segunda-feira, dezembro 31, 2012

2013, ANO NOVO!

 
2013 o Ano Novo!
 
Nos céus, pipocam os fogos, o ano novo chega à paisagem,
A noite sangra as últimas réstias do ano velho, desembarco!
É o tempo rodando a sua foice deixando no céu a passagem
Para as boas vindas do novo ano e com ele, eu no vácuo...
 
Ai meu Deus! O ano velho com a espinhela caída abriu o gás,
De cacete na mão, (kkk) resmunga da mocidade ida, ele pirou.
Já no horizonte, o ano novo sai do berço cheio de luz, sagaz,
Ele chega retado na chama dos desejos, arrepiando, diabolô...
 
Rebocado, o coro come e olha-me uma lua bandida, franca
Perfumada, largada, toda gostosinha nesta noite de escopo.
Tomei banho de folha, sal grosso e alfazema, roupa branca,
Guia de Ogum e o patuá de Oxalá no peito, fechei o corpo!
 
Meia noite anda mundaréu e nos espelhos reflete-se o fogo,
Gigolôs, mundanas e musas, o reggae, a libido e a afrodisia
Troféus tremulam no bel-prazer, a  carne fervilha os gozos,
Na beira-mar vertem sodômicamente a mais pura euforia...
 
No meu pensamento: Ô mãe, cadê você? Não veio, por quê?
Tá tirando onda é? Vai se lenhar todinha, viu? Uma rastafari
Olhar de lança na dança do amor, mira, alucina e ao me ver,
A negona que não é judoca quer dar ippon em vários wazaris...

 Se tiver que ser, será! Esse seu sorriso no olhar vai desaguar,
Os seus olhos é que nem luz de candeeiro, se apaga nos véus.
Tenho fome e sede! Nos passos do afoxé, o atabaque é ijexá,   
No meu peito: um mar de saudade a sete léguas do seu céu...

                                                                                         
NR. Poesia compartilhada a seis mãos e não necessariamente as estrofes estejam na ordem dos autores.
 
O Sibarita – O ouro da Babilônia! Foi um prazer compartilhar, agora, lá eles são malucos. kkkk
 
Zé Corró – As duas melhores estrofes são minhas... é com lá ela e  RC, eu sou o cara! kkkkkk
 
Zé Lalado – Nada disso! As minhas sim, tem nome e sobre nome. Se ela abrir a guarda! rsrsrsrs
 
NÓS DESEJAMOS Á TODAS(OS) LEITORAS(ES) UM 2013 CHEIO DE VITÓRIAS E QUE SE CONCRETIZE CADA SONHO!
 
Zé Corró, Zé Lalado e o Sibarita

quarta-feira, dezembro 26, 2012

VISAGEM

 
Visagem 
 
A vaga, agora, cruza o silêncio de agonias.
E, comigo, uma lua de miragem orvalhada,
Ao léu, sai e encontra-te na calada dos dias
Sob um céu amaranto de seiva evaporada...

Piro, viajo na maionese e no olhar esquivo
Sol e lua no mar em crepúsculo espelhado
Franqueando a noite para um céu risível
Nos lábios da tarde ardentemente curvado.

Então, eu te sinto lúdica e aromal que se revela
Espreitando o meu caminho com o teu perfume
De flores sugadas em rondas de pura quimera...

Contigo, estrela e brilho que a noite inflama
Na placidez dourada dessa alma leda e cega.
Valha-me Deus! Pelas trevas, tu me chamas...

O Sibarita
 
Se ligue neste final de ano na Humaitá Web Rádio
Cada música retada de boa!
 

domingo, dezembro 23, 2012

BEM-AVENTURADO NATAL!

Bem-aventurado Natal ...

