domingo, fevereiro 07, 2016

É CARNAVAL!


Já é Carnaval...

Ah, tá rebocado minha Iaiá, já é carnaval na cidade.
Do Campo Grande à Ondina o coro come na Bahia!
Transmuto-me ao profano das moças na liberalidade
Dos ensejos aflorados... Ai meu Deus! É só alegria...

Evoé, no coração daquela menina de abadá do camaleão
Coloco o meu manto de Sibarita, estou livre, leve e solto.
Sobre os teus seios de deusa os meus olhos de navegação,
Vixe mainha! Embarco, caio na gandaia e mostro o rosto.

No fogo do querer, atiro-me nas chamas, entro em cena
Deito e rolo, embolo e me entrego na cobiça desta folia.
Nas fronteiras do infinito: Eu, o luar e a moça obscena
Balançando o chão da Avenida na plenitude das orgias.

Ah, os teus beijos, fogo dos demônios ao som da Chiclete.
Gemidos, tremores e eu sorvendo dos teus lábios o aroma
Dos desejos e, no meio da multidão, vamos pintando o sete
Rolando pelas ruas desta cidade na vertigem de Sodoma!

E vamos nós, circuito Barra/Ondina, é como o diabo gosta.
Ah, eu sinto os gozos jorrarem nas chamas deste carnaval,
Ai! Na delicia o céu que nos cobre brota uma lua em tochas.
Valha-nos Deus! Como o mundo fútil no olor deste bacanal!

O Sibarita

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segunda-feira, fevereiro 01, 2016

SALVE 02 DE FEVEREIRO, IEMANJÁ!

Caro leitor ouça a música hino a Iemanjá "É DE OXUM" composição:
Geronimo Santana e Vevé Calazans, cantada pelos próprios.
Desliguem a Rádio Humaitá ao lado.

IEMANJÁ

Ô Fia, tô no Rio Vermelho, é festa da dona do mar,
Fiz pedidos e por aforismo os seus também, Alodê!
Vaidosa, poderosa, dona das cabeças, salve Iemanjá!
Com os presentes no barco, mando beijos para ôce...

Preta, estou de espinhela caída na nata dos desejos,
O sincretismo religioso da festa de Iemanjá, fogaréu.
Nos meus patuás e minhas vestes brancas, o ensejo,
Toques dos atabaques repicam quereres no azul céu...

Ô nega da alma fresca, cheia de assuntos, toda petitosa.
Aqui, o sol do Rio Vermelho se refresca no mar, Odoyá!
Ouriçadíssimas vontades plenas neste aromal de rosas
Arqueja a bem aventurança aos filhos (as) de Iemanjá...

Mar de almirante e nele a fé, os pedidos, os presentes,
Vejo, participo de perto a colossal procissão dos barcos.
A moça que mora no mar é vaidosa, amorosa, no alente,
Não faz distinção, tudo é uma coisa só, o pobre, o farto...

Nos teus cabelos tem o céu com muitas luas iluminando,
Olhos consoladores, espelho de todo bem, diva do amor!
A essência! Além dos mares, além dos rios, dos oceanos,
Odoyá, Iemanjá! Com a candeia nas mãos, Ora yê yê ô!

Neguinha, estou com os poros à flor do desejo que afoga,
Os desejos mundanos nos olhos daquela moça inocente.
Ao tudo da sedução, fogueira, em que o amor venal roga.
No aqui da festa de Iemanjá em que sou muito serpente...

O Sibarita

BAIANÊS

Ô Fia – Ô menina.
Tô – Estou.
Rio Vermelho – O bairro mais boêmio de Salvador, onde é feita a festa de Iemanjá.
Ôce – Você
Preta – Carinhosamente chamando uma mulher.
Estou de espinhela caída – Estou pasmo.
Patuás –  Amuleto da sorte.
Ô nega – Carinhosamente chamando uma mulher.
Alma fresca – Jovial, jovem.
Cheia de assuntos – Mulher que conversa muito, tem muita conversa.
Toda petitosa – Toda gostosa.
Aromal de rosas – Perfume de rosas.
Mar de Almirante – Mar sereno, calmo para navegar.
A moça que mora no mar – Iemanjá.
Neguinha – Amorosamente chamando uma mulher.
Moça inocente – Mulher da vida, mundana.
Muito serpente – Muito desejoso.

O Sibarita

SOBRE IEMANJÁ

Iemanjá, Orixá feminino (divindade africana) do Candomblé e Umbanda. O seu nome tem origem nos termos do idioma Yorubá “Yèyé omo ejá”, que significam “Mãe cujos filhos são como peixes”.

Mãe-d'água dos Iorubatanos no Daomé, orixá fluvial africano passou a marítimo no Norte do Brasil.

No Brasil, a deusa Iemanjá recebe diferentes nomes, dentre eles: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, etc.

Iemanjá é a padroeira dos pescadores. É ela quem decide o destino de todos aqueles que entram no mar. Também é considerada como a “Afrodite brasileira”, a deusa do amor a quem recorrem os apaixonados em casos de desafetos amorosos.

No dia 2 de fevereiro acontece em Salvador, capital do Estado da Bahia, a maior festa popular dedicada a Iemanjá. Neste dia, milhares de pessoas trajadas de branco fazem uma procissão até ao templo de Iemanjá, localizado na praia do Rio Vermelho, onde deixam os presentes que vão encher os barcos que os levam para o mar.

No Rio de Janeiro as festas em honra de Iemanjá estão relacionadas com a passagem de ano.

Nos candomblés fiéis às origens africanas, o culto é prestado em locais fechados, nos atuais o culto é ao ar livre, prestado no mar e nas lagoas, sendo Iemanjá muitas vezes representada como sereia.
Os devotos levam para o mar vários presentes que são tidos como recusados quando não afundam ou quando são devolvidos à praia.

Dentre as diversas oferendas para a bela e vaidosa deusa, encontram-se flores, bijuterias, vidros de perfumes, sabonetes, espelhos e comidas. O ritual se repete em outras praias do Brasil.

As celebrações a Iemanjá também acontecem em 15 de agosto, 8 de dezembro e 31 de dezembro.

IEMANJÁ E MÚSICA
Existem várias músicas que são feitas em homenagem a Iemanjá. Exemplo disso é a música "Iemanjá" do grupo musical Chimarruts, uma banda de reggae do Rio Grande do Sul.

IEMANJÁ E SINCRETISMO
No sincretismo religioso, Iemanjá corresponde a Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.