sábado, novembro 30, 2013

REFLEXO I I

Reflexo I I

 Onde o amor começa abre a estação
Das primaveras suaves, e sem utopia,
Ergue-se o castelo aroma do coração,
Inebriando vontades, tudo desanuvia...
 
Ruído de todas as agonias ao se desejar,
Amor e paixão convergem nos estertores.
Congregação dos quereres almeja o luar,
E o céu se acende no confim dos amores.
 
Se solitários somos, ficamos nos ensejos,
Ao véu da noite nossos rostos docemente
Entalhando de frente a silhueta dos beijos,
Fogo e desejo se olham apaixonadamente...
 
O que escorre do tempo é claridade faceira
Divulgando por que tu me és tão insegura.
Contudo, minha alma sobe e desce ladeira
Sorvendo todas as estações à tua procura...
 
Ao silêncio, chego, vejo-me no teu espelho
E no sorriso dos reflexos atravesso o cristal.
Na luz prolixa do teu olhar ao corpo inteiro
Tocaio, respiro por tua boca, batom carnal...
 
Frescas paragens espreitando sentimentos,
O que flui é rumor pelo que vai ao coração.
Porém, mexo a cortina do teu pensamento
Com linguagem, afeto e versos da paixão...
 
 O Sibarita

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sexta-feira, novembro 22, 2013

PENSAMENTO...


Pensamento...

Em algum lugar, o teu coração, cruza a paisagem,
As estrelas do mirante cavalgam no lombo da lua.
Sonho, divago o pensamento e revelo tua imagem
No espaço descortinado de sidéreas cobiças nuas...

Tudo é querer, o céu é luz no teu olhar de desejada
Ancorado no amor. Diva, és flor, dádiva do coração.
Se o pensar arrebenta vidraças em plena alvorada,
Os teus textos vibrantes, lassos, desancam a paixão...

O que fazer? Chamo o dia que renasce, exala o sonhar
Desfazendo nuvens pálidas no azul sem os teus traços.
Eu convido-a ao pôr-do-sol lá no farol do Monte Serrat,
Horizontalizarei a paisagem para os teus olhos castos...

Quem sabe, nos suspiros, os desejos, o amor aportado,
Ver-te-ei? Dizes que sim! A vida é para se viver e amar.
É isto às vezes! Aos corações os destinos acorrentados,
Nenhum lugar é onde estamos. O amor é nave ao mar...

Fundeado em teu coração, o que fazer? Seja o que for
Precisamos continuar vivos, o tempo, renasce e semeia
A cada maré. Não sei aonde vais, mas, sabes aonde vou,
Quando a noite germina furacões em qualquer lua alheia...

É isto! O céu e as palavras e o pensamento que te devora
Brilha pelo oceano em que o meu rosto te fascina, extasia.
Então, formatas a minha boca à tua no paladar de amora
E, naveguemos os lábios na doçura das nossas fantasias...
 
O Sibarita

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domingo, novembro 17, 2013

CONSCIÊNCIA NEGRA/DANDARA DE PALMARES

DANDARA DE PALMARES
 
 
Caros leitores, como fazemos todos os anos na semana que se comemora o 20 de novembro, dia da Consciência Negra. vamos falar de vários negros que participaram ativamente na libertação dos negros e do Brasil.
 
Dandara  
Primeira e única mulher de Zumbi, princesa de Palmares e mãe dos três filhos de Zumbi. Dandara era guerreira valente e auxiliou muito Zumbi quanto às estratégias e planos de ataque e defesa de Palmares. Dandara se matou jogando-se da pedreira mais alta de Palmares, que ficava nos fundos do principal mocambo - a Cerca dos Macacos - quando da queda do Quilombo de Palmares para não voltar à condição de escrava.
Dandara além de esposa de Zumbi dos Palmares com quem teve três filhos foi uma das lideranças femininas negras que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII. Não há registros do local do seu nascimento, tampouco da sua ascendência africana. Relatos nos levam a crer que nasceu no Brasil e estabeleceu-se no Quilombo dos Palmares ainda menina. Não era muito apta só aos serviços domésticos da comunidade, plantava como todos, trabalhava na produção da farinha de mandioca, aprendeu a caçar, mas, também aprendeu a lutar capoeira, empunhar armas e quando adulta liderar as falanges femininas do exército negro palmarino. Dandara foi uma das provas reais da inverdade do conceito de que a mulher é um sexo frágil. Quando os primeiros negros se rebelaram contra a escravidão no Brasil e formaram o Quilombo de Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, Dandara estava com Ganga-Zumba. Participou de todos os ataques e defesas da resistência palmarina. Na condição de líder, Dandara chegou a questionar os termos do tratado de paz assinado por Ganga-Zumba e pelo governo português. Posicionando-se contra o tratado, opôs-se a Ganga-Zumba, ao lado de Zumbi. 
Sempre perseguindo o ideal de liberdade, Dandara não tinha limites quando estavam em jogo a segurança de Palmares e a eliminação do inimigo. Chegando perto da cidade do Recife, depois de vencer varias batalhas, Dandara pediu a Zumbi que tomasse a cidade, isso é uma prova da valentia e mesmo um certo radicalismo dessa mulher. Sua posição era compartilhada por outras lideranças palmarinas. Para Dandara, a Paz em troca de terras no Vale do Cacau que era a proposta do governo português, ela preferiu a guerra constante, pois via nesse acordo a destruição da República de Palmares e a volta à escravidão. Dandara foi morta, com outros quilombolas, em 06 de fevereiro de 1694, após a destruição da Cerca Real dos Macacos, que fazia parte do Quilombo de Palmares.
Não sabemos como era seu rosto, nem como era exatamente, podemos compará-la a duas deusas do panteão africano, uma Obá ou Iansã, uma leoa defensora da liberdade. 
Sua imagem vive e pode ser vista em cada pessoa que se identifica com suas origens, luta por liberdade, acredita em seus sonhos e "faz da insegurança sua força e do medo de morrer seu alimento, por isso me parece imagem justa para quem vive e canta no mal tempo".


