Madaso
Ô mãe, por
que você se maltrata assim, hein?
Sei não, viu?
Quer vir, mas, fica nessa gastura,
Nesse chove
mais não molha, decida-se, vem?
Tá piripicado!
Saiba que você é a minha usura...
Ó, mato e
morro para ter uma aurora com you,
Imagine? Berço
com berço num lingual ditoso
E os nossos
corpos encavalgando por céu azul,
Auge dos
tremes-tremes, corredeira de gozos...
Ficou
doidinha, foi? Humm... Ah, vamos vadiar,
Ó paí, ó! Tá
arrepiadinha, é? Omôdeu do céu!
Por você, botei
alfazema e flores para Iemanjá,
Não tem mais jeito,
se lambuzará no meu mel...
A delícia é
agora no suprassumo dos prazeres,
Eu e você nas
derramas das carícias insidiosas.
Jogo,
tabuleiro de desejos, corpos dos haveres,
Frescor,
néctares em leito de pétalas de rosas...
O perfume
exalando, mãos fazendo as chamas,
Burilando,
passeando, corpos entretidos em si.
Desejos
íntimos, entregas e juras sobre a cama,
Ôie! Valha-nos
Deus, Nosso Senhor do Bonfim!
Ô piriguete,
se ligue, viu? Tô nas suas emoções,
Alimento-me
da energia dos seus contrapassos
Em beijos recaídos
na diagonal do meu coração
Querendo desemborcar
nas chamas do refaço...
Mas, se não
há fronteiras, a luz crescente ecoa,
Esparge dos
teus olhos, aquece as noites e o frio.
Ô essa
menina! O céu é antes que a lua escorra
Da fome e da
sede no passatempo do nosso cio...
Ômodeu do
céu! (kkk)
Zé Lalado
BAIANÊS
Madaso – Meu Deus!
Ô mãe – Ô meu
amor.
Sei não, viu?
Não sei.
Ficar na
gastura – Ficar sem decisão, dúvida.
Nesse chove
mais não molha – Dúvida, não sabe se quer ou não.
Tá piripicado –
Está certo, afirmativo.
Usura –
Querer.
Ó, mato e
morro para ter uma aurora com you – Olhe, faço qualquer coisa para ter uma
manhã com você.
Imagine? –
Pense.
Berço com
berço num lingual ditoso – Lábios com lábios com línguas felizes, venturosas.
Corpos
encavalgando por céu azul – Corpos cavalgando por delícias.
Auge dos
tremes-tremes, corredeira de gozos – Ápice dos gozos.
Ficou
doidinha, foi? Humm... Ah, vamos vadiar – Está doida de amor, vamos fazer?
Ó paí, ó! –
Olhe para isso!
Tá
arrepiadinha, é? Omôdeu do céu! – Está arrepiada de desejo? Ai meu Deus do céu!
Não tem mais
jeito, se lambuzará no meu mel – Com certeza vai se melar do meu esperma.
Jogo,
tabuleiro de desejos, corpos dos haveres – Cartas na mesa dos desejos, corpos
querendo.
Ô
piriguete, se ligue, viu? – Ô mulher
retada fique atenta, ok?
Ô essa menina
– Ô moça, ô Fia, ô querida.
Ômodeu do céu
– Aí meu Deus do Céu.
Zé Lalado