terça-feira, outubro 30, 2007

JANEIRO, FINDO!

Janeiro,Findo!

Das minhas palavras ouvidas amor e amor que outras devessem
Beijar-te o coração? Dizes tu... Nesse janeiro absurdo e esquivo!
No meu peito, um acervo inútil de palavras rebuscadas do amor
Que por ti regam a primavera dos meus dias na maciez dos lírios...

De tudo... Vasto, o sol morrente voa sob a túnica da tua brisa,
Ventanias na porta da noite da lua nova curva e fina no poente
Decifra o caminhar no lume do teu sereno olhar de Mona Lisa.
É que os meus olhos debruçados no teu céu têm o chão presente...

No caos, esse amor é doce ferida, fenda oblíqua que lavo e tinjo!
E porquanto refaço o limiar da paixão nas cicatrizes das chagas,
Na tela da memória o meu tempo é de puro desejo... Não finjo!
Habitam em mim sonhos que agora, por teu querer, deságuam...

Há no meu seio o brilho mais puro e intenso na luz do teu alcance,
E vejo escorrer entre os teus dedos e desejos essa luz de ouro e jóia!
Mas... No teu pensar manda-me as noticias desse tempo sem tempo
Que pela clarabóia do teu sol lerei tua carta de amor vinda de Tróia!

Geograficamente na distância do teu sol e no véu dos meus espelhos
Reflete o mapa do teu coração na inspiração desse poema inverso
Ruminando lembranças dos meus passos no teu caminho por inteiro.
Prenda minha! No (des) encanto a ti ofereço o vôo destes versos...

Entretanto, é do teu coração feito de vida,
Interrogações e paixão, presente e alheio
De farol aceso na esquina da minha agonia
Que lumia tempestades em pleno janeiro...

És tu, és tu amada minha em meus olhos
Vestida de luz, de brisa, polén e ventanias.
Sou eu, sou eu amor o morto e o renascido
O pedra, o harmônico e o contraditório...

O Sibarita

Caro leitor, o Porta Curta continua com o curta animação, imperdível!
Alma Carioca - Um Choro de Menino - A produção deste curta foi viabilizada com patrocínio Petrobras. História de um menino que vive na zona portuária do Rio de Janeiro da década de 20 e testemunha o surgimento do Choro, quando encontra os grandes mestres pioneiros desse estilo puramente carioca.
Boa diversão.

segunda-feira, outubro 29, 2007

PRELÚDIO

Prelúdio

Há de se exprimir esse derramamento de amor
Letras por letras, letras vivas que a boca não diz!
Eu sei que o mesmo coração que molha a pena
Expressa nos versos o desejo, o instinto da paixão...

Mas, o amor faz medo... A confissão espanca, arde,
Sangra impotente, dá nó e morre presa na garganta.
Enfolho então o grito abafado, o pensamento ferve
Vulcão sentimental, incandescente e lava reticente...

O coração traspassado na paixão fala e fala nos versos
Na mente, a ânsia do amor, escorre em retalhos de papel!
-Guardo, no entanto, nos meus olhos os desejos imersos...

Os debruns das palavras tornam-se um turbilhão
A flor, o canto, o olor e o céu de quem escreve!
-Diga ai coração com seis cordas de paixão...

O Sibarita
Caro leitor o Porta Curta dessa semana é uma animação imperdível.
Alma Carioca - Um Choro de Menino
Gênero Animação
A produção deste curta foi viabilizada com patrocínio Petrobras. História de um menino que vive na zona portuária do Rio de Janeiro da década de 20 e testemunha o surgimento do Choro, quando encontra os grandes mestres pioneiros desse estilo puramente carioca.
Boa diversão.

quinta-feira, outubro 25, 2007

LUCKY DUBE (EM MEMÓRIA)

Caros leitores, no dia 18/10 o maior astro do reggae da atualidade Lucky Dube foi morto em uma tentativa de roubo em Rosettenville em Joanesburgo, África do Sul, quando levava os filhos para casa de familiares. Lucky Dube deixa um grande vazio na indústria da música. Sul Africano, globalmente reverenciado.

Suas músicas são tocadas em todo o mundo, através, dos seus 22 álbuns gravados em Zulu, Inglês e mesmo Afrikaans – com recorde fenomenal de vendas ao redor do mundo. Lucky Dube nasceu no dia 3 de Agosto de 1964, em Ermelo, na África do Sul. Com 9 anos de idade, foi escolhido como assistente da biblioteca de sua escola. O desejo de aprender sobre o resto do mundo e sobre a história da África do Sul fez com que ele entrasse para o mundo da música e Literatura.

Aqui em Salvador a Capital do reggae no Brasil ele fez show em maio deste ano. Regueiro que sou, claro, eu estava lá.

