Hoje, na Bahia se comemora o dia de Santa Bárbara
(Iansã).
No mercado de Santa Bárbara aqui em Salvador tem
caruru para
mil pessoas. No candomblé Iansã é um
Orixá é dona
dos raios, tempestades e do tempo.
A Bahia, hoje, se veste de vermelho a cor de Iansã.
S O B R E I A N S Ã
Dia: Quarta-feira
Cores: Marrom, Vermelho e Rosa
Símbolos: Espada e Eruexin
Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento,
Fogo
Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte
Saudação: Epahei!
O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se
Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas
principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido
com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio
é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos
nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).
Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está
relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos
contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que
corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.
A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha
dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.
Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e
defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe
conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor
e a sua alegria contagiante na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o
seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as atividades
relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não
aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã
é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.
O fato de estar relacionada com funções tipicamente
masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual,
fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a
forte atração que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e
verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes
e tornou-se orixá.
Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os
orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se
interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a
fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às
suas convicções e aos seus sentimentos.
Algumas passagens da história de Iansã
relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é
por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade,
surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres
de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em
búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.
Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela
quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a
guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.
Características
dos filhos de Iansã / Oyá
Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura.
Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo
para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por
reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam. São
pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem os seus
sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas
paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se
nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são
extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
Estas pessoas tendem a ser autoritárias e
possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado
para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os
seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma
pessoa, que deve permitir que se tornassem os senhores da situação. Os filhos
de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os
mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais
tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo
que lhe foi contado como arma.
O seu comportamento pode ser explosivo, como uma
tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do
sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem
em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.
Orikí de Oyá. Eèpàrìpàà! Odò ìyá!
“ORI O! ORI OYA,
MO GBE DE. OYA MESAN, MESAN, MESAN.
OYA ORIRI, O, O, O.
OYA MESAN,
A JI LODA ORISA.
ORI O
ORI OL’ OYA,
MO GBE DE.
ORI MI!
ORI OYA , MO GBE DE.”
“O ORI do iniciado,
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.
OYA , que se desdobra em nove partes.
OYA , a grande mulher, charmosa e elegante.
OYA , que se desdobra em nove partes.
ORISA que usa a espada ao acordar.
O ORI do iniciado,
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.
Meu ORI.
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.”
O Sibarita
Pesquisa de algumas partes: http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/iansa/
Santos
Cosme e Damião, os santos gêmeos, morreram por volta de 300 d.C. Crê-se que
foram médicos, e sua santidade é atribuída pelo motivo de haverem exercido a
medicina sem cobrar por isso, devotados à fé. Sua festa é celebrada atualmente
no dia 26 de setembro pela Igreja Católica, no dia 27 de setembro pelas
religiões afro-brasileiras e no dia 1º de novembro pela Igreja Ortodoxa.
Os gêmeos nasceram em Egeia (agora Ayas, no Golfo do İskenderun, Cilícia, Ásia
Menor), e tinham outros três irmãos. O pai foi mártir durante a perseguição dos
cristãos na era de Diocleciano. Cosme e Damião eram médicos que curavam os
enfermos não só com seu saber mas através de milagres propiciados por suas
orações. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.
Os gêmeos praticavam a medicina em Egeia e alcançaram, por isso, grande
reputação. Não aceitavam nenhum pagamento por seus serviços e foram por isso
chamados de anargiras (em grego antigo: Ανάργυροι anargyroi). Dessa forma, eles
trouxeram muitos novos adeptos para a fé católica.
Quando a
perseguição de Diocleciano começou, o prefeito Lísias mandou prender Cosme e
Damião e ordenou-lhes que se retratassem. Eles se mantiveram constantes sob
tortura e de forma milagrosa não sofriam nenhum ferimento por água, fogo, ar,
nem mesmo na cruz, até que foram decapitados por uma espada. Seus três irmãos, Antimo,
Leôncio e Euprepio também morreram como mártires com eles. A execução ocorreu
em 27 setembro, provavelmente entre 2875 /303.
Mais tarde, surgiu uma série de relatos fabulosos sobre os gêmeos ligadas em
parte às suas relíquias. Os restos mortais dos mártires estavam enterrados na
cidade de Ciro, na Síria; o imperador Justiniano I (527-565) suntuosamente
restaurou a cidade em sua honra, depois de ter sido curado de uma doença
perigosa por intercessão de Cosme e Damião. Justiniano reconstruiu e decorou a
igreja dos mártires em Constantinopla, que veio a se tornar um lugar famoso de
peregrinação. Em Roma, o Papa Félix IV (526-530) edificou uma igreja em sua
honra.