"...Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel!" (Assis Valente)


Valha-nos Jesus Menino!
Você vê
o farol da  Barra
iluminando a Bahia
de todos os Santos,
ao fundo, a ilha de Vera Cruz
embelezando o seu recanto!
Você não vê
os alagados, a maré, os casebres
de tábuas sobre caibros
balançando ao léu com sua gente
tirando do lixo o sustento!
Não faz parte da sua história
esse povo sem memória...
Você vê
A lua chegar por sobre o seu pedestal
para iluminar a sua mesa farta
de produtos importados
na ceia de natal.
Você não vê
Crianças famintas pelas ruas,
nas sinaleiras, fora da escola
cheirando cola, não faz parte
do seu dia a dia essa escória!
Você vê, revê
abraça os seus amigos
na ceia natalina
ao lado dessa gente fina
grudada em sua resina...
Você não vê
crianças barrigas de lombrigas
num céu de desesperos
com estrelas hidráulicas
sustentando as pontes
que balançam aulicamente
nas asas dos ventos...
Você vê
os seus filhos
saírem para a balada do natal
cheios de presentes:
roupas, tênis de marcas
e coisa e tal...
Você não vê
o natal das crianças da maré
a espera de Papai Noel
com tamancos rachados
nas janelas dependurados...
E pela manhã, nenhum brinquedo,
nenhuma boneca, nenhuma bola
Papai Noel nunca vem, disfarça!
Isso, não lhe corta o coração, você isola...
Você vê
o dia amanhecer
tendo a mesa farta e o peru do natal
na confraternização e trocas de presentes.
Com a boca escancarada
e o sorriso entre os dentes
agradece esse belo momento.
Mas, você não se liga em Jesus
e nos seus ensinamentos
tocando em seu coração,
então, você vira o rosto
para o seu irmão faminto
quando Ele mandou repartir o pão.
Você não vê
o natal banquelo nos alagados
 sobre os caibros
e que pela manhã o sol chega,
olha, disfarça e sem esperança
lacrimejando se joga das pontes
submergindo nos pinicos
de maré lentamente...
Você vê
a ficha cair, mas, não está nem aí
do seu baú de ouro
reluzindo o seu tesouro
com o mundo aos seus Pés
e Deus lhe olhando de viés!
Você não vê
o rumor dos seus passos
atados nos percalços
das trevas do seu coração
e no sentido oposto
a escória enxugando
as lágrimas do seu rosto
nesse poema parodiado
do seu espelho congelado!

Você vê,
apenas, lê
o zen astral
do seu signo
na coluna social
de qualquer jornal...

O Sibarita

quarta-feira, dezembro 19, 2012

SELENE/CÍNTIA

 
Selene/Cíntia
 
 Vós que viveis do silêncio intocado nos eus,
Bato às portas dos vossos céus em tentação.
Entrego-me em domicílio, devaneios meus,
Céu feroz, castelo de areia, amor e sedução...
  
Observai a vossa armadura, abrigo invisível.
Aos vossos olhos, vereda do tempo, destino
Refletindo sombras em brilho do céu risível,
Direção de sonhos ouvindo os vossos sinos...
 
Morrente astro, coro de sabiá e Cíntia nua,  
Em vosso peito, ressonam, cantos perdidos.
Primavera e outono, plúmbeas noites cruas,
No cerne: um amor mirado e outro sentido...
  
Finos duendes, noites frias, orvalhos frescos,
Silêncio e sossego dos dias quando nada flui.
Névoas, quimeras arquejando de vós, ar seco
E o luar das lajes na cerração se mostra à luz...
 
 O pensamento que gira amor alastra desejos,
Na copa dos meus olhos, ecoa, dissemina sóis.
Alento e consolação defletem meus espelhos,
Selene, o crepúsculo original anoitece em vós...
 
O Sibarita

Conheçam: www.florvioleta.com.br

Ouçam: www.radiohumaita.com.br  programação natalina da zorra!
 
 
 
 
NEGROS, HERÓIS.



Beatriz Nascimento
 
Intelectual, pesquisadora e ativista, Beatriz Nascimento nasceu em Aracaju, em 12 de julho de 1942, filha da dona de casa Rubina Pereira do Nascimento e do pedreiro Francisco Xavier do Nascimento.
 