Fonte: Blog Jornal Cuca Livre
 
NEGROS,HERÓIS DO BRASIL
 
JACKSON DO PANDEIRO

ADHEMAR FERREIRA DA SILVA


JOSÉ DO PATROCÍNIO

ATAULFO ALVES

ELIZABETH CARDOSO 
 
 
O Sibarita

domingo, novembro 10, 2013

PARA LHE TER AQUI!


Aê Zé Lalado,
a excelente apresentação de Saulo Fernandes com a
música Raiz de Todo Bem, a letra, seu Lalado é demais!
Curta a nova música de Saulo Fernandes, se ligue na excepcional letra!
Desligue a Rádio Humaitá ao lado.
 
Para lhe ter aqui!

  Ô mainha, você já está indo, é? Desalmada,
Assim, mata-me de tédio nesses dias indolor.
Maravilhosa e toda poderosa, Cíntia abrasada
Em meio aos desejos na subversão do amor...
 
Tô de espinhela caída no gume afiado do imo.
Tenho fome, não me deixe morrer na alegoria
Dos desejos, fragrância do seu corpo, eu rimo:
Flor e amor na mistura das nossas fantasias...
 
Venha ao meu amor, onde, apesar da distância,
Já que amante me revelo no que de você respiro.
Navego o pensamento nas águas da constância
Vejo-me no fogo, nas chamas dos seus suspiros...
  
Nigrinha, tá Rebocado, você é quentura, é flama,
Alumiando meus desbocados desejos sem deter.
O que vai ao aforismo na horizontal da sua cama,
Ô gostosa, venha às delícias do meu bem querer...
 
  Por você, bato o atabaque, louvo o céu dos céus.
Numa encruzilha: um despacho e clamo ao azul.
Boto o ebó: mel, alfazema e sua foto sem véus,
Assim, você virá sem arengas no lume de Exú!
  
Mando o meu patuá e três dentes de alho macho
Para fechar seu corpo do precipício que eu lhe vi.
Mas, vem me regar mãe na lucidez deste desato,
Que viajo ao seu pensamento para lhe ter aqui...
  
Zé Lalado
 
BAIANÊS:
 
Mainha – Mulher que quer bem, que quer conquistar, que quer fazer amor.
Desalmada – Mulher sem coração, sem amor.
Tô de espinhela caída – Estou com muito amor, apaixonado.
Gume afiado do imo – Fio, corte amolado do coração.
Tenho fome – Tenho desejo, muito desejo.
Não me deixe morrer na alegoria – Não me deixe morrer na expectativa.
Fantasias – Vários desejos no amor, jogo do amor.
Nigrinha – Mulher que sabe tudo do amor, sacana na cama.
Tá rebocado – Faça fé, acredite.
Você é quentura – Você é muito gostosa.
Atabaque – Instrumento de percussão do Candomblé (tambor)
Encruzilha – Encruzilhada
Despacho – Feitiço, Ebó, comida para os Orixás para se obter uma graça.
Ebó – Despacho.
Exú – Orixá, dono das esquinas, ruas e encruzilhadas, nada se coloca nas ruas sem o seu consentimento.
Patuá – Amuleto usado no Candomblé para fechar o corpo.
Três dentes de alho macho – Amuleto para se livrar dos maus olhos.
 
Zé Lalado.
 
 

quarta-feira, outubro 30, 2013

INFINITO ÍNTIMO

Infinito íntimo
 
O infinito íntimo. Sim! Dá para entender
Nele, admiração e desejos em processão,
Círculo imaginário, masturbação, querer
Na virtualidade, a profundeza da paixão...
 