Site de Lucky Dube:http://www.luckydubemusic.com
REGGAE É MÚSICA, SE LIGA MEU REI!
O Sibarita

terça-feira, outubro 23, 2007

FORMOSA




Formosa 

Cheiro de rosas, cheiro de cravos
Do perfume distante do teu vulto
No feitiço de que sou o teu escravo
Dissolves em lua a treva que me oculto.

Gritam em nós todas as nobres taras
E por amor deste amor e dessa argila
Em que são feitas todas criaturas raras
Somos querer e lua crescente que brilha.

Na distância nascemos um para o outro
Mais que pensamentos e forma, em mim
A saudade bate na lembrança do teu rosto
É que tenho meus olhos guardados para ti.

Formosa, amar de puro amor, amar, amar
Quando a minha alma entrelaçada à tua
Banha-se nos beijos molhados do teu mar,
O anoitecer com olhos profanos despe a lua.

Mas, amor, dos teus seios o teu corpo é fruto
Doce que minha boca viciada delicia e sorve
Das tuas entranhas os teus orgasmos absolutos
No sumo dos meus gozos que teu ventre absorve.

Formosa, meu coração, é templo que tu cultuas
O amor eternal, fiel ao nobre dever e, sem ânsias
Enche o nosso olhar de sonhos e primaveras nuas
Na cor do sol, do mar, do céu e (apesar) da distância.

O Sibarita


sábado, outubro 20, 2007

BULIMIA...

Bulimia...

Jauá. Meia noite. Ai Deus! Eu, ela e a lua.
Lábios contra lábios e a bulimia dos desejos
Em tremores dos corpos na escuridão da rua.
Mãos sutis correm refém na delicia dos beijos!

Evoé! Os verdes olhos dela são duas esmeraldas
Acendendo a noite em lampejos dos ais e dos uis.
É o amor venal no esplendor de todas as baldas
Vestido de gozos com franjas do luar nos azuis!

Agora, o seu corpo é fruto. Ah, vem dormir comigo
Sob essa lua nos lençóis de fragrância do meu corpo.
Sereia! Vem na volúpia de mais uma noite contigo,
Para minha psiquê só mesmo a sua plástica e escopo.

Ai! Entra. Dispa-se. E, nua, no encanto, sem cerimônia,
Poderosa, mata-me nas suas fantasias e vontades sem fim.
De chofre, vem oh pulcra, lassa, irreal, serena e demônia
Como o diabo gosta no isso ou aquilo, assim, bem assim...

Affff! Seus seios, a cintura e as ancas na dança do amor.
É, toda deusa, se entrega na volúpia dos desejos ditosos.
Tudo explode, no leito, corpos entrelaçados é lua em flor
Solvendo o nécta de unha a unha na derrama dos gozos...

O Sibarita
Caro leitor o Porta Curta desta semana é: AMOR
Ficção De José Roberto Torero 1994 14 min Com Elias Andreato, Paulo José, Rosi Campos, Guilherme Karam, Paulo César Pereio Um divertido mas amargo panorama das muitas e diferentes visões que se pode ter do amor.
Boa diversão!
Ouça a www.sibaritawebradio.com se ligue!

quarta-feira, outubro 17, 2007

JUIZ PORRETA

Caros leitores, como o Sibarita é um blog de poesia e baianidade. Hoje, coloco uma sentença do Ilustre Juiz de Direito, baiano, Gerivaldo Alves Neiva que no exercício na Cidade de Conceição do Coité/Bahia. nos mostra que nem tudo está perdido. Vale a pena ler toda a sentença que extrapolou as fronteiras da Bahia.
Aos amigos causídicos e outros amigos ...
Precisamos de uma Justiça assim.
Com Juízes e Justiça refletindo o sentimento do nosso povo ( como a
corrente de juízes e advogados do RS )...

Com o Povo...

?Os juízes precisam ser independentes para julgar, mas o Judiciário
não precisa ser independente do sentimento do povo?.
Rodrigo Collaço, 42 anos, presidente da Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB). "Revista JustiLex"
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JUIZ PORRETA
ENVIADO POR JORNAL CORREIO

O Exmo. Magnífico Porretíssimo Gerivaldo Alves Neiva é Juiz de Direito na Bahia mas deveria ser alçado a Imperador. Vejam que sentença magnífica contra a Siemens ele escreveu. É delicioso, prova de que nem textos legais conseguem ser chatos, se escritos com gosto.

Processo Número: 0737/05

Quem pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell

Ementa:
UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE APARELHO CELULAR. DEFEITO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR
Sentença:
Vou direto ao assunto. O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais. Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52.
Uma beleza!

Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha!

Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens?... Não é coisa de segunda-mão, não!

Consertado, dias depois não prestou mais? Não se faz mais conserto como antigamente!

Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito.

Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão.

Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de ? placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador?. Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito, diz que não tem conserto?.

Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da ?incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível - Necessidade de prova técnica.? Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor?

Disse mais a Siemens: ?o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto?.

Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos,tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira.
Um artesão sabe bem disso.

O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais?

É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais!
Que absurdo!

A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de ?legitimatio ad causam?,também por motivo do ?vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias? e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então ?,allegatio et non probatio quasi non allegatio?.

E agora seu Gregório?

Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada! Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto!

Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: ?leve dois e pague um!? Não se importou muito seu Gregório com asituação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo!

Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona.
Isto é o bastante!

Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou!

Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar! Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor.

Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando! Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia!

Por fim, Seu Gregório, a Justiça vai dizer à assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada.

À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça!

A Secretaria vai mandar uma cópia para todos.

Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça.

Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar.

Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo!

Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu ?extra petita?, quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.

No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.

Conceição do Coité, Bahia, 21 de setembro de 2005 Gerivaldo Alves
Neiva, Juiz de Direito

sábado, outubro 13, 2007

A FLOR DA PELE

A Flor da Pele

Minha alazã, domadora de tédio, aqui adejo
Os teus segredos nos nossos limites vencidos
Sob a lua despida das partes infinitas do amor
Espreitando teus labirintos finitos em vertigem...

Ah! Relembras comigo, aquele por do sol
No Solar do Unhão*, o mar, a brisa gelada
Soprando na tarde/noite do azul quase tosco
Em que buscávamos a fronteira do infinito.

E, ante, as nossas mãos protervas vibrando
Nos nossos corpos sob um céu de libidos
Circulando na semi-noite... Animais no cio,
Entrelaçados em plenos gozos e gemidos...

Ah, as minhas mãos recorrentes percorriam
O teu corpo contornando as tuas belas curvas...
Tu balbuciavas sem nexo, buscais os meus seios!
Buscais as minhas coxas, o meu ventre, o meu sexo...

Ai! Os nossos sussurros férvidos do prazer e do ser,
A flor da pele... O meu sexo alucinado feito lobo,
Tresloucado, enfurecido e leve na dança do amor,
Penetrava no teu sexo úmido aos urros do teu rogo...

O Sibarita
Caro leitor o filme da vez é:
Balada das Duas Mocinhas de Botafogo
Ficção, CONTEÚDO ADULTO De Fernando Valle, Joao Caetano Feyer 2006 14 min
Com Alexandre Borges, Guta Stresser, Fernanda Boechat, Malu Valle
Botafogo, bairro carioca dos casarões antigos, das colegiais em flor... e do cemitério. Duas irmãs como só Vinícius de Moraes viu.Conteúdo adulto
Boa Diversão!
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quarta-feira, outubro 10, 2007

DIVAGANDO...

Divagando...

Em, algum lugar, o teu coração cruza a estrada,
As estrelas do mirante cavalgam no dorso da lua.
E, divagando, o teu olhar se exprime com o nada
No espaço descortinado de sidéreas sombras nuas...

Então, tudo é noite, não adianta nada cerzir a alma,
Não há mais anseios por este amor e nem o coração
Se a ventania arrebenta vidraças em plena alvorada
Quando o desejo vibrante de nervos desanca a paixão.

O que fazer? Chamo o dia que renasce e semeia o sonhar
Desfazendo as nuvens pálidas no azul sem os teus traços.
Divago, espio o pôr-do-sol e lá no farol de Monte Serrat
Eu horizontalizo a paisagem para os meus olhos castos...

E quem sabe, nos suspiros, poderá vir ainda o dia claro,
Ver-te-ei? Dizes que sim! A vida é para se viver e amar.
É isto às vezes! Aos corações nos destinos acorrentados
Nenhum lugar é onde estamos. O amor nave no mar...

Aportando em algum porto, o que fazer? Seja o que for
Precisamos continuar vivos, o tempo, renasce e semeia
A cada maré. Não sei aonde vais, mas, sabes aonde vou,
Quando a noite germina furacões em qualquer lua alheia...

É isto! O céu e as palavras e o céu azul que me socorre
Brilha pelos oceanos que o teu rosto fascina e extasia.
Então, formato tua imagem e nos teus seios de asteróides
Navego com os meus lábios no mel das minhas fantasias...

O Sibarita

Caro leitor, Porta Curta da vez é "BALA PERDIDA"
Com Alexandre Rodrigues, Camila Pitanga, Emiliano Queiroz e Lúcio Mauro
O trajeto de cinco balas em premiadíssimo curta que conta com Camila Pitanga e Tuca Andrada.