A Igreja grega celebra a festa dos santos Cosme e Damião em 1 de Julho, 17 de
Outubro e 1 de Novembro e venera três pares de santos com o mesmo nome e
profissão. Cosme e Damião são considerados os patronos dos médicos e cirurgiões
e por vezes são representados por emblemas médicos. Eles são invocados no Cânon
da Missa e na Ladainha de Todos os Santos.
Tradição
de distribuir doces
Numa
antiga lenda africana, dois príncipes gêmeos traziam sorte para o reino,
resolvendo todo tipo de problema, pedindo em troca apenas doces, balas e
brinquedos. Bastante bagunceiros, um deles se acidentou ao brincar numa
cachoeira. O irmão que sobrou ficou tão triste que pediu para se encontrar com
o outro no céu. Assim, Orunmilá atendeu o desejo do pequeno príncipe, deixando
na terra duas imagens feita de barro, representando os meninos.
Seu dia é
comemorado em 27 de setembro, quando tradicionalmente é feita uma farta
distribuição de doces para crianças, por pessoas que cultuam religiões
afro-brasileiras.
O Antigo Martirológio Inglês (The Old English Martyrology) conta a
seguinte lenda
Quando eles curaram uma senhora de uma grave
enfermidade, ela secretamente trouxe a Damião um pequeno presente; os textos
dizem que eram três ovos. E então ela suplicou em nome de Deus que ele os
aceitasse então Damião os guardou. Cosme ficou tão triste por causa isso que
pediu para quando morressem seus corpos não fossem sepultados juntos. Então na
mesma noite, o Senhor apareceu para Cosme e disse: "Por que dissestes
aquilo pelo presente que Damião recebeu? Ele não o recebeu como pagamento, mas
porque lhe foi pedido em meu nome."(...) Quando foram martirizados, os
homens que acolheram seus corpos estavam indecisos sobre onde deveriam
sepultá-los em separado por causa do que Cosme havia dito, até que surgiu um
camelo e disse em voz humana: "Não separem os corpos dos santos,
sepultem-nos juntos."
Culto
A
primeira e mais antiga associação médica da Europa a reunir cirurgiões foi a
Confrerie et College de Saint Côme, em Paris, 1226, que durou até a Revolução
Francesa.
Portugal
No século
XIX, os mártires ainda eras padroeiros de confrarias médicas, para obter o
título de doutor em Coimbra, pagava-se emolumentos para a Irmandade de S. Cosme.
Brasil
O culto
aos gêmeos mártires foi trazido para o Brasil em 1530 por Duarte Coelho e
tornaram-se padroeiros de Iguaraçu, em Pernambuco. No nordeste brasileiro passaram
a ser invocados para afastar os contágios de epidemias. Os negros bantos
identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso.
Padroeiros
Cosme e
Damião são venerados como padroeiros dos cirurgiões, físicos, farmacêuticos,
faculdades de medicina, barbeiros e cabeleireiros.
Atribuições
Caixa com
unguentos, frasco de remédios, folha de palmeira.
Principal
templo
Os dois
principais templos no mundo dedicado aos santos são o Convento das Clarissas
(Madri) e a Basílica de São Cosme e Damião (Roma).
Religiões
Cosme e
Damião são cultuados na Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igrejas
não-calcedonianas, Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e a Umbanda.
Segundo a lenda, um dos irmãos morreu afogado e o
outro, extremamente triste, pediu ao “Deus supremo”, que o levasse. “Conta a
tradição que foi deixada na terra uma imagem em que a figura dos dois apareciam
juntas e jamais poderiam ser separadas. A partir de então, as promessas
passaram a ser feitas para a imagem, também em troca de doces e brinquedos”,
conta.
“Os Ibejis são celebrados com cultos próprios
durante todo o ano, já que estão ligados a ideia de “criação", são
cultuados em todos os rituais”, explica Pai Nino. “Devido a convivência com a
cultura cristã, também fazemos festa em setembro em que são distribuídos brinquedos,
doces e Caruru (comida típica que pode ser acrescida de amendoim ou castanha)
para as crianças”, explica.
