segunda-feira, setembro 23, 2013

GARDÊNIA

 Gardênia
 Como chama, brilha o amor, fogo-de-santelmo,
Ionização do peito, campo eletroluminescente.
Pelo secreto desejo, o coração quão confidente
É led, display, luz azulada e sintonia fina, relvo...
 
Sei que é amor e sempre procuro no teu olhar
O irrevocável, incondicional, o assim distendido
E a despeito disso, creia! Não sei se te idealizo,
Mas, sei que estremeço no teu jeito de sonhar...
 
É que para ti sempre faço os versos românticos
Logados ao teu imo amante em busca de abrigo
Onde, tu me fosses ditosa e eu o ditoso contigo,
Sem medos, a nossa essência fosse um cântico...
 
Não sei se diante ao desejo o estribilho é refrão
Amoroso declamando perdidamente à amada
Que o amor abrolha das primaveras orvalhadas
Timonando os avessos na exaltação do coração.
 
Teu corpo amor na cor de jambo dos teus seios
Lírios, lírios delicados que me provocam, enfim,
Bebo o mesmo canto da tua estação tão assim
Aderente às flores, aos pássaros e aos gorjeios...
 
A doce brisa arrebata, o vento te desfolha, vem!
De algum jeito: De rosa bravia, de sorriso meigo
Espalhando a felicidade em céus de aconchegos.
Alma de gardênia, por que te ocultas meu bem?
 
O Sibarita

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segunda-feira, setembro 16, 2013

N O I T E...

Noite...
 
 “Je vous aime tous les jours”
 
É noite...  E uma volúpia a escaldar a lua
Em afetuosa descida ao meu leito, tu ali
Nos meus espelhos pendentes toda nua
Querendo sentir-me como sempre te vi...
  
Ao meu lado deitada em lúbricos ensaios
Dos beijos aos beijos lambuzados de mel.
Sugado por tua boca orgia eu me esvaio
No teu corpo de fogo em noite de bordel...
 
À meia luz o abajur clareando no compêndio
Os teus seios quentes, travessos e traquinos,
Faíscam, violam a noite, provocam incêndio...
 
Fogaréu voluptuoso da minha boca lasciva,
Peripécias e os desejos crepitando no leito.
Inspiração abrasadora, o teu nome é diva...

O Sibarita

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quarta-feira, setembro 11, 2013

AVASSALADORA


Avassaladora
 
NR: Leia abaixo a tradução do baianês.

Alô avassaladora, estou é retado, todo borocoxô!
Veja se pode? Você se diz a minha oculta amada
Entretanto, desaprendeu a rezar, foi? Aí lenhou
Tudinho! E sem orar, aiaiai... está descarrilhada...
 (Tá, é? kkk)
 
Não tem trilho certo ou tem? Você irada, arisca
Assim nua? Confessionária do arrependimento,
Jorra em seus textos, desejo, que em você atiça,
Entrevê o caminho mal traçado, rota sem alento...
(Ômopai! kkk)

Agora que você reparou isso, foi? Dona traquina,
O que não faço por you? Mandei jogar os búzios
Sabe o que eles me disseram? O tempo maquina
Contra o seu signo e em você faltam parafusos...
(Meu Deus! Kkk)

E agora? Sim, Já sei! Tome um banho de folha:
Abre caminho, guiné, cravo, canela e sal grosso
Misture num caldeirão em noite de lua zarolha
Ferva, se banhe! Depois, água de flor no corpo...
(Êpa Babá! Kkk)

Acenda duas velas para Oxalá e faça o despacho
Das folhas após o banho em encruzilhada de quina.
Chame por Exú de joelhos para clarear o seu facho,
Voltará aos trilhos sem o olhar das aves de rapina... 
(Ô sina! Kkk)

Avassalante, o céu das horas encaixa nos entalhes,
Danação e chamas. Entregas, mel de fogo em você.
Liberar geral os suspiros no seu corpo de néctares,
Teremos traquinagem, latejos: safra de cios, auês...
(Ô coisa boa! Né não, Fia? Kkk)
 
-Seu Sibarita, será que lá ela vai entender? Tô lhe dando uma ajuda, viu?
-Zé lalado, deixe de onda e eu com isso?
-Você sabe,  você não leu? Repare...  Assuma! (kkk)
-Raapaazz... Vá se lenhar, procure o seu bloco, me deixe em paz!
-Retou, foi? Kkkkkkkkkk  Xiii... Sibarita se picou! Ô Jesus! kkkkkk
 
 Zé Lalado

 

BAIANÊS:
 
Estou retado – Estou zangado, aborrecido.