Bom diverimento!

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segunda-feira, outubro 08, 2007

DESERTOS...

Desertos...

A brisa já não murmura na noite quieta e mansa
Ventanias e tempestades na vinheta cor-de-rosa
Faz do vosso humano coração o fel que me alcança,
E no azul, a paisagem recobre o dia, sufoca, tosa...

Se conosco, agora, por vosso desejo somos desertos,
O meu silêncio será a vossa dor e não há como fugir
Estou impregnado no vosso querer de frio alabastro
Se em vós no esplendor lunar a máscara da noite ri...

Ensombrando o chão que foge na distância da aurora
E, lá fora o céu de inverno, o vento, a chuva e o frio.
Jamais fingi o sonho que sustentei em vós e no agora
Esse sol gelado dependurado num horizonte vazio..

Sei... Rindo ao redor, então, sinto o vosso menoscabo.
Na fogueira dos sonhos crepita a sordidez dos amores,
Na solidão das areias componho a ária do meu silêncio,
Como tuaregue faço sonata no Saara do vosso coração...

O que fiz? Tramas nascem e cavalgam na farsa... Amada,
Então, partistes? Não vi vossas lágrimas caírem e caíram?
Vosso caminho, agora, é vasto e cru. A solidão é a estrada!
E a palavra é amor, a outra é amor e a essência é a paixão.

No metafísico os caminhos azuis não são esquivos na passada,
Como esquecer os nossos olhares, os nossos beijos, nossa voz?
Que aura conduz vosso gesto no fel da imprecisão das horas?
Mas, como dissolver em adeus os nossos passos? Dizeis vós!

O Sibarita

Caros leitores o Porta Curta dessa semana é IMPERDÍVEL "Cartas da Mãe"
Documentário De Fernando Kinas, Marina Willer 2003 28 min
Premiado documentário sobre o genial cartunista Henfil.
Cartas da mãe é uma crônica sobre o Brasil dos últimos 30 anos contada através das cartas que o cartunista Henfil (1944/1988) escreveu para sua mãe, Dona Maria. Estas cartas, publicadas em livros e jornais, são lidas pelo ator e diretor Antônio Abujamra enquanto desfilam imagens do Brasil contemporâneo. Política, cultura, amigos e amor são alguns dos temas que elas evocam, criando um diálogo entre o passado recente do Brasil e nossa situação atual. Artistas, políticos e amigos de Henfil, entre eles o atual Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o escritor Luis Fernando Veríssimo, os cartunistas Angeli e Laerte e o jornalista Zuenir Ventura, falam sobre a trajetória do cartunista dos anos da ditadura militar até sua morte. Animações inéditas de seus cartuns complementam o documentário.

OUÇAM: WWW.SIBARITAWEBRADIO.COM

quarta-feira, outubro 03, 2007

VESTÍGIOS...

Vestígios...

Ai Deus! Como um rio, água humilde sou.
Correi doçuras e dor. É ela, assim, lasciva.
Ó, nos teus vestígios, dizei-me: aonde vou?
No meu olhar, tu ali viva, passou, tão viva...

Agora, eu te digo: teu corpo é pássaro e fruto.
Cabelos de fogo e cobre, água deslumbrante
Em fuga, relâmpago sem memória, noturno.
E essa crosta e limbo dentro de ti, escamante...

- O que dizes amor?

Essa poesia.
Da onde será que ela nasceu?

Vestígios e desejos.
Águas marinhas.

Veio dos vestígios ou do sal?
Esses dois que moram no fundo e no fim.

- De quem falas meu bem, do mar ou de mim?

De ti! Foram os teus passos trazendo o fogo no olhar
Que cravaram uma lança na paixão e o tempo gelou.
Minha senhora vestida de sonhos com franjas do luar
Ou o amor não é amor ou ninguém nunca te amou...

Há fogo, há sóis intactos
E algo cintilante e solto
Que flameja, foge no vestígio casto
Onde, um vento revolto
Apaga os rastros...

O Sibarita

Caros leitores o Porta Curta dessa semana é com o falecido Chico Science, Regina Case e Fred 04 “A Perna Cabiluda” é um documentário IMPERDÍVEL. Uma misteriosa aparição causou pânico em Recife nos anos 70! Da mesma equipe de Cinema, Aspirinas e Urubus, um dos melhores longas brasileiros dos últimos tempos. De Beto Normal, Marcelo Gomes, João Júnior, Gil Vicente 1997 19 min.

DEPOIS OUÇAM A WWW.SIBARITAWEBRADIO.COM MÚSICA E ATITUDE, SE LIGUE!