Este vídeo é ao vivo do reggaeman Edson Gomes, baiano de Cachoeira,
o maior regueiro do Brasil. A música chama-se ÁRVORE, nela me encontro.
No show, sim, eu estava. Assistam, vale a pena!
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O 83 e o 58...
À dona Dulce minha mãe
Aniversariante também.
Em memória.
À minha mãe que chegaria aos oitenta e três neste primeiro
Envio-te orações por aquelas estrelas que brilham no céu.
Ao espírito de luz que em ti contém: O meu amor verdadeiro
Em lágrimas de saudade caindo -uma a uma- no mar de Jauá...
Valha-me Deus! É primeiro, maio
Mainha, é nosso aniversário!
Ai é que saio!
Coloco os meus pára-raios
Caio na gandaia, me esvaio...
Faço aqui as minhas vontades deste maio, primeiro!
É sim, encontro-me em pleno vigor físico e intelectual
Ai, meu Deus! Nesses meus cinqüenta e oito janeiros,
Continuo o mesmo homem simples, vulgar e especial...
Ai Senhor do Bonfim! Eu estou todo brejeiro,
É meu aniversário! Eu, sereno, esquivo, leve
E tão silente, singro num céu de brigadeiro
Sob a lua espantando o atro ocaso do tédio.
Ah! Eu cavalgo a rocha dominando a aspereza da lida
Na flor silvestre que desabrocha na viva luz... Eu fico,
Flutuo numa atmosfera rarefeita e existe tanta vida
Que no aroma do viver minha alma adeja pelo infinito...
Na própria luz reveladora dos dias com meu pai me pareço.
Respiro o Deus nas alturas ao sol de girassóis e tudo flui
De ser paixão e vagar na solidão oculta em que me perco
Pelas ruas do meu eu. Ontem sou, hoje serei, amanhã fui.
Ondas e ventos se calam e a noite e o mar
Murmuram na lua minguante da solidão...
Sou sol crescente da luz de prata de Jauá
Onde, me contorço, em plena inflexão...
Do homem que chega aos cinqüenta e oito
Na febre sã da aurora na curva em gráfico
Desenhando uma queda de alcance longo
Nos passos elípticos desses anos ou átimo.
O crepúsculo espelha sol e lua nos francos
Corre o tempo voraz, segue, no teu tropel...
Marcha sem fim a rodar aprumos e prantos
Nas horas correndo. Ó diversão doida e cruel.
Tão menos que a silhueta. O tempo é avaria
É um poente em cinza e laivos de amaranto
Vindo na imagem branda e esquiva dos dias
De olhos vítreos na esquina dos meus anos.
Oh, Deus! A fúria do jovem que já houve, não há mais,
A vida sucumbe nos instantes que passa e nada reverte.
A morte em seu palor... O que ontem foi, hoje, é jamais.
Evoé! Não me entrego, caio na gandaia e pinto o sete!
No fundo das coisas idas montado nos aprumos
No bojo das horas densas mago dos ventos serei
E desse tempo breve e paladino dos meus rumos
Do meu destino como um legado de desejos, rei.
Signo de touro sou sol da manhã e lua nova,
Aos que quiserem me ouvir: Ah, vem comigo...
Que nesta data o espírito renasce e se renova
Nos abraços de todas amigas e todos os amigos.
E comigo: o meu pai, meus filhos e os meus irmãos
As sereias do mar, da terra e todas as sereias do céu.
E comigo: a noite, a lua e a musa em um só coração
No aroma e desejos dos nossos corpos largados ao léu...
Debruçado no terraço
Observo o horizonte baço...
O Sibarita