Teve a trajetória interrompida foi assasinada quando fazia mestrado em comunicação social, na UFRJ, sob orientação de Muniz Sodré.
 
Beatriz foi assassinada ao defender uma amiga de seu companheiro violento, deixando uma filha. Faleceu em 28 de janeiro de 1995 no Rio de Janeiro.

Formada, passaria a trabalhar como professora de História da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, articulando ensino e pesquisa. Nessa mesma época, passaria a exercer sua militância intelectual através de temáticas e objetos ligados à história e à cultura negras. Esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF), compartilhando com estudantes negros universitários do Rio e de São Paulo a discussão da temática racial na academia e na educação em geral. Exemplo dessa militância intelectual foi a sua participação como conferencista na Quinzena do Negro, realizada na USP, em 1977, evento que se configurou como importante encontro de pesquisadores negros.

Concluiu a Pós-graduação lato sensu em História, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1981, com a pesquisa "Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas", mas seu trabalho mais conhecido e de maior circulação foi o filme Ori (1989, 131 mim), de sua autoria, dirigido pela socióloga e cineasta Raquel Gerber. O filme, narrado pela própria Beatriz, apresenta sua trajetória pessoal como forma de abordar a comunidade negra em sua relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade, emblematicamente representados na ideia de quilombo.

Beatriz Nascimento, ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das temáticas relacionadas ao racismo e aos quilombos, abordando a correlação entre corporeidade negra e espaço com as experiências diaspóricas dos africanos e descendentes em terras brasileiras, por meio das noções de "transmigração" e "transatlanticidade". Seus artigos foram publicados em periódicos como Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, além de inúmeros artigos e entrevistas a jornais e revistas de grande circulação nacional, a exemplo do suplemento Folhetim da Folha de S. Paulo, Isto é, jornal Maioria Falante, Última Hora e a revista Manchete.


 

Carolina Maria de Jesus (1914 - 1977)
 
Carolina Maria de Jesus nasceu no interior de Minas Gerais, em Sacramento, no dia 14 de março de 1914. Vinda de uma família extremamente pobre, tinha mais sete irmãos e teve que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Por isso, estudou apenas até o segundo ano primário.

Na década de 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé. Ganhava seu sustento e de seus três filhos catando papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário.

Segundo Magnabosco, "mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento por ser negra e pobre, Carolina revela, através de sua escritura, a importância do testemunho como meio de denúncia sócio-política de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade".

Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo, que vendeu mais de cem mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas. Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem Despertar de um sonho (inédito no Brasil).

Em 1963, Carolina publicou, pela editora Áquila, o livro Pedaços da Fome, com apresentação de Eduardo de Oliveira. Em 1965 publicou Provérbios.
 
Em 1977, durante entrevista concedida a jornalistas franceses, Carolina entregaria seus apontamentos biográficos, onde narrava sua infância e adolescência. Em 1982 o material foi publicado postumamente na França e na Espanha, sendo lançado no Brasil em 1986, com o título Diário de Bitita, pela editora Nova Fronteira.

Carolina foi uma das duas únicas brasileiras incluídas na Antologia de Escritoras Negras, publicada em 1980 pela Random House, em Nova York. Também está incluída no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, publicado em Lisboa por Lello & Irmão.

Carolina faleceu em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977.

O Sibarita
 
 

quarta-feira, dezembro 12, 2012

BUGANVÍLIA

  Buganvília
 
Diva, na caridade dos sentidos a ternura inflama,
Acende-se e caminha nas entrelinhas da estação.
O amor denso, castiço ajunta a clareza da chama,
Da primavera, das borboletas. Brisa do coração...
 
Quando o teu amor por acaso se despojar de mim,
Vestirei a couraça do céu na harmonia dos ventos.
Cavalgarei no avesso da paixão deste poema de ti,
Ao coração que permanece e expira nos silêncios...
 
