segunda-feira, março 30, 2009

SALVADOR 460 ANOS

ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE SALVADOR/BAHIA.

CAROS LEITORES, DESDE JÁ, AGRADEÇO A LEITURA DO TEXTO TODO QUE AO FINAL TEM DUAS POESIAS, ESPERO QUE LEIAM!

Caros leitores, em 1548 o rei dom João III de Portugal instituiu o governo-geral para o Brasil fortalecendo a colônia ao criar uma unidade administrativa, política e militar, além de protegê-la dos estrangeiros que queriam lucrar com a economia local. Com essa determinação em 29 de março de 1549 desembarca na terra colonizada a frota de Tomé de Souza com 12 embarcações, vieram: um arquiteto, carpinteiros, pedreiros e alguns degredados que foram expulsos de Portugal após desobedecerem às leis da Coroa. Assim, nesta data ao desembarcar Tomé de Souza funda a cidade de São Salvador, hoje Salvador, capital do estado da Bahia, sendo o primeiro município e a primeira capital do Brasil. Portanto, Salvador completa hoje 460 anos.

Apesar destes anos todos, Salvador continua com bolsões de misérias espalhados por vários bairros. É vidente por culpa dos políticos de plantão que solaparam e solapam esse povo sofrido e negado a ser feliz. Nós soteropolitanos, estamos orgulhosos apesar de tudo.

Salvador é a terceira maior capital do Brasil, são 50 km de praias a maior de todas as cidades brasileiras e diga-se que a Bahia é o maior litoral brasileiro. Onde ficam as melhores e mais bonitas praias do Brasil? É claro, em Salvador, sendo a praia do Porto da Barra onde Tomé de Souza desembarcou uma das mais bonitas do mundo! Quem mais cantou o mar? Olha aí o Dorival Caymmi! A lusa-brasileira Carmen Miranda se destacou como cantora para o mundo cantando as eternas canções do Dorival Caymmi e em especial “O Que é Que a Baiana Tem?”. Somos o povo mais alegre do país com o seu próprio linguajar. Tá rebocado, piripicado se não for! Olha aí! Na cultura brasileira em qualquer seguimento vamos encontrar um baiano. O Movimento Tropicalista quem fundou? Olha aí o Gil, o Caetano, a Gal, o Tom Zé, Novos Baianos e muitos outros. A Bossa Nova quem inventou? Olha aí o João Gilberto! Quem inventou o trio elétrico? Olha aí o Dodô e o Osmar! Onde é o maior carnaval do mundo? Olha aí a cidade de Salvador! Onde tem o maior número de igreja católica do mundo? Olha aí Salvador de novo, são 490, isto quer dizer que podemos ir a cada dia em uma no ano todo e ainda faltam dias ver as outras. São igrejas com conjuntos arquitetônicos de séculos passados! Quem é o maior poeta brasileiro? Olha aí o Castro Alves! Quem é o Boca do Inferno da poesia brasileira? Olha aí o Gregório de Matos! Quem é a maior atriz e musa do teatro brasileiro? Olha aí a Bibi Ferreira! Quem é o maior diretor de cinema do Brasil e reconhecido mundialmente? Olha aí o Glauber Rocha! Quem é o maior escritor brasileiro? Olha aí o Jorge Amado! Quem é o outro maior escritor brasileiro? Olha aí o João Ubaldo! Bom, paro por aqui, se não terei que escrever muito... e os senhores não pensarem que sou bairreirista demais!

Como parte dos festejos do aniversário de Salvador, a Escola União Comunitária do bairro do Jardim Cruzeiro (Alagados) fez uma gincana entre os alunos que deveriam trazer moradores do bairro que apesar das dificuldades conseguiram entrar numa universidade dando exemplo. Sendo todos os convidados entrevistados pelos próprios alunos o achamos muito bom.

Bom, como um dos convidados o que me orgulhou muito, muito mesmo, emocionante! Eu que tenho duas poesias cedidas e adotadas por algumas escolas públicas de Salvador. Fui perguntado várias vezes sobre elas (Alagados (Palafitas) e João palafitas) e outras que falo sobre a minha infância na maré. Me comprometi as colocar aqui no blog novamente, assim, cumpro.

