que outras bocas te dirão? Ah, o quanto sonhaste!
Ocupa-me dizer-te das primaveras mal abrigadas,
Flores temerosas, fugitivas, dissimuladas...

Mas, o coração flutua na leitura do olhar
Que ama em quem crê todo brilho,
Por quem se despe e por quem padece
De ânsias, de desejos, de suspiros...

E quando a noite bater na minha porta
Incendiada no lume das tuas íris,
A lua nova beijará a tua janela
Embriagada dos meus perfumes!

Zé Lalado
(Aimôpai, kkk)

quinta-feira, novembro 01, 2012

LEVEZA

Leveza
 
Flores, frutos da primavera e o amor a mil,
Coração calçado, sandálias da tua paixão,
Delicada graça, viril no canto do bem-te-vi.
Amanhecer, beijos em bolinhas de sabão...

Lua de pirambeira, tuas curvas acentuadas,
Ornamentos e adereços no teu corpo inteiro.
As tuas asas de anjo em mim toda avexada
E nos céus de Jauá: ancoradouro, desejos...
 
  Barrocos, sossego, o mar: frescas paragens,
A brisa soprando o ar salutar da mulher fatal.
Simetria: a boca, o seio e o quadril, detalhes,    
Arras de lirismo, o fino no teu todo essencial...
  
Gostosura benfazeja da paixão em santuário,
Deleite, candeias de luas que em ti se revela
No sumidouro de querências, voo imaginário,  
Respiro, piro, levito pelos teus becos e vielas...
 
 Para alcançar-te em pleno canto das delícias
E com a força do sol, a luz dos desejos, te vê,
Bem assim, ao léu, despudorada nas carícias.
-Jogo de corpos em linha direta com o prazer...
 
 O Sibarita
 
Humaitá Web Rádio a boa!