domingo, maio 01, 2016

PRIMEIRO, MAIO!

Praia de Jauá

PRIMEIRO, MAIO!
Dona Dulce, (Em memória) é nosso aniversário!
À minha mãe que chegaria aos noventa neste maio primeiro,
Envio-te vibrações por aquelas estrelas que brilham no céu.
Ao espírito de luz que em ti contém: O meu amor verdadeiro
Em lágrimas de saudade caindo -uma a uma- no mar de Jauá...
Ao meu pai o Sr. Anísio que este ano não está entre nós
Celebrando. Lembra-se? Envio-te orações daqui de Jauá
E sigo o teu sol, princípio do bem. Ainda, ouço a tua voz,
Saudoso, lembro teu riso. Aqui agora, gotas no meu olhar...

Ó Deus! É meu aniversário, rapidinho, eu me renovo.
Bondade e lucidez, fé intensa, absoluta. Ah, perdura
O mês de Maria e de alegria em que do tempo inovo
Nos amanheceres dos aniversários da velhice futura...
Faço aqui as minhas vontades deste maio, primeiro!
É sim, encontro-me em pleno vigor físico e intelectual,
Meu Deus, obrigado! Nesses anos de tantos janeiros
Continuo o mesmo homem simples, vulgar e especial...
Na densidade, o meu íntimo substrato é a claridade
Nutrida pela luz interior acesa ou no tudo habitado
Sempre se perfazendo resoluto no charme da idade
Do amor à vida, dos sonhos num céu azul, cifrado...

Signo de touro: desfilam fontes, jardins no meu olhar
Florescendo, regando o racional que a mente conduz
Nos afrescos românticos do tempo na tela do sonhar
Que se revigora num sol amaranto e aí a própria luz...

Jorrando, adentrando na silhueta curvada das estações
Ao tempo da idade, então, crê e acreditar a vida ensina.
A fé, a caridade, a bondade e o perdão, sinos do coração,
Respiro, assim, a Doutrina Espírita por inspiração Divina...
Procuro arfando os velhos tempos nesse dia de aclamas,
Conviver, criar a síntese dos sessenta e pouco sob os céus.
É começar, agora, no sumo dos versos, da vida, da chama,
O viver na inflexão das auroras e crepúsculos sem véus...

Auroras/crepúsculos espelham sol e lua nos francos
Com o tempo correndo voraz, seguindo no seu tropel
Nesse gira mundo sem fim a verter aprumos e prantos,
Espectro da vida percorrendo. Ó diversão doida e cruel.

Tão menos que a silhueta. O tempo é carrossel, avaria,
Mostruário de poentes cinzas e laivos, se torna insano.
É sombra e luz na imagem branda e esquiva dos dias
No olhar de olhos vítreos na esquina dos meus anos...
E comigo: os meus filhos, amigos (as) e os meus irmãos,
As moças, as sereias do mar, da terra e as sereias do céu.
E comigo: o mar de Juá, a lua e a musa em um só coração
Nas fragrâncias e nos desejos dos corpos largados ao léu...

O Sibarita

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