Oração a Cosme e Damião
"São
Cosme e Damião, que por amor a Deus
e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo
e a da alma de vossos semelhantes,
abençoai os médicos e farmacêuticos,
medicai o meu corpo na doença
e fortalecei a minha alma contra a superstição
e todas as práticas do mal.
Que vossa
inocência e simplicidade
acompanhem e protejam todas as nossas crianças.
Que a alegria da consciência tranquila,
que sempre vos acompanhou,
repouse também em meu coração.
Que a vossa proteção, Cosme e Damião,
conserve meu coração simples e sincero,
para que sirvam também para mim as palavras de Jesus:
“Deixai vir a mim os pequenino, porque deles é o Reino dos céu”.
São Cosme e Damião, rogai por nós.”
por Vasco Mariz O brasileiro que visitar a abadia de Westminster, em Londres, ficará surpreso ao ver o vistoso túmulo de um lorde escocês chamado Thomas Cochrane, onde se lê com destaque que ele foi Marquis of Maranham. A curiosa inscrição é uma tradução para o inglês do título de marquês do Maranhão, outorgado por ninguém menos que D. Pedro I, primeiro imperador do Brasil. Mas como este que até hoje é considerado o maior herói naval da Escócia veio parar nos trópicos?
Thomas Alexander Cochrane, 10º conde de Dundonald e marquês do Maranhão, nasceu em Annsfield, perto da cidade de Hamilton, na Escócia, em 14 de dezembro de 1775. Passou a juventude na cidade de Cullross e aos 17 anos se engajou na marinha real como guarda-marinha. Durante as guerras de Napoleão contra a Inglaterra ele demonstrou tanta ousadia em operações navais que os franceses o apelidaram de loup de mer (lobo do mar). No entanto, suas espetaculares atividades navais não agradavam ao almirantado britânico por sua frequente desobediência. Além disso, sua excessiva popularidade despertava ciúmes e inimigos.
Nesse ínterim, famoso em seu país, Thomas se candidatou ao Parlamento e da segunda vez que disputou um pleito foi eleito. Teve a ousadia de bater-se contra a corrupção na administração naval, e essa atitude intransigente lhe rendeu muitos inimigos influentes, que acabaram acusando-o de atividades fraudulentas e especulação na bolsa. Foi condenado em 1814 e ficou dois anos preso. Retiraram-lhe o título nobiliárquico e foi desligado da marinha real. Sua carreira, que se anunciava brilhante, parecia encerrada.
Em 1818, Cochrane aceitou trabalhar para a marinha chilena nas guerras de independência desse país e do Peru e, em pouco tempo, conseguiu várias vitórias e afundou diversos navios espanhóis. Suas operações navais asseguraram a independência dos dois países, onde até hoje é reverenciado.
Sabedor de sua atuação brilhante nos mares do oceano Pacífico, o ministro brasileiro das Relações Exteriores José Bonifácio de Andrada e Silva aconselhou o jovem imperador D. Pedro I a contratá-lo e convidou Thomas Cochrane para entrar para o serviço do governo brasileiro por meio de uma carta enviada em 13 de novembro de 1822, isto é, pouco depois da nossa independência.
O convite foi aceito. Cochrane partiu de Valparaíso, no Chile, em 17 de janeiro de 1823 e chegou ao Rio de Janeiro em 13 de março. O decre-to imperial de 21 de março de 1823 formalizou o acordo, e ele assumiu o comando em chefe da esquadra brasileira com a pomposa patente de primeiro-almirante, caso único em nossa história naval.
Uma vez contratado, Cochrane passou a organizar uma expedição para combater as tropas portuguesas que resistiam à independência na Bahia e no Maranhão. A esquadra era formada por uma nau capitânia, a D. Pedro I, três fragatas, duas corvetas, quatro brigues e três escunas, nem todas em bom estado.
A viagem à Bahia não foi fácil, pois os militares brasileiros não tinham prática de navegar. Em 28 de abril estavam à vista de Salvador e a esquadra preparou-se para o combate. Após a primeira escaramuça com os navios portugueses, percebendo a superioridade inicial do inimigo, Cochrane retirou suas embarcações para perto da ilha de Tinharé, fundeadouro bem abrigado, e os lusitanos desistiram de persegui-los. De parte a parte, não havia muita disposição para combater.
A situação piorou para a cidade, pois Cochrane apresou todos os navios de abastecimento que se aproximavam da baía e chegaram notícias de que um exército imperial se aproximava por terra. O almirante foi ousado e atacou os navios portugueses em seu fundeadouro, causando confusão. Afinal, o comandante luso, general Madeira, desistiu e embarcou suas forças nos navios portugueses, forçando o bloqueio para passar pelos navios de Cochrane.
