segunda-feira, julho 15, 2013

DEDICATÓRIA

Dedicatória

Lembrar-te-ei, resguardarei os meus passos
Na suavidade das fotografias que te modula
A frequência dos vestígios, assim, me refaço
Em carne rubra de desejos que o amor regula...
 
Decifras, então, as noites que nos rodeiam
Tu por ai, o amanhecer, rumina as ventanias,
E por teu gosto me queres preso à tua teia,
Fios cândidos, tênue das horas em agonias...

Dar-te-ei uma flor e roubar-te-ei um beijo,
Tudo se diz no infinito. Entrego-me e ouço
O sussurro do anoitecer que nos cobre, vejo
Do teu olhar a melhor parte do meu corpo...

Diz-me então, se há regras, se o fogo avança
Ou se é para o teu olhar que estou correndo?
Dos olhos em que busco o amor o sol estanca
Em Jauá! Dirás que de amor estou morrendo...

Pasmo sobre a vontade do pensar e nos anis
Desse manto no coma do azul céu/lua, tateio!
Então, entrego em luz o que a boca não te diz
A chama desses versos apontados ao teu seio...

Entretanto, dos teus olhos de primavera acesa
Colho os brancos lírios, encontro cobiça e fuga.
Oh delicada estrela, não sei se a paixão é avessa

Ou se ébrio de ilusão o destino faz o caminho...

O Sibarita

sexta-feira, julho 12, 2013

ESPIONAGEM DO TIO SAM!

Alô Antônia, prepare o Lorax para não ficar de insônia! Tá rebocado, piripicado, estamos lenhados! Tio Sam nos espionou, os nossos telefones grampeou, os números saíram no Jornal O Globo.  Estou pasmo e muito retado! Não sou deputado, sou um mero trabalhador de salário minguado. Huumm, será?
 
-Antônia, você teve algum caso com Tio Sam?
-O que? Respeite-me esse negócio de gringo né comigo não!
 
-Tá bom, era só para ficar despreocupado, podia ser que ele tivesse lhe conquistado, você se entregado e eu dando uma de otário, é que fiquei assustado com as possibilidades, já que ele é muito apoquentado e se julga uma divindade sem nenhuma santidade, é o rei das maldades! Antônia, cuidado com o que diz, nossa vida pode ficar por um triz e de feiticeiro sou aprendiz! O Tio Sam é cheio de marionetes e não vai gostar, pode lhe dar um bocado de bofetes, fazendo-a engolir os confetes. (kkk) Vê se leva a sério, estamos encurralados, pior, dizem que o  Tio Sam é bem acunhado, será que temos respaldo? Como sempre, não importa que sejamos inocentes. O Tio Sam é chegado a uma mutreta e desse jeito ele bota na nossa tarraqueta.
 
-Uai!
-Tá doendo é Tonha? (kkk)  
 
Oi, Tio Sam, considera normal a espionagem, xiii e as nossas vadiagens!(kkk) Para ele, o importante é apurar o conteúdo das nossas conversas picantes e agora? Se na distância temos conversas apimentadas, cheias de suspiros e sacanagens, ele gravou as nossas sussurragem em que gozávamos na maior descaragem e as suas desmaiagens? Oiê... vixe! (kkk)
 
-Melhor que o Tio Sam me respeite, sou da alta sociedade, não gosta vulgaridade!
-Oxente! Não me iludo, ele investiga a miúdo, está intrigado por você me chamar de tesudo, taludo e quer desmascarar esse nosso romance gozodudo, ele acha que sou de *Pau Miúdo ou do Pau da Lima  e você da Fazenda Grande ou da Muribeca Pequena. (kkk)
 
-Zé, esse tal de Tio Sam que vá se lascar!
-Tonha, Tonha! Cuidado. Tio Sam lê uma zorra dessa, manda via Embratel um torpedo para você e adeus Corina, não vai lhe sobrar cacos sobre cacos e no vaco ai o meu saco! (kkk)

-Ô meu gostoso, você recebeu as minhas fotos apimentadas?
-Antônia, não recebi não!
-Xiiiii... eu enviei conforme você pediu...
-Tonha, o Tio Sam deve ter interceptado e sem elas (fotos) eu não fico melado! (kkk)
- E agora?
-Lenhou foi tudo! A essa altura vão sair no New York Time!  Omôdeu! (kkk)
-E o que será de mim Zé Corró? Tirei em várias posições na delícia para deixar você doido e não olhar para outras mulheres!
-Foi? Humm... Mas, tudo tem um lado bom. Quem sabe alguma revista masculina não lhe chame para posar nua?
-Ah Zé, tenho vergonha, só de pensar que vão se acabar na bronha... (rsrsrs)
-Kkkk... Será?
-Vão sim! Estou fogosíssima, virei uma loba depois da reposição hormonal... (rsrsrs)
-Meu Deus do céu! Essa Tonha tira é onda, viu? Oi vá se lenhar!
-Tá com ciúmes meu painho? Eles só vão me comer com os olhos... (rsrsrs)
-Ah tá! E as mãos? (kkk)
-Meu Vadinho você é muito maldoso, isso sim!
-Oi Tonha, eu vou é me picar, esse lengalenga tá indo longe demais e o Tio Sam não dorme de toca não! (kkk)
 
É Antônia, nosso romance virou peça teatral, deu espionagem e o escambau, bem que avisei, esse negócio de sexo por telefone algum dia ia acabar numa fria, você não me ouvia, agora, o Tio Sam, em mais uma patifaria espionou a revelia...
 