Meus sinceros agradecimentos aos Diretores da Escola União Comunitária nas pessoas dos Professores Joabe Santos e Ivanilde Oliveira, aos professores Luzia, Marcos, Pedro, Ana Maria, Joana Silva, Antonio Pedro, Jussara , Raimundo, Rita Maria, Leôncio e Rui.

Aos alunos que deixo de nominá-los por serem muitos quero dizer que foi uma tarde muito gratificante e de aprendizados para mim. E que só se vence na vida mesmo com dificuldades quando enfrentamos de frente: recuos, medos, tropeços, incompreensões, preconceitos e tudo mais que vem de encontro no nosso caminho para sair do estado miserável que se vive com perseverança, atitude, grandeza, humildade e acima de tudo acreditar e ter DEUS e o MESTRE JESUS no coração!

A todos vocês o meu muito OBRIGADO e, em frente, sempre...

NHCA (O Sibarita
)

AQUI AS POESIAS!

ALAGADOS (Palafitas)

Os versos,
são memórias e sonhos
da maré como lembrança
nos desejos da infância
vivida nas palafitas...

De pés descalços
correndo sobre as pontes
catando raios de sol
nas asas de um beija-flor!
Meu coração tinha enredos:
Melancolia e fantasias
palpitavam como folias
e desfilavam sem alegorias....

À noite
os momentos eram
infinitos, um fifó aceso
espantando a escuridão,
gatos lânguidos esfomeados,
ratos correndo dos algozes
e tamancos rachados
fugindo da leptospirose...

O tempo a noite
sempre se estendia.
Eu tentava empurrá-lo
com as mãos, pura agonia!
Ele teimava desfilar, entre
os meus dedos lentamente...
Segundos, minutos, horas e dias.
Parava o tempo!

Uma Ave Maria e um Pai Nosso
para amenizar o sofrimento...

Pela fresta,
via-se as últimas gotas
de estrelas trêmulas
circulando sobre
tábuas podres sobrepostas
e esqueletos de caibros
sob a lua que ludibriava
os telhados...

O dia
florescia pela enchente
atiçada pela maré de março.
Em cada barraco, olhos velados
retiravam o que tinha e o que não tinha...
Sufoco! O povo dos alagados
recorria a todos os santos,
sob a luz de um sol minguado...

Correi marezeiros!

Há nas pontes,
dependurados e sombreados:
desejos da vida, sangue em lágrimas,
trapos velhos e penicos furados
rasgando o ventre dos sonhos,
agora, macerados!

Bocas de caranguejos
asas de morcegos
e nenhuma flor como desejo...

A maré cheia
convidava ao mergulho.
Crianças davam caídas,
era o prazer do corpo na água,
o debater de braços e pernas, nadar!
Ingenuidade da flor idade...
Na borda do prazer,
a cilada montava o cenário
entre lixos, galhos e estacas.
O perigo é fatal... Tarde demais!
No azul, um sol de tempestades.
A morte é crua, a felicidade é fugaz...
Na adversidade mais um que se vai!
Erguia-se um silêncio,
há uma alma de desespero,
em fuga, pede a extrema-unção!
A tarde uivava, a dor se curvava,
nenhum padre, nenhuma benção,
mas, à noite te virá em orações!
Naqueles momentos,
a maré cumpria a sua sina,
vestia-se de cinza
e nos desesperos das lágrimas,
uma chuva fina...

Mas, não sei, era paradoxal!
Pratos vazios, tripas em revoluções,
urubus, cachorros e ganhamuns
lutavam por comidas no beira mangue.
Siris magros e mariscos aferventados,
crianças amareladas exangues.
O prato se repartia, mercúrio disputados,
lombrigas faziam greve de fome...
Um novo dia pintava, era a dona esperança!
Ela enganava à todos, saia de fininho e
se jogava das pontes, comida para pratos vazios.
Ai Deus! A fome rugia nos alagados, nua!
Enquanto, a morte, despudoradamente deitada
nos telhados filmava a cena de binóculo
na aba de pratos sonhados...

