terça-feira, abril 30, 2013

PRIMEIRO DE MAIO!

 
Primeiro de maio!
 
 Omodeu! Sim, hoje! Maio, primeiro.
O sol inabalável nos flancos, um céu
Com franjinhas de luar, eu o arteiro
No cântico da alma, doce como mel...
 
Pela candeia da nova idade o luzeiro,
O Kardecismo,  o amor, a fé, ô glória!
Sonhos acendem o vigor por  inteiro,
Debruçam-se no prólogo das auroras...
 
Os vocábulos, limiar das confidências,
Sutileza dos versos em jarro de flores.
Infinito das vontades, clara evidência,
Dorso oculto, santuário dos amores...
 
O imo não é porta das emoções vagas,
Plenitude é o sentimento que me sacia.
Revelando-se na sede, na fome e afaga
Meus anos. Flor do amor, tu és poesia...
 
Mas, as lágrimas caem neste primeiro,
Uma a uma em Jauá e no firmamento
Brilha a dona Dulce há tantos janeiros,
Minha mãe, sagração de anjo, alento...
 
O Sibarita
 
 Dona Dulce – Aniversariante também deste maio primeiro
É minha mãe, desencarnada há anos. A ela todas as orações!
Envio-te vibrações! Saudade imensa e tão permanente
Nas lágrimas caindo –uma a uma- no mar de Jauá!


terça-feira, abril 23, 2013

MADASO

 
Madaso
 
Ô mãe, por que você se maltrata assim, hein?
Sei não, viu? Quer vir, mas, fica nessa gastura,
Nesse chove mais não molha, decida-se, vem?
Tá piripicado! Saiba que você é a minha usura...
 
Ó, mato e morro para ter uma aurora com you,
Imagine? Berço com berço num lingual ditoso
E os nossos corpos encavalgando por céu azul,
Auge dos tremes-tremes, corredeira de gozos...
 
Ficou doidinha, foi? Humm... Ah, vamos vadiar,
Ó paí, ó! Tá arrepiadinha, é? Omôdeu do céu! 
Por você, botei alfazema e flores para Iemanjá,
Não tem mais jeito, se lambuzará no meu mel...
 
A delícia é agora no suprassumo dos prazeres,
Eu e você nas derramas das carícias insidiosas.
Jogo, tabuleiro de desejos, corpos dos haveres,
Frescor, néctares em leito de pétalas de rosas...
 
O perfume exalando, mãos fazendo as chamas,
Burilando, passeando, corpos entretidos em si.
Desejos íntimos, entregas e juras sobre a cama,
Ôie! Valha-nos Deus, Nosso Senhor do Bonfim! 
 
Ô piriguete, se ligue, viu? Tô nas suas emoções,
Alimento-me da energia dos seus contrapassos
Em beijos recaídos na diagonal do meu coração
Querendo desemborcar nas chamas do refaço...
 
Mas, se não há fronteiras, a luz crescente ecoa,
Esparge dos teus olhos, aquece as noites e o frio.
Ô essa menina! O céu é antes que a lua escorra
Da fome e da sede no passatempo do nosso cio...
 
Ômodeu do céu! (kkk)
 
Zé Lalado
 
BAIANÊS
 
Madaso – Meu Deus!
Ô mãe – Ô meu amor.
Sei não, viu? Não sei.
Ficar na gastura – Ficar sem decisão, dúvida.
Nesse chove mais não molha – Dúvida, não sabe se quer ou não.
Tá piripicado – Está certo, afirmativo.
Usura – Querer.
Ó, mato e morro para ter uma aurora com you – Olhe, faço qualquer coisa para ter uma manhã com você.
Imagine? – Pense.
Berço com berço num lingual ditoso – Lábios com lábios com línguas felizes, venturosas.
Corpos encavalgando por céu azul – Corpos cavalgando por delícias.
Auge dos tremes-tremes, corredeira de gozos – Ápice dos gozos.
Ficou doidinha, foi? Humm... Ah, vamos vadiar – Está doida de amor, vamos fazer?
Ó paí, ó! – Olhe para isso!
Tá arrepiadinha, é? Omôdeu do céu! – Está arrepiada de desejo? Ai meu Deus do céu!
Não tem mais jeito, se lambuzará no meu mel – Com certeza vai se melar do meu esperma.
Jogo, tabuleiro de desejos, corpos dos haveres – Cartas na mesa dos desejos, corpos querendo.
Ô piriguete,  se ligue, viu? – Ô mulher retada fique atenta, ok?
Ô essa menina – Ô moça, ô Fia, ô querida.
Ômodeu do céu – Aí meu Deus do Céu.
 
Zé Lalado
 

segunda-feira, abril 15, 2013

AMAVIOS

Amavios

As palavras aqui são cactos do que renegas.
Se o teu coração é pretexto ao meu sorriso,
Do fundo do teu peito em que tu me negas
O amor, eu refluo nos céus do teu paraíso...

Amavios! E, chovam-te os desejos  do sem fim.
Zombas do amor, assim, tão poética e estranha
Que sinto o meu coração afogado fugindo de ti
Finitude e quimeras, sopro das tuas entranhas...

Se te desnudas, morro no teu “eu” nas emoções,
E se acaso, és a luz, orbito nas fases das tuas luas
Captando o teu satélite pela parabólica coração...

Nem sabes que na distância nosso olhar se rende
Às proeminências do sentimento sólido do amar,
Flor de perfume raro, atrais, encantas e prendes...

O Sibarita

Humaitá Web Rádio para quem gosta de música.
 

terça-feira, abril 09, 2013

REFLEXO

Reflexo
 
Egoísmo é o teu nome e secreto é o queixume.
Sob o céu, confidência de instintos insatisfeitos,
A própria afeição, esperança, aduba o chorume
Em serenos dias desconsolados no ar rarefeito...
 
Densidade chã do amor egoísta, sutil no vicejar,
Á meia noite do íntimo e do coração paixão, alí
Vindo morrer no limiar de ondas do teu rejeitar,
Acolhe qualquer lamentação, detém-se aqui, aí...
 
Sabes amor? Eis o que não almejamos conhecer
Até o epílogo, fronteira de estações em agonias
Que os ponteiros do relógio recusam-se a deter,
Ritmos cifrados: gemidos, fúrias de ventanias...
 
Em nós, início e fim se avizinham, a cruz indica
Virtualidade no seu núcleo ao amor existência,
Infinitos planos múltiplos que agora se abdica,
Dádiva ínfima: miúda doação na aquiescência...
 
Brincas com o avesso, estilhas do recomposto,
Teu interior é céu! O externo é poema e avidez.
Olhando as tuas fotos do cotidiano, o teu rosto,
É sentimento, onde há reciprocidade, há lucidez...
 
Desde que os querubins te anunciaram, em mim,
O teu sorriso Colgate emoldura o encantamento.
Do amor que principia os desejos jorrando em ti,
Céus, pela tua carne bem-aventurada, é alento...
 
Porém, aqui ressoa o despenhadeiro do coração,
Somos o cerne dos desejos sorvidos pelo tempo,
É que na tua afeição não existe doação e adoção.
-Relíquia, por isso, sempre observas o silêncio...
 
O Sibarita
 
Humaitá Web Rádio para quem gosta de música!