Valei-nos Virgem Maria!
 
*Pau Miúdo, Pau da Lima, Fazenda Grande, Muribeca Pequena – Bairros de Salvador.
 
Zé Corró
 
AGUARDEM: SIBARITA ANO 13!

terça-feira, julho 02, 2013

INDEPENDÊNCIA DA BAHIA o SOLDADO SOLEDADE e os ENCOURADOS DE PEDRÃO.

Caros leitores, no dois de julho a Bahia e o Brasil comemoram de fato e de direito a independência.  

Na Bahia, esta data é reverenciada aos seus heróis que deram a vida por um país livre, independente dos portugueses.

Todos os anos falamos destes heróis! Hoje, saberão do Soldado Soledade e do Frey Brayner líder dos Encourados de Pedrão que contribuíram  para que há 02 de julho de 1823 as tropas de Madeira de Melo fossem expulsas da Bahia e o Brasil se tornasse uma nação livre e soberana para sempre.

É muito bom saber da história do nosso Brasil.

 
A Revista de História da Biblioteca Nacional, a mais importante publicação brasileira do gênero, traz na capa da edição deste mês de setembro uma cena da história do Brasil que aconteceu em Cachoeira. Trata-se de um detalhe do quadro Primeiro Passo para a Independência do Brasil, do pintor fluminense Antônio Parreiras (1860-1937). Na cena, o soldado Manoel Soledade, que tocava tambor no Regimento de Milícias, é ferido por estilhaços e cai ensanguentado no chão da atual Praça da Aclamação, no dia 25 de junho de 1822. Parreira, o maior pintor histórico do Brasil, esteve em Cachoeira em 1928 para recolher impressões e elementos que o ajudassem a elaborar o quadro, encomendo pelo governador Vital Soares. A obra tornou-se uma espécie de ícone das lutas que se travaram no Recôncavo Baiano na guerra pela Independência do Brasil. (http://vapordecachoeira.blogspot.com.br/2009/09/tambor-soledade-na-capa-da-revista-de.html
Clique: conheça mais A IMAGEM DA CAPA
 O soldado Soledade agonizando com o seu tambor.


Soldado Soledade - Tambor Soledade
 
O soldado Soledade participou da luta contra os portugueses. Tinha a função de passar ordens à tropa brasileira, por meio dos toques do tambor, no município de Cachoeira-Ba. Daí o apelido Tambor Soledade.
 
Enquanto as autoridades locais se refugiavam no prédio da Câmara Municipal, Soledade foi atingido por uma canhoneira portuguesa e caiu agonizando, o que culminou em sua morte. Essa cena é retratada em uma obra de autoria do pintor Antônio Parreiras. O quadro, datado oficialmente em 1931, foi pintado em Cachoeira, no mesmo local do acontecimento, com o objetivo de reconstituir o evento com a máxima fidelidade. A obra encontra-se afixada em um posto de gasolina, próximo à extinta estação de trem, defronte à ponte D. Pedro II, que liga Cachoeira a São Felix.
 
Real ou mítico, o Tambor Soledade também é um dos personagens heróis da Independência do Brasil na Bahia.
 

ENCOURADOS DE PEDRÃO
 

PEDRÃO NA GUERRA PELA INDEPENDÊNCIA

Em 12 de Outubro de 1832, Frei José Maria do Sacramento Brayner dirigiu um regimento ao Conselho Interino da Cachoeira para oferecer os seus serviços à Pátria, daí passou a residir em Pedrão.

“Frei Brayner” confessa no seu requerimento dirigido à Junta da Cachoeira que, ouvindo ler-se à tropa de Cavalaria um ofício do Coronel Bento Lopes, no qual convocava não só a tropa da cavalaria como também o povo daquele lugar para aclamar na Vila de Santo Amacio ao Sr. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente e Defensor Perpetuo do Brasil, ele imediatamente se oferecera com o maior alvoroço de alegria, mas o Capital Miguel Mendes, a quem foi mandada aquela comissão, não quis que o suplicante marchasse, pelo estado atual em estava à moléstia, pelo que lhe rogou fizesse ver ao dito coronel os seus ardentes desejos, protestado que apenas melhorasse e estivesse em sua capacidade, o que assim praticou apresentando-se e oferecendo-se às autoridades constituídas da Vila de Santo Amaro, e ao mesmo Coronel na vila de são Francisco, fazendo-lhes ver o seu amor, patriotismo e adesão à santa causa, e agora também o faz a este Ilustríssimo e Excelentíssimo conselho do Governo Interino desta Província, e não só o suplicante, como também voluntariamente unidos a ele 39 indivíduos que formam uma guerrilha chamadas Voluntários de Pedrão.
 
