sábado, dezembro 24, 2011

NATAL

Natal

Pássaros de jade sobrevoam a cidade de Belém
Reis Magos anunciam o nascimento dos azuis.
Nos alagados, Menino Jesus, corre pelas pontes
Em verdade, transmudado em pétalas de luz...

E, dentro da noite, esplende uma luz peregrina,
Nas pontes os olhares de perpétua esperança
Molduram o cenário do céu que jamais termina
E os festejos natalinos fogem, não alcançam...

Na mesa de Natal o tom mágico dos fifós acesos
Verbera no fogareiro em brasa da ceia natalina.
Gatos escalpelados... Churrasquinhos disputados
Sob a fome no finismundo dessa parcela divina...

No balança mais não caí estrelas hidráulicas
Piscam sobre caibros sustentando as pontes
Que balançam ao Deus dará da noite natalina
Em pleno frenesi das asas de todos os ventos...

Pela manhã, o sol chega e se joga das pontes
Submergindo nas poças da maré lentamente...
Valei Menino Jesus! Comida para peixe baiacu,
E nenhum presente para crianças inocentes!

Ó, crianças, correm pelos pontilhões carcomidos
Catando raios de sol e lua para clarear dia e noite
Que te virão em sudários nas dores que deságuam
Todos os desejos do natal batendo como açoites...

O Sibarita

5 comentários:

Lúcia Laborda disse...

Querido Siba; é por essas e outras que não gosto de Natal.Esse é um tempo em que as diferenças sociais, ficam mais gritantes. É triste ver que uns ganham brinquedos e até caros, enquantos outros, sem nada entenderem, nada ganham. Mesas fartas e do outro lado nada.
Natal perdeu o verdadeiro sentido. Hoje já não se sabe mais o que se comemora, apenas sabe-se que o comércio espera o povo, para as frenéticas compras...
Gostei muito da poesia. Ela retrata a realidade da maioria da população.
FELIZ NATAL, meu amigo querido!
Beijos

Paula Barros disse...

Dei uma volta pelo Recife nesta véspera de Natal, e muitos estavam na ponte.
Geralmente não estão, vão nesta noite para receberem algo.
Um texto, se não me engano já tinha lido aqui, mas que se fosse lido todos os dias, ainda seria pouco para mudarmos, aprendermos sobre a vida, sobre darao que temos e as pessoas.

Obrigada por sua atenção, por seus poemas, por seu carinho.

Felicidades hoje e sempre para você.
beijo

Kátia disse...

ô esse menino!Tava com saudade de mim foi?eu tomei um chá de se pique mesmo e dei um ninja retado!kkkkkk...agora me encantei com o tal do FB...esse tal de "feicebuk" kkkkkkaí já viu né?Fio,eu fiquei esse Natal nas "intoca" num guento as hipocrisia desse povo que diz que não tem a bufunfa,mas enche as lojas atrás de "lembrancinha" e lotam os mercados pra encher a pança com a ceia...mas,deixa pra lá que cada um no seu cada qual....vim aqui só pra desejar um Natal tranquilo pra tu,que mora em meu coração e não paga aluguel e pedir que se cuide,a você e da sua familia e qe possamos ainda trocar uma idéia seja aqui,seja no "feice",seja aí no Bosque,ou seja na Barra avenida...emfim onde vc for eu tou colada,pq vc é bródi,tá ligado esse menino?kkkkkk
Beijos! :)))))

Anônimo disse...

Meu querido amigo e poeta...
Eu acho o natal triste, pois uns tem a sua mesa a fartura de comida, pessoas em volta e presentes a serem distribuidos, esse é o lado da fartura.
Mas e o outo lado que nada tem, sómente ruas perdidas, frios, miserias, sem nenhuma comida a celebrar.
Então eu acho triste.
O que temos que celebrar com tanta miseria a nossa volta.
O proprio governo não está nem aí para a situação atual dos menos previlegiados.
Isso é triste...
Uns com mesa farta, outros nem sabem o que é isso...

A unica coisa alegre é o nascimento do nosso salvador, mais nada.
Desejo a vc. meu lindo e a sua familia, além de um natal cheio de realizações, paz, luz,fé e muito amor ao proximo.
Beijos de carinho em seu coração de poeta.
Regina Coeli(DEUSAODOYA).
Fique na pazzzzzzz

Desnuda disse...

Meu querido amigo Sibarita,


"Todos os desejos do natal batendo como açoites..."


Batem incessantes na realidade nossa de cada dia ferindo nossa sensibilidade e nesta época acentuam-se.

Esta frase tudo diz, meu amigo. Poema lindo, sensível, humano e verdadeiro.


Beijos com carinho e abraço de gratidão.