sábado, junho 29, 2013

QUADRINHA PARA SÃO PEDRO

Quadrinha para São Pedro.
 
Meu São Pedro,
Envio-te esta cartinha
Para que o Senhor
Mande-me a viuvinha!
 
Sabe, ando no sufoco,
Na tristeza do coração
Peço-te, então, em rogo,
Alivia a minha solidão!
 
Orei, fiz umas rezinhas,
Tentei de todos os jeitos
Com poemas e gracinhas,
Mas, cadê a viúva no meu leito?
 
Ela nesse chove e não molha,
Leva a vida viajando, enrolando.
Assim, nenhuma flor enflora,
E eu vou só me lenhando!
 
Ai meu São Pedrinho
Ela, uma gata às vezes ruiva,
Toda boa, dá um bom caldinho,
No bem bom virei pescador da viúva!
 
Resposta de São Pedro
 
 Meu caro devoto amado,
Você quer passar o rodo
Se redima dos seus pecados
E me tire desse seu engodo...
 
Pela potencia do amor
O seu encanto é relíquia.
A viúva é gêmula em flor,
Perfume da sua cruz e delicia...
 
Não culpe se ela não está nem ai
E se ao seu canto sempre escapa.
Abra os olhos, ela não está afim,
Se ligue é sabotagem das harpas...
 
Que pena! (rsrsrs)

Dialogando com São Pedro.

-Ô meu rei! A palavra cria o real,
Do amor você morre na inanição.
Em sendo assim a viuvinha fatal
É realidade, alucinação ou ficção?
 
- Oxente! Eu sei lá seu São Pedro?
Deve ser uma cocha de retalhos
Do amor acamado e todinho ledo
Em que adormeço sem itinerário...
 
- É meu fio, aí lenhou tudo não tem jeito!
Tá pensando que sou santo do pau oco?
Desista! A viúva já era, você não é o eleito
Melhor ir choramingar no pé do caboclo!
 
- Minha viuvinha, nos santos recantos,
O amor pela ternura concisa e elipse
Dos desejos nos afrescos românticos
O São Pedro brota pelo apocalipse...
 
Ligue não, viu? Mas, venha!
Oí aqui em Saramandaia
No sobe e desce as senhas
Para o arribar da sua saia!
 
 São Pedro, não me negue... (kkk)
 
 Zé Corró


sexta-feira, junho 21, 2013

SENTIMENTAL



Sentimental
 
O céu dos desejos cai no eco dos amores
À espera que sigamos ao canto da paixão.
Voam aventurados beijos na luz das flores
Acenando o íngreme do nosso coração...
 
A fome de amor longitude do mar acanhado,
O cântico sentimental  das noites reverbera.
Torres de almejas dos uis e ais não revelados,
Precedem antes ao veneno da tua espera...
 
E no contra veneno deste desterro aos véus
O fogo borbotado da vontade que nos invade
Acalora o jogo dos quereres, aspiração do céu,
Por todas as delícias aos gozos, a nossa carne...
 
À nudez essencial, o prazer, bem-aventurança,
Por manhãs distantes, entre, azáfama e alento.
Além dos ares e dos mares o encanto se lança
Em suspiros ao léu das correntes e dos ventos...
 
Dúbios aos teus versos tão burilados pelo ofício
Na fragrância e sua espuma que suscita em nós
A claridade patinada do tempo repleto de viço
Quando os teus olhos florem o sol de girassóis...
 
No meu espelho deflete a minha, a tua solidão.
Lá fora, o desejo à espera de um toque amável
Ao bálsamo de sossego exposto do teu coração
Neste poema joguete de paixão incontrolável...
 
O Sibarita
 
São João Porreta é Humaitá Web Rádio, se ligue!

terça-feira, junho 11, 2013

FULÔ DO AMOR

Fulô do amor
 
Na passagem oscilante do amor
Olhemos o santuário destacar-se
Em meio à subversão dos quereres.
O seu coração respira a sintonia
E faz-me partícipe da sua vida inocente.
O tempo então enflora em promissões,
Ei-lo no solo agreste e já tangente,
Rejeitando o amor, rejeita-se o coração.
Sento-me com grande prazer à sombra
Ela me leva ao anfiteatro do banquete
E a sua paixão sobre mim
É doce ao meu paladar
Eu degusto,
Mas, o meu coração
é seu adereço.
 
Adorada minha,
Vem especiosa,
O meu íntimo se abrirá em delícia
E conhecerá a sua plenitude,
Sossega os meus receios.
Teu ventre um acervo de gozos
Cercados dos meus desejos!

Sei que você está por ai...
Há um feitiço natural
Soprando no ar.
De qualquer forma
Tento encontrar
Uma resposta

E sem resposta
 A lua não sairá
Para nos ver...


Glorioso Santo Antônio,
Conforta-me com o seu incenso.
A fulô do amor brilha como fogo,
Espreitada pela paixão,
Louvo-a pelo rogo!

O Sibarita
 
SE LIGUE NA PROGRAMAÇÃO JUNINA
HUMAITÁ WEB RÁDIO
 


quarta-feira, junho 05, 2013

FLOR DE LÁCIO


Flor de Lácio

Afrodite, os versos têm o teu destino.
Estas palavras na espuma das nuvens
São entregas aos teus instintos felinos
Ainda que a primavera não nos curve.
 
Mas, nesta tua silhueta de deusa/musa,
Enlaçam-me todos os desejos e no apuro
Do olhar/apreciar os botões da tua blusa
Vejo teus lírios abrasados em fogo puro!

Seios libertinos, esplêndidos e lascivos,
Na sedução do querer se mostram nus,
Aflorados e se entregam desejosos, rijos
Provocam os versos deste rendez-vous...

O que me inspira! Doce Vênus, enfeitiças
As estações capturadas dos meus espelhos.
Vejo em ti, luz possuída, luzindo da cobiça
Sob o luar e na loucura dos meus beijos...

Teu corpo e o sol da tua seiva evaporada
É frágua dos meus gozos correndo refém
Nas vontades da noite na luz dissimulada
Dos teus infinitos orgasmos dizendo amém!

Afrodite, Hecate libertina, lábios de anis!
Poço dos uis e dos ais, deusa é o teu nome
No meu leito enlouquecida. Ó flor meretriz
Covil e prazer aos gozos que me consomem...
 
O Sibarita