Aos 22 de outubro de 1822, o Conselho interino da Cachoeira tomou conhecimento desta grande iniciativa e comunicou-lhe, imediatamente, o seu contentamento diante da grande prova de patriotismo, porém não deferiu a petição que almejava a formação da guerrilha, uma vez que estavam aguardando, em breve a chegada do Exmº. General Labatut, a quem hierarquicamente deveriam obedecer as decisões sobre formações de novos corpos armados, ficando o Conselho na lembrança de empregar meios para tal fim.
 
Em, 04 de novembro, do mesmo ano, o Conselho Interino expediu uma circular ordenando a formação da guerrilha conforme o plano proposto e marchasse imediatamente para a Vila da Cachoeira à fim de receber as ultimas ordens e os destinos à seguirem, e que fossem armados de espingardas.

Em 29 de novembro, por convocação do General Labatut, através de oficio, a Companhia do Frei Brayner se dirigiu para o Quartel General, localizado no Engenho Novo, no Recôncavo.
 
Em, 05 de dezembro, o Conselho Imperial dirigiu ao Frei Brayner, novo oficio que declarava desejar fazer marchas os Voluntários de Pedrão para o Quartel General e se integrar como um corpo de tropas, desejo esse, que o Frei Brayner, sentiu como se fosse uma exigência, uma vez que o mesmo ordenava que se aprontasse de imediato para marchar logo no outro dia, impreterivelmente, levado os Voluntários da Guerrilha, juntamente com os Voluntários da Guerrilha da Comarca do Sul, e lá se apresentassem ao General a fim de receberem seus destinos, inclusive levando suas fardas (roupas de couro) e as fardas que ainda estavam por fazer para concluírem as suas confecções no Quartel General, sem precisar levar armamentos de Clavina para a inteligente execução.
 
Os Voluntários de Pedrão, sob o comando de Frei Brayner, adotaram como fardas as vestes de couro, como seguinte regulamento: O seu uniforme em marcha era: Chapéu de Couro, com uma chapa de latão oval, e ao centro desta a letra “P”, e acima da letra uma coroa real.

A túnica era o gibão; algibeiras longas; calças de algodão branco ou couro; surrão ou saco às costas; clavinas, espingardas ou bacamartes, espadas ou facas grandes e pequenas; à cavalo ou à pé, calçados ou descalços, segundo as circunstancias o exigirem.
 
O uniforme fora de marcha: Opcionalmente, chapéu branco fabricado artesanalmente, com a mesma chapa; Fardeta de algodão de qualquer fazenda de cor azul-escuro colete e calças de qualquer tecido de algodão branco.
 
Os Voluntários, também denominados ENCOURADOS DE PEDRÃO, foram alistados 39 (trinta e nove) homens formando 40 (quarenta) com o seu Comandante.
 
Todos, homens do campo, sendo dezenove casados e o restante solteiros, que abandonaram seus lares e famílias e seguiram para o campo de luta sob o comando do Frei José Brayner.
 
 
FREI JOSÉ MARIA DO SACRAMENTO BRAYNER
 
Pernambucano, nascido no ano de 1778 , filho de português com uma  pernambucana, Padre José Maria do Sacramento Brayner entrou para a vida religiosa ainda em Pernambuco no Convento dos Carmelitas Calçados muito jovem. Em 1817, em meio a Revolução Pernambucana, adere à mesma, sendo que, em 26 de maio de referido ano, após a derrota dos revolucionários, é preso e julgado. É levado a Salvador, chegando a cidade em junho do mesmo ano onde permaneceria preso por 4 anos, sendo um dos seus colegas de cárcere o Frei Caneca.
 




Depois de lutar em prol da independência, ocupou o lugar de Capelão da Relação Civil e foi agraciado com as comendas de Cristo e do Cruzeiro. Já em 1833, morando na Ilha de Itaparica, exatamente em 17 de Agosto é proclamado Juiz de Paz do 1º distrito daquela ilha, e vigário em 1835.

A 16 de Novembro de 1850, aos 72 anos de idade, morre o então Rev. Sr. Vigário José Maria do Sacramento Brayner, sendo sepultado na Matriz do Santíssimo Sacramento de Itaparica.
 
Igreja de Pedrão
 
Pedrão, cidade do recôncavo baiano que participou ativamente ao lado de outras cidades como Cachoeira, Santo Amaro da Purificação, São Feliz e Salvador no combate aos português pela indepêedência total do Brasil. (http://pedraoba.webnode.com.br/)
 
O Sibarita