Pois, é tempo de compreender a lucidez do amor,
Abrir as cortinas/janelas e admirar as buganvílias.
No vago do teu olhar abriga-se, se desfolha a flor,
O peito que se apaga junta os cacos das estilhas...
 
A galope, o amor volta curvado, entre, espinhos.
Mas, em mim, a conspiração do teu olhar corrói,
Os pássaros sibilam, o dilúvio bebe do teu vinho,
Comei o pão, há querer. E, não há ti. É amor e dói...
 
Eis o satélite de suspiros que nos é apresentado.
O poeta abre o seu arquivo: dor, alegria e alento,
Ao separar a luz das trevas no que fui teu amado,
 Desfloresce a paixão, ecoa a primavera ao vento...
 
O Sibarita


NEGROS, HERÓIS BRASILEIROS


MÃE ANINHA


ATAULFO ALVES

terça-feira, dezembro 04, 2012

OYÁ! SALVE IANSÃ!


Rita Ribeiro e Maria Bethânia cantando Iansã de Gil e Caetano.
 
DESLIGUE A HUMAITÁ AO LADO.
 
Oriki
  
Eparrê Iansã! Fia, cadê você com o amuleto de Xangô?
Oyá! Fiz oferenda: Milho branco, arroz, feijão e acarajé.
Para a Deusa dos ventos, das tempestades, toco agogô
Chamando seus desejos de entregas, tô todo a migué...
  
Ô dengo dos olhares desertos em firmamento nublado,
De joelhos, pago promessa à dona dos ventos e trovões.
Relampejou, viu dengosa? Eu tô todo avexado e retado,
Saravá! No auê dos néctares quero você na minha mão...
 
 Minha Oyá quero essa nega e com ela a vida virar ardor, 
Sem tempestades, traze-me a dona moça do casto olhar.
Piriguetezinha, cheia de nove horas, estrela e toda flor,
Aimôpai! Seu corpo: ervas omin ojú para me enfeitiçar...

 Ô mãe! Seu nego aqui tá todo porreta na boca de espera
Tá piripicado, farei mil e um agrados, viu? Vá imaginando
Bom, né? Você toda entregue, bem assim, safadinha, fera.
Mas, você não é cobra, é? E por que quer vir rastejando?
 
 Venha mainha, meu amor, minha bulimia, minha sede,
O seu nome tá desfraldado no andor, esplendor ao léu.
As flamas: vaidade da sua carne desnudada numa rede 
É carne na carne: erupções em lavas de gozos, ó céus...
  
O Sibarita
 



Baianês:
 
Eparrê Iansã e Oyá – Saudação a Iansã em Iorubá
A migué – A vontade, sem compromisso.
Dengo – Chamando a mulher que se quer carinhosamente.
Dengosa – Mulher que faz muitos agrados ao seu homem.
Avexado, retado – Homem agoniado, não quer perde tempo.
Saravá – Bem vinda (o).
No auê – No amor.
Piriguetezinha – Mulher danada, mulher delícia.
Aimôpai – Ai meu pai.
Omin Ojú - Tipo de erva que Iansã gosta. 
Ô mãe - Ô mulher.
Seu nego aqui tá todo porreta na boca de espera – Seu homem está todo bonito na espera.
Tá piripicado – faça fé, acredite.
Toda entregue – Toda desejosa.
Todinha fera - toda Gostosa, toda boa.
Venha mainha - Venha meu amor.
 
CONHEÇA MAIS IANSÃ
  
Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.

Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.

Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.

Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
 
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
 
Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase "estou apaixonado" tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.

Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.
 
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.

Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
 
Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.
É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.
 
MITOLOGIA
 
Embora tenha sido esposa de Xangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários reis. Foi paixão de Ogum, de Oxaguiam, de Exu, Conviveu e seduziu Oxossi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaê. Sobre este assunto, a história conta que Iansã percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.
 
Em Ire, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganho deste o direito de usá-la. No auge da paixão Ogum , Iansã partiu, indo para Oxogbô, terra de Oxaguian. Conviveu e aprendeu o uso do escudo para se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguian o direito de usá-lo. Quando Oxaguian estava tomado pe paixão por Oyá, ela partiu.