O almirante perseguiu-os sem entusiasmo, apresou uns poucos barcos e contentou-se com isso. Ninguém tinha mesmo muita vontade de lutar. Se o tivessem feito, a adesão da Bahia ao Império do Brasil não teria sido realizada no dia 2 de julho de 1823. O almirante Max Justo Guedes, grande historiador da nossa marinha, deu mais importância à vitória: “Pode-se afirmar em conclusão que, nas águas da Bahia e em pouco mais de dois meses, um grande marujo e seus valentes comandados asseguraram a independência do Brasil”.
À minha mãe que chegaria aos noventa neste maio
primeiro,
Envio-te vibrações por aquelas estrelas que brilham no céu.
Ao espírito de luz que em ti contém: O meu amor verdadeiro
Em lágrimas de saudade caindo -uma a uma- no mar de Jauá...
Ao meu
pai o Sr. Anísio que este ano não está entre nós
Celebrando.
Lembra-se? Envio-te orações daqui de Jauá
E sigo
o teu sol, princípio do bem. Ainda, ouço a tua voz,
Saudoso,
lembro teu riso. Aqui agora, gotas no meu olhar...
Ó Deus! É meu aniversário,
rapidinho, eu me renovo. Bondade e lucidez, fé intensa,
absoluta. Ah, perdura O mês de Maria e de alegria em
que do tempo inovo Nos amanheceres dos aniversários
da velhice futura...
Faço aqui as minhas vontades deste maio, primeiro!
É sim, encontro-me em pleno vigor físico e intelectual,
Meu Deus, obrigado! Nesses anos de tantos janeiros
Continuo o mesmo homem simples, vulgar e especial...
Na densidade, o meu íntimo
substrato é a claridade Nutrida pela luz interior acesa
ou no tudo habitado Sempre se perfazendo resoluto no
charme da idade Do amor à vida, dos sonhos num
céu azul, cifrado...
Signo de touro: desfilam fontes,
jardins no meu olhar Florescendo, regando o racional
que a mente conduz Nos afrescos românticos do tempo
na tela do sonhar Que se revigora num sol amaranto
e aí a própria luz...
Jorrando, adentrando na silhueta
curvada das estações Ao tempo da idade, então, crê e
acreditar a vida ensina. A fé, a caridade, a bondade e o
perdão, sinos do coração, Respiro, assim, a Doutrina
Espírita por inspiração Divina...
Procuro
arfando os velhos tempos nesse dia de aclamas, Conviver, criar a síntese dos
sessenta e pouco sob os céus. É começar, agora, no sumo dos
versos, da vida, da chama,
O
viver na inflexão das auroras e crepúsculos sem véus...
Auroras/crepúsculos espelham sol e lua nos francos
Com o tempo correndo voraz, seguindo no seu tropel
Nesse gira mundo sem fim a verter aprumos e prantos,
Espectro da vida percorrendo. Ó diversão doida e cruel.
Tão menos que a silhueta. O tempo é carrossel,
avaria,
Mostruário de poentes cinzas e laivos, se torna insano.
É sombra e luz na imagem branda e esquiva dos dias
No olhar de olhos vítreos na esquina dos meus anos...
E comigo: os meus filhos, amigos
(as) e os meus irmãos, As moças, as sereias do mar, da
terra e as sereias do céu. E comigo: o mar de Juá, a lua e a
musa em um só coração Nas fragrâncias e nos desejos dos
corpos largados ao léu...
O Descobrimento do Brasil deve ser entendido dentro do contexto das
Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI). Portugal e
Espanha eram as nações mais poderosas do mundo e se lançaram ao mar em busca de
novas terras para explorar. Usavam também o mar como rota para chegar as
Índias, grande centro comercial da época, onde compravam especiarias (temperos,
tecidos, joias) para revender na Europa com alta lucratividade.
A chegada dos portugueses ao Brasil
O Descobrimento do Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 1500. Nesta data
as caravelas da esquadra portuguesa, comandada por Pedro Álvares Cabral, chegou
ao litoral sul do atual estado da Bahia. Era um local que havia um monte, que
foi batizado de Monte Pascoal.
