sábado, agosto 22, 2015

ÍNTIMO

Íntimo

No meu peito esse amor irrigando em avarias,
Avança em fúria transpondo as finas esporas.
Sibila a estação em vontades no frio das horas
E, dentro da noite, ecos asilados de ventanias...

Eu ascendo nas manhãs e escalo as montanhas,
No pico do peito uma brisa preenche o coração.
Porquanto, o querer surge em restos de solidão,
Agora o amor sopra das minhas/tuas entranhas...

Sobre o tempo um candelabro aberto no âmago,
Semeia enigmas, semeia utopias, semeia afagos.
Lamparina acesa de palavras respirando ilusão...

E aos prantos nos teus belos olhos derramados,
O amor sobrenadando ingenuamente disfarçado.
Noites de estandartes e lanças, de luas e expiação...


O Sibarita

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segunda-feira, agosto 03, 2015

DELIBERADO


Deliberado

Pelas curvas das tardes morrem os dias alvissareiros
O tempo ronda com sua foice a solidão dos reversos.
Pelo silêncio, a fome de ti...  A vida não tem roteiros,
No horizonte, a lua galopa, filtra o branco dos versos...

Sem penumbras e com aromas as palavras são tochas
Do coração carreando a paixão na sua túnica de aço.
Bebo o amor, sinto arder o ar, ouço o coral das rochas,
O sol circunscreve a muralha. Faço. Desfaço. Renasço...

Corro mundo varrido pelos quatros ventos da paixão
Por entre céus de mármores e noites ancoradas assim
Na afeição das tuas chamas... Sinto, vivo na cerração
À espreita dos sinais do teu fogo para me refundir...

Na tua essência vestido de amor, súbito, feroz de ti,
Em céus: códigos cifrados das loucuras íntimas de nós.
Mil desejos aflorados aguardam teu fogaréu sem-fim
Constelados nas dobras dos dias de um sol de girassóis

É, Deus te criou, destruiu o molde, tens um lado estrelar
Encontrado no princípio e no fim do que tu me consomes!
Acerco-te a passos lentos medindo o gozo do teu respirar
Ai moça! Ao reverso da fome de ti, sempre será a fome...

O teu ventre:
Sol amaranto e coral.
Intimo de mim,
Dentro do peito
Uma chama intensa
Entrelaçada com a brisa
Da tua ausência...

O Sibarita
 
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