Sob um céu de jade,
natal chegava com luas estreladas!
Nos olhares quanta alegria
escondendo a dor, a melancolia...
Os barracos eram enfeitados,
no piso de tábuas carcomidas
a areia branca dava um toque mágico,
nos alagados enfim, tinha vida!
Nos jarros barro,
galhos de pitanga e espada de Ogum.
Folhas de arruda presas nas portas,
sal grosso nos telhados e alfazema
para espantar os maus olhados,
gatos pretos ludibriados...
A noite é o olhar e virá em clarões!
Nas janelas: nenhum chinelo, nenhum tamanco...
Papai Noel nunca vem, ele disfarça
e nem ao menos uma bola, uma boneca...
Crianças da maré sonham descalças!

No fundo de nós,
uns olhos de tormentos
torturados por natais iguais,
a procura de manhãs desiguais!

Valei-nos, Jesus menino!
Lembrai dos vossos pequeninos,
em vossas mãos os nossos destinos!

O Sibarita


JOÃO PALAFITAS

Acordou, escovou
os dentes com carvão,
olhou a mesa, pratos vazios...
Ruminou com os olhos a fome.
Abriu a janela, viu
um sol nascente mirrado,
mas que enche bocas vazias,
dependurado nos caibros...
Rogou aos céus!
Passou pó de pemba no peito,
colocou o patuá no pescoço,
fechou o corpo!
Apanhou o velho gereré,
chamou por Ogum de Ronda
e desceu para a maré.
Foi mariscar...
Papa-fumo,
canivete e rala-coco.
Siris magros,
caranguejos e aratus.
Não acreditou!
Passou as mãos nos olhos,
viu a fonte do seu alimento,
sem ao menos lhe darem
outro meio de sustento
aterrada pelo lixo
da noite para o dia!
Chorou nas mãos
toda a sua agonia...
Enquanto,
ratos, baratas e urubus
faziam a festa, sorriam!
Ainda restava
um pinico de maré.
Não pensou duas vezes:
no gereré rasgado
deu algum nó
e pescou magros baiacus.
Tinha ali o seu pôr-do-sol!
Subiu as pontes,
passou no boteco,
cacete-armado de Tonho de Zene,
pediu uma e deu para os santos,
depois, tomou três poca-olho.
Saiu mambembe,
revirando os olhos, zarolho...
Chegou no barraco, sem tirar as tripas,
feliz, jogou na panela os baiacus!
Danação de fome... Aferventados,
encheu o prato, agradecido,
fez o sinal da cruz!
Chamou para dentro o alimento,
enganou ali todo o sofrimento...
Deitou, dormiu por breve momento,
sonhou com uma vida melhor,
com a primeira namorada,
como seriam os filhos ali
sem escolas, sem horizontes,
só lixos, ratos e baratas por todos os cantos
e nenhuma felicidade por encanto.
Bateu escuridão! Acordou,
com o serviço de alto falantes
São Lázaro tocando: “Eu não
tenho onde morar...”
Deu caruara, guenzo
correu para o penico,
o corpo trêmulo, suava!
Ainda tomou um chá de velame
para rebater o veneno dos baiacus
que lhe tinham saciado a fome.
Deu vexame!
Colocaram o corpo moribundo
no carrinho de mão,
correram pelas pontes
Santo Antonio e Copacabana
em busca de socorro.
Chamaram Dona Joana rezadeira.
Ela, com três galhos de guiné
e um dente de alho macho
rezou o corpo de João
pensando que era mal olhado...

Tarde demais!

João, ainda, semi-inconsciente,
Pensou em Gilda sua namorada,
no terreiro de Candomblé, era corujebó,
na roda de capoeira, nos pais,
nos amigos de infância,
no ano novo chegando,
na mesa farta que nunca teve
e em uma vida melhor com esperança.
Deu o último suspiro,
ficou tudo na lembrança...

Nas rodas de capoeiras
o luto dos beribaus,
nos terreiros,
o silêncio dos atabaques!
Nos barracos pendurados
um céu cinza nos olhares...

