Dragão
Ah, tá rebocado, tu tens um olhar de mandinga
Recamado de luas cheias me afogo, te consagro.
Ai amor! Fogo, fogaréu, em anseios, minha linda
Viro dragão, lanço fogo, nas chamas te conflagro...
E no teu corpo cor da noite, estrela estonteante
Vênus bela, abóbada celeste, encarnação de luz
Cintura de veludo, o teu colo, volúpias rutilante
Que ateiam a flama libertina soldando os azuis...
Framboesa aromal, os teus lábios aconchegados
São labaredas afetuosas nas delícias tão desejosas.
Tu me enches do tudo nos teus sóis de orgasmos,
Ah, flutuo na tua boca orvalhada de carmim rosa...
Os teus seios são dois asteróides a saltar rijos,
Pontiagudos sob a tua blusa em céus aguçados
De plenos desejos, onde, me levas aos delírios,
Valha-me Deus! Arquejo louco, deslumbrado...
As pernas lisas alucinam o balanço do teu andar,
Divina, tu arrebatas e os anseios aqui perduram,
Apossam-se dessas noites em que faz o sol sonhar,
Oh flor! Nos quebros da tua cintura toda luxúria...
Na nudez essencial deste escrito o fogo é de dragão
Em chamas. Por ti, ando mundo, é teu este poema
Florido de girassóis lascivos extraídos do coração
Como o sol seguindo o perfume da tua alfazema...
Na essência da perfeição é a tua voz de sussurros
Cadenciando o infindo nos lençóis, cobiço do luar.
Assim, desce a noite, os astros, a aurora e os urros
Fia, tu és coisa de querer, sentir. Não de imaginar...
O Sibarita