domingo, janeiro 26, 2014

LUCUBRAÇÃO

Lucubração


Sabes, encontramo-nos nas origens da veleidade,
Fogo dos desejos, incêndios, quereres, coisa feita.
O teu corpo é morada carnal de minhas vontades
Nas escritas, no pensar, no céu e no mar, a eleita...
 
És da lua e do sol, formosa eleita, por teu amado
O amor que principia em doçura acaba em paixão.
Relíquia, atravessando tua vida, bem-aventurado
O pretexto, o infinito e o reservado meu coração...
 
O amor é isso, acolhendo as esperas na conjuntura,
Esperar nas estações os nossos destinos por sonhar,
Meiguice acesa, confidências, delírios, lua de usura,
Sobre minha/tua janela na carência do nosso olhar...
 
Eis o tempo de reconstituição desse tempo inquieto
Na delícia e nos prazeres, tempo de Cíntia decidida.
Eis o tempo de ternura, estação de céus e de afeto,
Ao cântico por candeia de uma estrela meio tímida...
 
Pela fresta do coração, o amor espreita e se anuncia
Em vestes primaveris, olor e cobiça por entre ventos
Grassados na distância dos seios, e que não renuncia
Ao cortejo de luzes cinza no azul dos pensamentos...
 
O amor não é proibido, mas, sem toques ou cheiros,
Expira na falência múltipla da distância, vira deserto.
No céu das mãos sobre mãos sem mãos e por inteiro
Corro ao teu olhar, insônia das palavras, dos versos...
 
O Sibarita





segunda-feira, janeiro 20, 2014

BONFIM, LAVAGEM!


Oiaê Lalado, a banda Gasparzinho em São Paulo com o mega sucesso
 "Vai no Cavalinho"
Zé Lalado, né brincadeira não! Tava lá também, foi fio?
DESLIGUE A RÁDIO HUMAITÁ AO LADO

Bonfim, lavagem!

Senhor do Bonfim dai-nos a tua graça divina,
És esperança, o eterno farol dos lares baianos
Que conduz a conquistas desta sagrada colina,
Há séculos que aos teus pés nós te louvamos...

  Ô mainha! Perdoe-me, viu? Comi foi muita água
Na Lavagem do Bonfim. Humm... Cada piriguete!
Sei, me aguarda e no silêncio sua noite desagua
Desejos em poesias. Não se rete, não me delete....

Aqui, foi tão bom, só você vendo, o coro comeu.
Preparei aquele chão tão profano, nele, bordejei,
Limiar de bel-prazer, pira e fogo de que sou seu,
Prospecção, latejos de gozos, eu me entreguei...

Mãe, traí foi? Foi não? Me dei bem, lavei a jega,
Ôdeu! Desci a colina sagrada com uma piriguete.
Cada coxona, vixe, arrepiei! Se ela era do brega?
Isso não sei, mas, beijava como se fosse a Ivete...

Pagou para ver mainha? Sou dendê e dengo afim
De desdobrados desejos profanos! É, fui todinho.
Sumi, lhe dei ninja, eu estava na festa do Bonfim,
Despenhadeiro de aprazes, galopes de cavalinho...

Potoc, potoc as negonas de coração escancarado,
Trepadeiras, sobem e descem, cavalgam a malícia.
No intimo, infinitas, intensas de instintos cifrados
E eu pagando juramentos no lombo das delicias...

Ô mãe, potoc, potoc, potoc...
Venha todinha, é na palmadinha
bom né? 
Mata papá, mata mainha! (kkk)

Zé Lalado
 
 
Baianês:
 
Ô mainha – Ô meu amor. Comi foi muita água – Bebi foi muito.
Cada piriguete – Cada mulher boa, gostosa.
Não se rete, não me delete – Não se zangue, não me apague do seu coração.
O coro comeu – O amor, o sexo foi muito bom.
Preparei aquele chão tão profano – Fiz um caminho profano, de sacanagem.
Bordejei – Andei.   
Fogo de que sou seu – Desejo do que sou seu.
Mãe, traí foi? Foi não? – Gostosa lhe trai? Ou Não?
Me dei bem, lavei a jega – Levei vantagem, muita mesma.
Ôdeu! – Ó Deus!
Desci a colina sagrada com uma piriguete – Desci a ladeira do Bonfim com uma mulher.
Cada coxôna, vixe, arrepiei! – Coxas grossas, fiquei admirado.
Se ela era do brega? – Ele era mulher da vida? Profissional do sexo?
Pagou para ver mainha? – Não acreditou, quebrou a cara, aconteceu.
Sou dendê e dengo afim – Sou baiano da gema, dengoso e querendo muito.
De desdobrados desejos profanos! - Com muita vontade de sexo.
É, fui todinho – Sim, fui todo.
Sumi, lhe dei ninja – Desapareci.
Galope de cavalinho – Fazer sexo cavalgando.
Potoc, potoc – O cavalgar.
 
Zé Lalado

domingo, janeiro 05, 2014

QUEIXUMES

Queixumes
 
...Até que te decidas
e, por tua queixa oculta,
o presente que precisas,
eu sou a tua escuta...
 
Ditosa, sonhando céus, vens de lua despida,
Silhueta devorante, libertina, tão bem assim.
Estrela encarnada, ao amor, fostes escolhida
É que teu bálsamo de luar perfumou a mim...
 
Ocultas-me o coração e no íntimo, acanhada
Ansiedade alucinatória dos intensos desejos.
Pelo brilho no teu seio a arejada madrugada,
Ocaso, veneno rubro, quente dos teus beijos...
 
Tudo que vem do amor é querer e se devora
O pensamento constrói a fábula que abrolhas.
Pela aurora dos dias quando meu olhar aflora
O imaginário e fantasia de ti fazem histórias...
 
As noites do teu brilho no meio da luz louca,
Delícias são dos teus lábios, o melaço em flor
Servido do carmim da tua boca à minha boca
Em prazer e gozos, vinho bento do teu amor...
 
Assim, para o meu sonho, para o teu sonho
Depois do sol, à noite, o brilho da lua densa.
Meu olhar: manhãs do teu coração risonho,
As palavras, as coisas, são belas, intensas...
 
Também dos corações onde abotoam
A paixão e ao teu rosto estampasse.
Os sonhos, um por um, ligeiros voam,
Ao que clamas e ruges nos impasses...
 
O Sibarita
 
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