Deus sabe!

O Sibarita

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quinta-feira, março 26, 2009

BRISEIDA, AFRODITE...

Briseida, Afrodite...

Roubo-te os lábios, neles, me afogarei no favo de mel
Sorvendo os desejos aflorados dessas tuas labaredas,
Tua pele aprenderá da minha: aroma e maciez e céus
Num leito onde se entregarão todas as tuas deusas...

Da tua vontade dormirás comigo incendiada no amor
Sim, virás: é um leito de rosas com lençóis de jasmim
Ao qual moldaremos à toda forma dos nossos corpos
No sol das auroras brotadas dos céus de mim e de ti.

Assim, no que se revelará nascerão noites encantadas
Em reflexo num espelho de fundo, quarto em chamas
No Sussurro aos teus ouvidos na lascívia das palavras...

Haverá volúpias convergidas, excitadas em plena cena
Quando se entregares aflorando todas as tuas fêmeas
Evoé deusas! Penélope, Afrodite, Briseida, Madalena...

O Sibarita


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sábado, março 21, 2009

MURMURANDO

MURMURANDO

O meu lado vagueia
É gaivota voando além...
Asas ruflam,
- Onde pousas? -
Favos de desejos,
Nessa noite de réstia...
Roubo o teu olhar
Dessa lua cheia
Refletindo do teu espelho
E afogo o meu peito
Nesse mar de ensejos!
Como um fio
Que tece caminhos
Entrelaço-me com a lua
Viro facho de luz
E alumio a tua rua
Dos teus azuis...

O Sibarita

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segunda-feira, março 16, 2009

DEUS É MAIS!

Deus é mais!

A Cabrocha que andava
Dependurada no olhar
Do Nego Retado de Bom
Abriu o gás, deu ninja,
Saltou de pára-quedas
Ganhou o mundo, se picou!
Foi ganhar a fama
Virou mulher dama...
Desceu o Elevador Lacerda
E de saia rendada cor de gelo
Foi para a roda de samba
No Mercado Modelo...
Seus seios às amostras
Suspirando por beijos
Numa blusa super decotada
Viraram dois asteróides,
Siliconizou!
Com o balaio grande
Tem um remelexo
Que me valha Deus
Nosso senhor.
Turbinou!
Na praia do Costa Azul
Ela desfilou de fio dental
Dizendo que é da Grife Daspu.
Arrebentou!
De cara esticada
Fez plástica no rosto
E na boca de sulapa.
Botoxzou!
Colocou lentes de contatos
Os zóios castanhos são azuis.
De vez. Desbaianou!

Agora, só fala em ingrês
Au do iou du? Uat zi neme?
Ai Deus, americanizou!
É gringo prá lá, é gringo pra cá,
Nego retado de bom se lenhou.
Vixe... Ela piriguetou!

Pelas bandas do Pau Miúdo
Nego Retado de Bom
É capoeirista, o cão de calçolão.
Sendo a cabrocha o seu elo perdido,
Jogando capoeira lembrou-se da paixão,
Bateu fofo. Deu vacilo!

Num rabo de arraia mal dado
Tomou, no contra passo, um martelo,
Uma cabeçada e um aú cortado...
De espinhela caída ficou lerdo.
Coitado!

Avexado, tentou se recuperar
E numa meia lua de compasso
Tomou uma benção, não se plantou
Viu o céu se exaurindo no arregaço,
Bateu biela. Subangou!

Na roda de capoeira
O berimbau silenciou.
Nego Bom, sem eira, nem beira
Pediu pinico. Embarcou!

Ele, ainda, sentiu o tic-tac do coração
No suspiro da vida que se esvai
Deixando as cinzas da ilusão.
Deus é mais!

E eu,
Nesse ziriguidum,
Pirei de vez
No samba-reggae
Do Olodum...

Valha-me Deus!