Pelas estradas deparou-se com Exu. Com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher, Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã. Todavia, com Oxossi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exu. Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxossi e Oxum e com ele aprendeu a pescar.
 
Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação). Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã tratou de insinuar-se:

 - Como vai o Senhor das Chagas?
 
No que Obaluaê respondeu:
 
- O que Oyá quer em meu reino?
 
- Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos!
(Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxossi, Oxaguian e Ogum).
 
Durante horas Iansã dançou, sem emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzir Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim, dirigiu-se ao homem da palha.
 
- Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a espada; com Oxaguian, o escudo; com Oxossi aprendi a caçar; com logun-edé a pescar; com Exu aprendi os mistérios do fogo. Falta-me apenas aprender algo contigo.
- Você quer aprender mesmo, Oyá? Então, ensinar-lhe como tratar dos mortos!

 De inicio Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los.

Partiu, então Oyá, para o reino de Xangô. Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso... aprendeu a amar verdadeiramente e com um paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.

O fogo é o elemento básico de Iansã. O fogo das paixões, o fogo a alegria, o fogo que queima. Iansã é o Orixá do fogo...
 
E aquele que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, é digna de pena e mais digna, ainda, do perdão de Iansã.

http://mariapadilhadasalmas.no.comunidades.net/index.php?pagina=1878999461

quinta-feira, novembro 29, 2012

HERÓIS, NEGROS DO BRASIL


Novos filmetes “HERÓIS DE TODO MUNDO”, são muitos, agradecemos à todos os comentários da primeira postagem, continuem engrandecendo os seus conhecimentos assistindo aos novos vídeos. VEJAM TODOS, É UMA BOA, FAÇAM FÉ!
 
  PAREM A RÁDIO HUMAITÁ AO LADO
  

JULIANO MOREIRA

Juliano Moreira nasceu em uma família pobre, no dia 6 de janeiro de 1873, em Salvador. Muito jovem, em 1886 aos 13 anos de idade entrou na Faculdade de Medicina da Bahia. (Primeira Faculdade de Medicina do Brasil) Formou-se aos 18 anos em 1891, torna-se professor dessa mesma Faculdade no mesmo ano e, na época, já tinha trabalhos publicados em várias revistas científicas na Europa. De 1895 a 1902, freqüentou cursos sobre doenças mentais e visitou muitos asilos europeus (na Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Escócia).



 
MÃE MENININHA DO GANTOIS
 
Mãe Meninha do Gantois, a mais famosa Mãe de Santo do Brasil, uma mulher a frente do seu tempo. O terreiro do Gantois também um dos mais importantes do Brasil. Caetano, Gil, Gal Costa, Bethânia, Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Caribé e muitos outros são alguns filhos de Santo do Gantois.
 


João Cândido Felisberto, Almirante Negro
 
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, em 1880. Filho de ex-escravos, aos 14 anos entrou para a Marinha, instituição que na época era composta por 50% de negros, 30% de mulatos, 10% de caboclos e 10% de brancos. João Cândido entrou para a História como líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, contra os castigos físicos impostos aos marinheiros. Por conta deste evento, foi apelidado de Almirante Negro.

Mais: http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/joaocandido


Chiquinha Gonzaga, Francisca Edwiges Neves Gonzaga
 
Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 1847. Seus pais -- uma mulata solteira e o Marechal Jose Basileu Neves Gonzaga, na época primeiro tenente -- só viriam a se casar quando Chiquinha tinha três anos. Por conta da família paterna, Francisca teve a educação esmerada dada às moças de boa estirpe no século XIX.
 