Jogo de espelhos, reflexo do céu aqui e aí,
O vento brincando e mexendo no teu olhar
Sagração dos céus, primavera de jasmim
O que ruge ou brada, vontade de se estar...
 
Lado a lado na fronteira dos sentimentos
Prelúdio, átrio das expressões inerentes.
Ao amor germinado no sopro dos ventos
E espargidos nas confissões adjacentes...
 
De nós em palavras ditas no ar rarefeito,
O sublime do amor que agonia o coração,
Serpente sutil que dilacera o nosso peito
E se alimenta de saudade, bílis e solidão...
 
Mas, as harpas dos dias vibram afetuosas,
O que floresce candeia a noite que respiro
E o poeta abre as suas poesias amorosas
Nelas, nossas vontades e nossos suspiros...
 
O Sibarita

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quarta-feira, outubro 23, 2013

LOUVOR

Louvor
 
São teus, ó desejo, estes prodígios do coração,
Este alarido, este prazer que agita. Estremeço,
Ao sol barroco do teu olhar cheio de tentação,
Não sei se é amor. Mas, quem sabe, o começo...
 
Os dias, passo assim e sempre nos teus beijos
Lembrados nos anseios, a libido ascende louca.
Mas, demoro o olhar nos faróis dos teus seios.
Delícias, fogo aceso, pervertido na minha boca...
 
Radiograficamente, pelo teu silêncio, a fome
Com a força do sol, para abraçar-te, beijar-te.
Sobre os avessos de nós, o sentido consome.
Pelo cutelo, o amor, a aspiração de amar-te...
 
Ruas dos desejos floridas, e sente-se a chuva
Molhando, brotando no coração e desejarás.
A carruagem do amor há pouco virou a curva
Da esquina, breve em paixão serei, e tu serás...
 
Vem, lua dos milênios, abrasadora, amada
Beirando o cais do coração neste alfarrábio
Que fala de amores, enquanto, tu alheada,
O salmo de louvor faz seca nos teus lábios...
 
O Sibarita

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quarta-feira, outubro 16, 2013

CHARADA

Charada
 
 Que o amor à forma fecunde os momentos,
A promessa enfeita, rejeita o céu amoroso.
Nesse vago, presente e futuro viram templo,
Ao coração, a vida cinde o ar seco e poroso...

Nada se explica aos versos polidos no vazio,
Soltos, suspensos em réstia de tempestade
Naquelas enormes nuvens sob um céu frio
Congelando a nossa essência na intensidade...

Assim, corta a razão, a volúpia esvai pelo viés,
E por ti, os versos se perdoam, beijam o chão
Dos teus pés louvando! Tu que me és e não és
Charada galopada no tédio, paraíso e solidão...

Se é assim que és: nas igrejas e terreiros da Bahia
De joelhos: acendo as velas, oro a Orixás e Santos.
Ao teu amor fecundo, a candeia, é chama tão fria
Para os acesos desejos dos nossos entre tantos...

Mas, no delírio, saborear o mel do rosa da tua boca
E por entre sede, trovoadas e punhais das antíteses
Ser a cobiça dos teus lábios carmim na agonia louca
Do faz de contas das delicias e viajar na maionese...

Na tua penteadeira:
Espelhos temporais,
flores debruadas
em jarros chineses
do Paraguai!
Na tua cama:
nenhum eco
dos nossos uis e ais...

O Sibarita



terça-feira, outubro 08, 2013

QUERÊNCIA

Querência
 
Ó amores virtuais que residem no teu olhar,
Lá vai o amor e vem na procura da acolhida.
Onde, esperas o fogo, não sei se isso é amar,
Mas sei que em ti eu morro até que decidas...
 
Sempre ti escrevi versos românticos na sanha,
Brilho intensivo que te enerva, que te acende
E como fogo, é para incendiar-te as entranhas,
Lumaréu de vontades, arquejos ao teu ventre...
 
Apogeu, facho de querências, teu fruto aceso,
Bel-prazeres, fusão de corpos e almas! Amada,
O melhor do querer é que somos todo almejo,
Teu corpo, o meu: luz de nossas madrugadas...
 
Ao longe, o afloramento dos pensamentos, brilha.
Tu e eu. Eu e tu em conexões solitárias nos avexo,
Noites de algum deus devasso e que nos fervilha
Sei que é amor. Mas dizes: Será talvez (re)começo...
 
Ó coração incendiário! Fazei tudo à luz da paixão,
Soldo concreto e abstrato pelo queixume contigo.
No enreda e desenreda em que arritmias a razão,
Perde-se em alguma dor na busca de um abrigo...
 
O Sibarita
 
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