O Sibarita

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TRADUÇÃO DO BAIANÊS

Deus é mais! – Podes crer!
Cabrocha – Mulher da bunda grande com andar muito sensual.
Nego (a) Retado (a) de Bom – Baiano (a) gostoso (a) de namoro, de sexo.
Abriu o gás – Se mandou, foi embora.
Deu ninja – Deu um jeito de ir embora.
Saltou de pára-quedas – Saiu suavemente sem ser percebido (a).
Ganhou o mundo – Está em todos os lugares.
Se picou – Foi embora rapidamente.
Mulher Dama - Profissional do sexo, puta.
Saia Rodada – Saia que as baianas usam.
Samba de Roda – Típico da Bahia, as mulheres sambam e batem palmas.
Largo da Ribeira – Fica na Cidade Baixa, Península Itapagipana.
Seios de asteróides – Seios grandes, volumosos.
Siliconizou – Colocou silicone.
Balaio Grande – Bunda grande.
Remelexo – Dança mexendo muito a bunda.
Turbinou – Colocou silicone na bunda.
Praia do Costa Azul – Praia da Cidade alta, jardim dos namorados.
Fio Dental – Maiô minúsculo que deixa a bunda toda do lado de fora.
Daspu – (Das putas) Grife das profissionais do sexo parodiando a Daslu.
Arrebentou - Fez sucesso.
Boca de Sulapa – Pessoa de boca e lábios grandes.
Botoxzou – Colocou botox.
Zóios – Olhos.
Desbaianou – Aquele (a) que deixa os costumes, o jeito de ser baiano.
Americanizou – Pessoas que não sabem o Inglês e enrolam os gringos.
Gringo – Turista estrangeiro.
Se Lenhou – Perdeu, ficou mal.
Piriguetou – Mulher que virou piriguete, vai para cama com vários homens.
Pelas Bandas - Por aquele local.
Pau Miúdo - Bairro de Salvador.
Cão de Calçolão - Pessoa boa em alguma coisa.
Beter Fôfo - Ser mole, amolecer.
Vacilar - Dar moleza à alguém.
Rabo de Arraia - Golpe de Capoeira, salto mortal na cabeça do adversário.
Martelo - Golpe de Capoeira mortal no peito do adversário.
Cabeçada - Golpe de Capoeira com violência no torax do adversário.
Aú Cortado - Golpe de Capoeira no calcanhar do adversário derrubando-o.
Espinhela caída - Dor no peito.
Avexado - Apressado.
Meia Lua de Compaço - Golpe de Capoeira atinge o adversário no calcanhar.
Benção - Golpe de Capoeira para atingir o adversário com a planta do pé.
Não se plantou - Não ficou firme.
Arregaço - Acabou tudo de forma violenta.
Bateu Biela - Se acabou.
Subangou - Se acabou, se lenhou.
Sem eira, nem beira - Ficou sem nada.
Pediu pinico - Pediu socorro.
Embarcou - Morreu, partiu desta para outra.
Tic-Tac - O bater do coração.
Ziriguidum – Confusão.

sábado, março 14, 2009

PLENITUDE

Plenitude

A minha paixão tem sintonia fina,
Porque o meu desejo é tão imenso,
Que o coração tocaia na esquina
Os teus lábios de beijos intensos...

Entrego-me, abro os teus flancos,
Desabrocho o fogo que te fervilha,
Porquanto beijo teus lírios brancos
Minha mão brinca entre tuas virilhas...

Minhas mãos - poemas perfeitos-
Deslizam no teu corpo de salgas,
E no arrebol de ouro do teu púbis
Eu defloro o amaranto do teu sol...

Na flora umedecida do teu púbis
Adentra com sede o meu sexo
E na turgescência a natureza flui
O vinho branco agudo dos nexos...

Unido ao teu tempo e na resina
Impregnada do teu olor, minha rainha,
Tu tens nos beijos o fogo de menina
Ao afogar-me no melaço da tua vinha.

Vinhas dos céus, vôo de beija-flor!
Eu, menino, por ti, viajo tão longe
E faço o pouso sob o teu cobertor
Para brincar de esconde-esconde...

O Sibarita

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terça-feira, março 10, 2009

CAMINHOS

Caminhos

Refaço-me agora no ouro dos teus versos
Que banham de azul os nossos destinos.
Libertado os medos... Sigamos os trilhos
Em que buscamos o mesmo caminho!