Negro Cosme
 
Líder da insurreição negra que fez parte da Balaiada. Uma das maiores rebeliões populares da História do Brasil. Negro Cosme defendeu o fim da escravidão.Cosme Bento das Chagas nasceu em Sobral, CE, por volta de 1800. Nasceu livre e vivia de pequenos expedientes, sabia ler e escrever. Foi preso em 22 de setembro de 1830, por ter assassinado Francisco Raimundo Ribeiro em Itapecuru-Mirim, sendo enviado à capital São Luis. Cosme fugiu da cadeia em 1° de maio de 1833, depois de liderar um levante de presos. Ficou foragido até 1838, quando foi capturado em Codó. Neste tempo ficou escondido em vários quilombos da região de Itapecuru Mirim.
 
NR. NOS ENSINAM NA ESCOLA QUE DUQUE DE CAXIAS É UM HERÓI, OLHA O QUE ELE FEZ COM O NEGRO COSME.
 
 
Antonieta de Barros
 
Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, em 11 de julho de 1901. De família muito pobre, ainda criança ficou órfã de pai, sendo criada pela mãe. Ingressou com 17 anos na Escola Normal Catarinense, concluindo o curso em 1921.Ao longo de sua vida, Antonieta atuou como professora, jornalista e escritora. Como tal, destacou-se, entre outros aspectos, pela coragem de expressar suas idéias dentro de um contexto histórico que não permitia às mulheres a livre expressão; por ter conquistado um espaço na imprensa e por meio dele opinar sobre as mais diversas questões; e principalmente por ter lutado pelos menos favorecidos, visando sempre a educação da população mais carente.

Mais: http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/antonietadebarros

 
NA PRÓXIMA SEMANA MAIS POSTAGEM SOBRE ESSES HERÓIS NEGROS.
 
O Sibarita
 
 
 
 


terça-feira, novembro 27, 2012

NEGROS, HERÓIS DO BRASIL!


Caro(a) leitor(a), por comemoração do novembro negro (Consciência  negra) coloco vários filmetes chamados de HERÓIS DE TODO MUNDO patrocinados pela PETROBRAS sobre os negros brasileiros que não são ditos, falados nas escolas e mídias. Infelizmente, esses HERÓIS NEGROS  são desconhecidos da maioria do povo brasileira.

Está nação se fez pelas mãos escravas, com os movimentos negros nascidos na Bahia, como ILÊ AIYÊ, OLODUM, INSTITUTO CULTURAL STEVE BIKE e MNU-MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO. A nível nacional A COR DA CULTURA. A nível de Governo Federal a FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES vinculada ao Ministério da Cultura é a partir dessas ações que começa a INCLUSÃO dos NEGROS  em todos os setores da sociedade brasileira.

Aquele leitor(a) que se dispuser a assistir os filmetes terá oportunidade única de aumentar os seus conhecimentos e orgulho de ser negro e dos negros deste pais.

Agradecemos à PETROBRAS pela iniciativa e patrocínio do projeto HERÓIS DE TODO MUNDO, ao Governo Federal que vem inserindo nas Universidades públicas as COTAS RACIAIS  para os negros o que é muito importante, apesar, dos partidos de direita DEM, PSDB e PPS  entrarem no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL contra as cotas, mas,  perderam por unanimidade, eles da direita não se conformam que o NEGRO é gente, é humano e que podem e devem galgar uma Universidade! Esses PARLAMENTARES QUE SÃO CONTRA AS COTAS RACIAIS acham que nós os negros devamos morrer analfabetos, para eles, NEGROS BOM, É NA COZINHA, AS DELES, PREFERENCIALMENTE!
 
CLIQUE e CONHEÇA:
 
http://olodum.com.br
http://www.stevebiko.org.br
http://mnu.blogspot.com.br
http://www.acordacultura.org.br/herois
http://www.palmares.gov.br/

Nestes dois primeiros filmetes a vida de Luiz Gama que nasceu livre na Bahia por ser filho de português com a escrava Luiza Mahim. Ela foi uma das que organizou a REVOLTA DOS MALÊS EM 1835 na Bahia. O pai de Luiz Gama atolado em dívidas o vendeu como escravo para a província de São Paulo. 
 