Bodocoxô – Down, para baixo, triste.

Aí lenhou tudinho– Aí acabou tudo.

Descarrilhada – Fora do trilho, do correto, do certo.

Não tem trilho certo ou tem? – Não tem caminho certo ou tem?

Irada – Mulher gostosa.

Mal traçado – Mal encaminhado, errado.

Traquina – Cheia de fatos,  assuntos, safada.

Por you – Por você.

Jogar os búzios – Jogar a sorte, vê o destino, o caminho.

O tempo maquina – O tempo conspira.

Faltam parafusos – Não é certa, Não tem juízo, falta alguma coisa no juízo.

Banho de Folha – Na Bahia usa-se muito para afastar o mal olhado, a inveja.

Abre caminho e Guiné – Nome de folhas encontradas na natureza que servem para banho.

Cravo, canela e Sal grosso – Complementos para o banho de folha.
 
Oxalá - O Orixá maior do Candomblé.  Oxalá é um orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil e em especial no Candomblé da Bahia, onde é considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Sua cor é branca, seu dia é domingo e sua saudação Epá Baba! No sincretismo religioso da Bahia Oxalá é o Senhor do Bonfim.
 
Despacho – Levar as folhas depois do banho em uma encruzilhada.

Encruzilhada de quinas – Ruas que formam uma encruzilhada.
 
Exú – Exu é um dos Orixás do Candomblé, é o dono das encruzilhadas, significa em ioruba, “esfera”, aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exu é o principio de tudo, a força da criação, o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, o que não quer dizer coisa ruim. Exu é a célula mater da geração da vida, o que gera o infinito, infinita vezes. Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orum e o Aiye, o mundo material e o mundo espiritual, seja plenamente realizada. É considerado o primeiro, o primogênito; responsável e grande mestre dos caminhos; o que permite a passagem o inicio de tudo. Exu é a força natural viva que fomenta o crescimento. É o primeiro passo em tudo. É o gerador do que existe, do que existiu e do que ainda vai existir. Exu é o Orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do Candomblé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. Exu é o Orixá do movimento.

Facho – Luz.

Mel de fogo – Gozo.

Traquinagem – Safadeza na cama.

Safras de cios – Vários gozos.

Auês – Sexo, fazer amor várias vêzes.

Zé Lalado
 





sexta-feira, setembro 06, 2013

PIRIGUETA

Pirigueta

Oi eu aqui! Gostou, foi?
Ah, cheguei arribado,
um luar de prata e ouro
em céus estrelados.
Estou um mar de te levar
por rotas desconhecidas,
gaivotas no azul farão o cortejo
das intensas quimeras,
quereres, mares de desejos...
Trago um cardume de amor
e uma bandeira enorme
tremulando o teu rosto
de primavera em flor...
Do teu coração ancorado
no oceano brônzeo do meu peito
sou eu, o teu amado...

Pirigueta,
 a estibordo do meu coração
tem um container carregado
de sentimento e emoção
nos uís e aís procurados...
A bombordo, um sol de amaranto
reflete o brilho do teu olhar
em todos os instantes...
Na proa, uma lua despudorada
faz a chama do vamos ver
sussurrando aos teus ouvidos: ele
tem fome, dê-te o que comer...
Na popa, o coração rastafári,
toca Bob Marley
num leito de rosas
ao reggae das preliminares...

O calor das frescas carícias
das tuas mãos nas minhas:
Tocaias, noite de delícias,
sob a lua que incendia...

Minha Pirigueta,
o coração abre as velas,
pelas parabólicas envia-te o sinal,
fundeado no teu peito navega
no etecetera e tal...

O Sibarita
 
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