No dia 24 de abril, dois dias após a chegada, ocorreu o primeiro contato
entre os indígenas brasileiros que habitavam a região e os portugueses. De
acordo com os relatos da Carta de Pero Vaz de Caminha foi um encontro pacífico
e de estranhamento, em função da grande diferença cultural entre estes dois
povos.
Primeiros contatos com os indígenas
Cabral recebeu alguns índios em sua caravela. Logo de cara, os índios
apontaram para objetos de prata e ouro. Este fato fez com que os portugueses
pesassem que houvesse estes metais preciosos no Brasil. Neste contato os
portugueses ofereceram água aos índios que tomaram e cuspiram, pois era água
velha com gosto muito diferente da água pura e fresca que os índios tomaram. Os
índios também não quiseram vinho e comida oferecidos pelos portugueses.
Neste contato, que foi um verdadeiro “choque de culturas”, houve
estranhamento de ambos os lados. Os portugueses estranharam muito o fato dos
índios andarem nus, enquanto os indígenas também estranharam as vestimentas,
barbas e as caravelas dos portugueses.
No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil, rezada
pelo Frei Henrique de Coimbra. Após a missa, a esquadra rumou em direção as
Índias, em busca das especiarias. Como acreditavam que a terra descoberta se
tratava de uma ilha, a nomearam de Ilha de Vera Cruz (primeiro nome do Brasil).
Polêmica: Descobrimento ou chegada?
Quando usamos o termo “Descobrimento do Brasil” parece que nossa terra
não era habitada e os portugueses foram os primeiros a encontrá-la. Desta
forma, desconsideramos a presença de mais de cinco milhões de indígenas,
divididos em várias nações, que já habitavam o Brasil muito tempo antes da
chegada dos portugueses.
Portanto, muitos historiadores preferem falar em “Chegada dos
Portugueses ao Brasil”. Desta forma é valorizada a presença dos nativos
brasileiros no território. Diante deste contexto, podemos afirmar que os
portugueses descobriram o Brasil para os europeus.
Principal fonte histórica
A principal fonte histórica sobre o Descobrimento do Brasil é um
documento redigido por Pero Vaz de Caminha, o escrivão da esquadra de Cabral. A
"Carta de Pero Vaz de Caminha" a D. Manuel I, rei de Portugal, conta
com detalhes aspectos da viagem, a chegada ao litoral brasileiro, os índios que
habitavam na região e os primeiros contatos entre os portugueses e os
nativos.
Curiosidade:
- A esquadra de Cabral contou com aproximadamente 1400 homens. Eram
marinheiros (maioria), técnicos em navegação, escrivão, cozinheiros, padre,
ajudantes entre outros.
Ah, tá rebocado minha Iaiá, já é carnaval na cidade. Do Campo Grande à Ondina o coro come na Bahia! Transmuto-me ao profano das moças na liberalidade Dos ensejos aflorados... Ai meu Deus! É só alegria...
Evoé, no coração daquela menina de abadá do camaleão Coloco o meu manto de Sibarita, estou livre, leve e solto. Sobre os teus seios de deusa os meus olhos de navegação, Vixe mainha! Embarco, caio na gandaia e mostro o rosto.
No fogo do querer, atiro-me nas chamas, entro em cena Deito e rolo, embolo e me entrego na cobiça desta folia. Nas fronteiras do infinito: Eu, o luar e a moça obscena Balançando o chão da Avenida na plenitude das orgias.
Ah, os teus beijos, fogo dos demônios ao som da Chiclete. Gemidos, tremores e eu sorvendo dos teus lábios o aroma Dos desejos e, no meio da multidão, vamos pintando o sete Rolando pelas ruas desta cidade na vertigem de Sodoma!
E vamos nós, circuito Barra/Ondina, é como o diabo gosta. Ah, eu sinto os gozos jorrarem nas chamas deste carnaval, Ai! Na delicia o céu que nos cobre brota uma lua em tochas. Valha-nos Deus! Como o mundo fútil no olor deste bacanal!
Caro leitor ouça a música hino a Iemanjá "É DE OXUM" composição:
Geronimo Santana e Vevé Calazans, cantada pelos próprios.
Desliguem a Rádio Humaitá ao lado.
IEMANJÁ
Ô Fia, tô no Rio Vermelho, é festa da dona do mar,
Fiz pedidos e por aforismo os seus também, Alodê!
Vaidosa, poderosa, dona das cabeças, salve Iemanjá!
Com os presentes no barco, mando beijos para ôce...
Preta, estou de espinhela caída na nata dos desejos,
O sincretismo religioso da festa de Iemanjá, fogaréu.