O Sibarita

 

 PARE A RÁDIO HUMAITÁ AO LADO, ASSISTA AO FILMETE SOBRE LUIZ GAMA.
 
Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 21 de julho de 1830 na provincia da Bahia. Era filho de um português e de Luiza Mahin, negra acusada de se envolver com a Revolta dos Malês, na Bahia a primeira grande rebelião urbana de escravos da história do Brasil. Aos 10 anos, tornou-se cativo, vendido pelo próprio pai.
 


LUIZA MAHIN
 
Personagem histórica, partícipe da revolta dos Malês. Figura histórica que lutou contra a escravidão. Viva na memória popular como símbolo de combate à sociedade escravista. Mãe biológica de Luiz Gama.
 
 
O Sibarita

sexta-feira, novembro 23, 2012

NEGUINHA

Neguinha
 
Aimôpai! Feche a cara, viu? Não como nada do seu alface,
Você tá andando de cara aberta, à toa, é o capim novo, é?
Em Jauá uma flor tenra agonia o meu juízo e sem disfarce,
Todinha cabaço, corpo violão quer  toda hora, até em pé!
 
Você está me querendo, é? Vou todo safadinho, viu?
O meu pensamento adeja, adentra em suas entranhas,
Não brinque com fogo não! Vai aguentar, vai? Tô a mil
E olhando a sua foto o meu corpo estremece na sanha...
 
Do seu corpo mundano, fogaréu supremo em chamas.
Mata lá eu, mata sua ordinária, venha deliciosa, venha! 
O desejo zanza, dobra nas suas curvas macias, lhe toma,
Na relva negra da sua pelve, pomar exíguo, a brenha...
 
Que me leva à todas as fantasias do seu corpo feitiço,
Ai mainha! Jeito coloquial, quentura de astro, paraíso,
Emoções despudoradas em que eu me atiro, me atiço,
Bálsamo ditoso, alcance, ápice do sexo, perco o juízo...
 
Rebentou Jauá:  Sol, lua, mar, céu. Tudo aqui é tão zen,
Doideira de estripulias, a geografia da vadiagem se faz.
Ao seu corpo de lua vadia, morro no seu cio meu bem,
Seus lábios, polpa de cajá, abafabanca, quero é mais...
 
Eu como, eu como, você!
 
O Sibarita
 

BAIANÊS
 
Aimôpai – Ai meu Deus.
Neguinha(o) – Amorosamente chamando uma mulher, um homem.
Feche a cara, viu? – Fique séria, seja séria.
Não como nada do seu alface – Não acredito em nada da sua conversa.
Você tá andando de cara aberta – Você está rindo demais, alegre, muito alegre.
À toa – A vontade, sem problema.
É o capim novo, é? – Está de amor, é o amor novo ou o novo amor é mais jovem.
Jauá – Lugarejo de praia no litoral norte de Salvador.
Uma flor tenra – Um donzela, uma moça jovem.
 Agonia o meu juízo – Instigar a pessoa com atos sensuais.
Todinha cabaço – Toda virgem.
Corpo violão – Corpo bem feito, desejoso.
Quer toda hora, até em pé – Que fazer amor toda hora até em pé.
Você está me querendo, é? – Você está com desejo de fazer amor comigo?.
Vou safadinho, viu? – Vou bem gostoso, bem desejoso.
Não brinque com fogo não – Não brinque com o perigo.
Vai aguentar, vai? Tô a mil – Vai encarar, estou com tudo.
Fogaréu supremo em chamas – Esta com o cio pelas alturas.
Mata lá eu, mata-me – Me mata de sexo, mata.
Ordinária – Mulher que sabe tudo de sexo.
Venha deliciosa, venha!  - Venha cheia de desejos.
Perco o juízo – Ficar doido.
Vadiagem – Fazer amor gostoso toda hora.
Abafabanca –  Tipo de picolé de fruta existente na Bahia é feito na cuba de gelo.
Eu como, eu como você! – Eu faço amor com você. Comer  tem esse sentido de sexo também.
 
O Sibarita