Descortinando na distancia o despertar de melodias
Se nos dizemos em confissões, somos sentimentos.
Descubramos então, o fluir das nossas fantasias,
E sob nuvens diáfanas, fujamos dos labirintos...

Mas, se somos segredos e solidões em busca de alimentos.
Matemos a fome devorando os medos, seremos desejos!
Entremos na freqüência da paixão, mudemos os ventos
E do porto solidão, façamos a rota, modulando as velas
Sob uma réstia de luz reluzente no horizonte... (oh, sim!)

Mendigamos momentos, (ôie!) dissipemos o sal da paisagem.
O amor é tempo voraz articulando loucuras e desejos, felino,
Corrói o sentido da razão nos desesperos do exílio dos gozos.
Acendamos o pavio e nas chamas da libido nos entreguemos
Enquanto o sol distante faz fogaréu para a lua crescente.

Tremulando as asas em novas paisagens, rumor de sentimentos.
Certamente somos pássaros, refaçamos os sentidos, ah, os vôos?
Serão únicos e perfeitos... Remiremos luas e sóis em alumbramento
E no horizonte, a linha do destino refletirá um novo tempo. (eu sei!)

O Sibarita

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sábado, março 07, 2009

MARIA, UMA MULHER!

Marias do mundo.

Dedicada à todas elas!

Chama por Deus, em clamor, lagrimas no rosto.
É, corta o vento da noite sacudindo o relento
Acorda Maria, anda de um lado para o outro
Olha para o céu num azul às avessas, cinzento

Pelo chão, vários filhos em caixas de papelão
O dia já lhe nasce banguelo, pedindo penico
Negra e do mundo, basta ouvir o seu coração
Mas, ninguém olha, ninguém vê esse abismo...

Assim, ronca a fome na palidez dos pratos vazios
Maria, mira os restos de lixos em manhãs ditosas
Dos afortunados nos espelhos refinados e frios
No mal dos nossos dias, em misérias expostas...

É mais um dia sudário, na cruz, Jesus sangra.
Penetra a fome no fundo, é uma faca azulada
Sem cabo, sem lâmina, sem dó, arma branca
Adentra dilacerando, auroras esquartejadas...

Ò meu Deus! Maria de fibra, guerreira Maria
Oito de março é o dia internacional da mulher
Glória a você, é seu dia também, mas, cadê?
Lembro você na essência, estranha ausência...

O Sibarita

Desejo à todas as mulheres um feliz 08 de março,
que esta data tão significativa continue sendo
uma alavanca de novas conquistas!

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terça-feira, março 03, 2009

ESTAÇÃO

Estação

Guarde os meus olhos castanhos entre as tuas estações
A onda do mar nos pingos de estrelas caindo do teu azul
Me levou... Vem correndo me abraça e me beija coração
Do jeito que o teu nego gosta no mel dos teus lábios nus...

Vem me dar chamego no teu corpo que a estação te faz flor
Transo bem a mente, o corpo e o espírito em plena felicidade.
Vem provar do meu encanto neném nas chamas desse amor
Estampado nos meus olhos de desejos vestidos de claridade...

Oh, a saudade no sol é um pássaro arrojado em vôo livre de ti,
Na sombra, é acre e doce as noites em dias de efervescências.
No mar do que exprimo, no oceano do que pressinto, ai de mim,
O horizonte foge espantado, sente os anseios e a impaciência...

Seja dentro da noite na solitude, seja nas flamas dessa tua pira
À ode, o meu coração, tem as estações, tem o mar e os ventos
Florindo, marulhando, ventando o canto da volúpia e ensarilha
Teus sóis, tuas luas, teus céus mesmo na fragrância do silêncio...

Os meus lábios orvalham estas palavras em gotas de puro mel
No dulçor de encontrar os teus no sabor do teu batom saudade.
Eu fito a distância que os meus pés caminham na luz do teu céu
E no horizonte vai rasante o grito deste meu coração rastafari...

O Sibarita
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