quinta-feira, abril 24, 2014

TELEPATIA



Telepatia

Do horizonte da ilha eu te acochambro.
Ave, gostosa! Ó tigresa, tu em Itaparica,
A tua pele de sol, morena cor de jambo
O teu corpo é amor, amor que fica, pica...

Na gruta do teu ventre os gozos telepatia!
Tua dança ardente nas areias branquinhas,
O sobe e desce no remelexo das empatias,
Mel da Ilha de Itaparica, sumo da tua vinha...

Quantos ecos pelas parabólicas dos fones?
Vozes, vontades que murmuram nos seios
Dos longos corredores de desejos insones,
Busca de dias juntos e nossos rostos alheios...

 Vem, afunda a fronte no mar do meu peito
Abrasador, viaje na Baia de Todos os Santos
No quente afago da brisa, assim, ao deleito
Do Morro de São Paulo, sol do teu encanto...

Ô meu bem, na Praça da Sé o teu doce olhar
Ao decote do horizonte no azul da Cruz caída,
O céu é voz do pensamento navegando o mar
Dos teus olhos, afago de ti, de amor perdida...

Como seiva, tua fragrância nas pedras do Pelô,
O teu andar é doce como desejo, mel dourado.
Bebo o teu canto, volúpia e ode ao nosso amor
Flama que libera o libertino em ti desaguado...

O Sibarita
 
Tá na boa, tá na Humaitá!

segunda-feira, abril 14, 2014

OUTONO



Outono

E, porque já é outono, já torna frígido
O teu olhar de chuva em céu embaçado.
Aos meus dias o teu sorriso recolhido
É invernia, sol distante e peito gelado!

Por quê? Se o amor que nos embebeda
É certeza da razão, o senhor do destino!
Aonde vai o coração desejo, sem entrega,
Não tem sentido, é o amor em desatino...

Desvairado peito, amálgama de vaidade.
Águas clarinhas, rios do que não se nega,
Espelhos, reflexos plenos à tua vontade...

O que sempre esteve em ti, será malicia!
Nua e tão assim que tu me trazes inteiro,
É o devoro, murmurar das tuas delicias...

O Sibarita

EI, VOCÊ SE LIGUE!
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sábado, abril 05, 2014

ARRITMIA



Arritmia

Minha flor, este amor desenreda ou enreda?
No suspiro, qual arritmia a razão submerge?
Pretexto? A labareda do afeto nos embebeda,
À vaga de nós em nós? A era esvai, se perde...

Decompõe a vida, a essência, amor em teatro,
A experimentação, inteireza, planos distintos,
Tangenciando o equilíbrio nas coxias dos atos,
Os pés atrás, equação, caos afetivo, instintos...

Impulsos sutis de palavras refluindo num sorvo,
Tragos: os desejos confessam o vão dos sentidos,
Marouços crassos, querer, murmúrio dos gozos,
Sentimental cotidiano em simultâneos ardidos...

Vórtice, corrente fugaz, amor, colóquios insanos,
Caos, fora de ordem e em nós abrasada fronteira.
Fogaréu de mil e um pensar, os céus queimando
Os desejos despudorados, ficamos na correnteza...

Flutuando, nada nos aterra, o amor corre na cobiça
Dos desejos e dos ais comprimidos. Sabor da vinha,
Meiguices, pretensões de gozos que disparados atiça,
Acelera o coração nestas arrítmicas, oblíquas linhas...

O Sibarita


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