quarta-feira, outubro 30, 2013

INFINITO ÍNTIMO

Infinito íntimo
 
O infinito íntimo. Sim! Dá para entender
Nele, admiração e desejos em processão,
Círculo imaginário, masturbação, querer
Na virtualidade, a profundeza da paixão...
 
Jogo de espelhos, reflexo do céu aqui e aí,
O vento brincando e mexendo no teu olhar
Sagração dos céus, primavera de jasmim
O que ruge ou brada, vontade de se estar...
 
Lado a lado na fronteira dos sentimentos
Prelúdio, átrio das expressões inerentes.
Ao amor germinado no sopro dos ventos
E espargidos nas confissões adjacentes...
 
De nós em palavras ditas no ar rarefeito,
O sublime do amor que agonia o coração,
Serpente sutil que dilacera o nosso peito
E se alimenta de saudade, bílis e solidão...
 
Mas, as harpas dos dias vibram afetuosas,
O que floresce candeia a noite que respiro
E o poeta abre as suas poesias amorosas
Nelas, nossas vontades e nossos suspiros...
 
O Sibarita

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quarta-feira, outubro 23, 2013

LOUVOR

Louvor
 
São teus, ó desejo, estes prodígios do coração,
Este alarido, este prazer que agita. Estremeço,
Ao sol barroco do teu olhar cheio de tentação,
Não sei se é amor. Mas, quem sabe, o começo...
 
Os dias, passo assim e sempre nos teus beijos
Lembrados nos anseios, a libido ascende louca.
Mas, demoro o olhar nos faróis dos teus seios.
Delícias, fogo aceso, pervertido na minha boca...
 
Radiograficamente, pelo teu silêncio, a fome
Com a força do sol, para abraçar-te, beijar-te.
Sobre os avessos de nós, o sentido consome.
Pelo cutelo, o amor, a aspiração de amar-te...
 
Ruas dos desejos floridas, e sente-se a chuva
Molhando, brotando no coração e desejarás.
A carruagem do amor há pouco virou a curva
Da esquina, breve em paixão serei, e tu serás...
 
Vem, lua dos milênios, abrasadora, amada
Beirando o cais do coração neste alfarrábio
Que fala de amores, enquanto, tu alheada,
O salmo de louvor faz seca nos teus lábios...
 
O Sibarita

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quarta-feira, outubro 16, 2013

CHARADA

Charada
 
 Que o amor à forma fecunde os momentos,
A promessa enfeita, rejeita o céu amoroso.
Nesse vago, presente e futuro viram templo,
Ao coração, a vida cinde o ar seco e poroso...

Nada se explica aos versos polidos no vazio,
Soltos, suspensos em réstia de tempestade
Naquelas enormes nuvens sob um céu frio
Congelando a nossa essência na intensidade...

Assim, corta a razão, a volúpia esvai pelo viés,
E por ti, os versos se perdoam, beijam o chão
Dos teus pés louvando! Tu que me és e não és
Charada galopada no tédio, paraíso e solidão...

Se é assim que és: nas igrejas e terreiros da Bahia
De joelhos: acendo as velas, oro a Orixás e Santos.
Ao teu amor fecundo, a candeia, é chama tão fria
Para os acesos desejos dos nossos entre tantos...

Mas, no delírio, saborear o mel do rosa da tua boca
E por entre sede, trovoadas e punhais das antíteses
Ser a cobiça dos teus lábios carmim na agonia louca
Do faz de contas das delicias e viajar na maionese...

Na tua penteadeira:
Espelhos temporais,
flores debruadas
em jarros chineses
do Paraguai!
Na tua cama:
nenhum eco
dos nossos uis e ais...

O Sibarita



terça-feira, outubro 08, 2013

QUERÊNCIA

Querência
 
Ó amores virtuais que residem no teu olhar,
Lá vai o amor e vem na procura da acolhida.
Onde, esperas o fogo, não sei se isso é amar,
Mas sei que em ti eu morro até que decidas...
 
Sempre ti escrevi versos românticos na sanha,
Brilho intensivo que te enerva, que te acende
E como fogo, é para incendiar-te as entranhas,
Lumaréu de vontades, arquejos ao teu ventre...
 
Apogeu, facho de querências, teu fruto aceso,
Bel-prazeres, fusão de corpos e almas! Amada,
O melhor do querer é que somos todo almejo,
Teu corpo, o meu: luz de nossas madrugadas...
 
Ao longe, o afloramento dos pensamentos, brilha.
Tu e eu. Eu e tu em conexões solitárias nos avexo,
Noites de algum deus devasso e que nos fervilha
Sei que é amor. Mas dizes: Será talvez (re)começo...
 
Ó coração incendiário! Fazei tudo à luz da paixão,
Soldo concreto e abstrato pelo queixume contigo.
No enreda e desenreda em que arritmias a razão,
Perde-se em alguma dor na busca de um abrigo...
 
O Sibarita
 
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terça-feira, outubro 01, 2013

FRONTEIRA


Fronteira
 
Ah, os meus olhos se douram de puro ouro.
Tu flamejas, é sol e charada diuturnamente
Brotando luzes nos meus espelhos de alente,
Reflexo do meu coração no que és tesouro...
 
A sede das tuas palavras estremece em flor
Pétalas e olor adentram, abancam entalhes.
Borbotões de afeto percorrem a tua imagem
Em mim: a vida és tu, a primavera, o amor...
 
Desaguando no abissal dos desejares e ânsias,
Golfos das cobiças, coisas acesas no meu olhar
A procura da tua essência no infinito do amar,
Se não vens ou não vou, ficamos nas distâncias...
 
Tudo explode! Explode o amor, explode amiúde.
Queremos alguma coisa ou não queremos nada?
Sempre quem ama terá fome e sede desnudada
À estação, fronteira transcendida de plenitudes...
 
Orgia camuflada no teu olhar, chiliques, querença
Dos teus lábios morenos, gráceis, sabor de amora,
Pelo desejo que acalora o pretexto, em nós, enflora.
-O delíquio amoroso dos versos, palavras pretensas...
 
 O Sibarita
 
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