Nos meus patuás e minhas vestes brancas, o ensejo,
Toques dos atabaques repicam quereres no azul céu...
Ô nega da alma fresca, cheia de assuntos, toda petitosa.
Aqui, o sol do Rio Vermelho se refresca no mar, Odoyá!
Ouriçadíssimas vontades plenas neste aromal de rosas
Arqueja a bem aventurança aos filhos (as) de Iemanjá...
Mar de almirante e nele a fé, os pedidos, os presentes,
Vejo, participo de perto a colossal procissão dos barcos.
A moça que mora no mar é vaidosa, amorosa, no alente,
Não faz distinção, tudo é uma coisa só, o pobre, o
farto...
Nos teus cabelos tem o céu com muitas luas iluminando,
Olhos consoladores, espelho de todo bem, diva do amor!
A essência! Além dos mares, além dos rios, dos oceanos,
Odoyá, Iemanjá! Com a candeia nas mãos, Ora yê yê ô!
Neguinha, estou com os poros à flor do desejo que afoga,
Os desejos mundanos nos olhos daquela moça inocente.
Ao tudo da sedução, fogueira, em que o amor venal roga.
No aqui da festa de Iemanjá em que sou muito serpente...
O Sibarita
BAIANÊS
Ô Fia – Ô menina.
Tô – Estou.
Rio Vermelho – O bairro mais boêmio de Salvador, onde é
feita a festa de Iemanjá.
Ôce – Você
Preta – Carinhosamente chamando uma mulher.
Estou de espinhela caída – Estou pasmo.
Patuás –Amuleto
da sorte.
Ô nega – Carinhosamente chamando uma mulher.
Alma fresca – Jovial, jovem.
Cheia de assuntos – Mulher que conversa muito, tem muita
conversa.
Toda petitosa – Toda gostosa.
Aromal de rosas – Perfume de rosas.
Mar de Almirante – Mar sereno, calmo para navegar.
A moça que mora no mar – Iemanjá.
Neguinha – Amorosamente chamando uma mulher.
Moça inocente – Mulher da vida, mundana.
Muito serpente – Muito desejoso.
O Sibarita
SOBRE IEMANJÁ
Iemanjá, Orixá feminino (divindade africana) do Candomblé e Umbanda. O seu nome tem origem nos termos do idioma
Yorubá “Yèyé omo ejá”, que significam “Mãe cujos filhos são como peixes”.
Mãe-d'água dos Iorubatanos no Daomé, orixá fluvial
africano passou a marítimo no Norte do Brasil.
No Brasil, a deusa Iemanjá recebe diferentes nomes,
dentre eles: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa
de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, etc.
Iemanjá é a padroeira dos pescadores. É ela quem decide o
destino de todos aqueles que entram no mar. Também é considerada como a
“Afrodite brasileira”, a deusa do amor a quem recorrem os apaixonados em casos
de desafetos amorosos.
No dia 2 de fevereiro acontece em Salvador, capital do
Estado da Bahia, a maior festa popular dedicada a Iemanjá. Neste dia, milhares
de pessoas trajadas de branco fazem uma procissão até ao templo de Iemanjá,
localizado na praia do Rio Vermelho, onde deixam os presentes que vão encher os
barcos que os levam para o mar.
No Rio de Janeiro as festas em honra de Iemanjá estão
relacionadas com a passagem de ano.
Nos candomblés fiéis às origens africanas, o culto é
prestado em locais fechados, nos atuais o culto é ao ar livre, prestado no mar
e nas lagoas, sendo Iemanjá muitas vezes representada como sereia.
Os devotos levam para o mar vários presentes que são
tidos como recusados quando não afundam ou quando são devolvidos à praia.
Dentre as diversas oferendas para a bela e vaidosa deusa,
encontram-se flores, bijuterias, vidros de perfumes, sabonetes, espelhos e
comidas. O ritual se repete em outras praias do Brasil.
As celebrações a Iemanjá também acontecem em
15 de agosto, 8 de dezembro e 31 de dezembro.
IEMANJÁ E MÚSICA
Existem várias músicas que são feitas em homenagem a
Iemanjá. Exemplo disso é a música "Iemanjá" do grupo musical
Chimarruts, uma banda de reggae do Rio Grande do Sul.
IEMANJÁ E SINCRETISMO
No sincretismo religioso, Iemanjá corresponde a Nossa
Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias,
Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.