sexta-feira, maio 15, 2009

NEURA

Neura

Ai! Olhando daqui o além
Do que existe na impressão
O amor é feito de farrapos
No aquém da expressão...

Quem te fez assim soturno
Turva as trevas refugiadas
Escondida no chão noturno
Das noites aqui renegadas...

Da tua doçura e da tua rocha
Descem palavras na apoplexia,
Neura noturna, luas em tochas
Por secretos roteiros de agonias...

Escutado por ouças sem ouvidos
No silêncio que não cabe em si
O ledo além daquilo convulsivo
Eu e tu renegados, sombras ali...

À meia luz em desejos desaguando.
E sei lá o que é o amor? Céu ou fel?
Arisco ou felino? Na carne cortando:
Fantasias e fugas a dança dos véus...

Em cais de urtiga na rota de naufrágio.
Bóia o sol em lodo de pântano e abismo,
No cerne do coração um céu refratário.
- Venço o risco, respiro atalhos, cismo.

O Sibarita

23 comentários:

Desnuda disse...

Muito bonito, Sibarita! Bem realista....Adorei este verso da associação com a urtiga. Coça, queima, mas o importante é amar. As vezes confunde-se o céu e o fel e dançamos ao léu. Até rimam... Mas doce é o amor e a imensidão do céu.


Beijos e lindo fim de semana!

Bandys disse...

Siba,
Se vocé poeta arretado num sabe explicar o amor, quem saberá??

Só mesmo os grandes como diria

Djavan

O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços


Beijos e um sabado de muita paz!

Bandys disse...

OBS:Voce é uns dos grandes viu??!!!

Beijos de novo

Anônimo disse...

E a gente nem consegue mesmo explicar... "E sei lá o que é o amor? Céu ou fel?
Arisco ou felino?"
Só sabemos que é bom demais!

beijinhos

Paula Barros disse...

Fio, li e reli seu poema, mas preciso voltar. É forte para mim.

Mas vim mesmo sorrindo com o seu comentário. Imaginei uma massagem com óleo de dendê e o fio gostoso igual a um vatapá ou acarajé. Valei-me. rsrsr

Fio, se cuida, já pensou se erro o ponto e frito tu?

abraços e beijos bejuntados de dendê.

Pena disse...

Oh, Fantástico Poeta Amigo Sibarita:
Um poema recheado de profundos e magestosos momentos de extraordinária poesia, fantasiados com uma virtude inigualável de talento e Arte superior.
Aqui, fica um instante precioso do seu admirável sentir.
"...Da tua doçura e da tua rocha
Descem palavras na apoplexia,
Neura noturna, luas em tochas
Por secretos roteiros de agonias...

Escutado por ouças sem ouvidos
No silêncio que não cabe em si
O ledo além daquilo convulsivo
Eu e tu renegados, sombras ali..."

Perfeito. Sensível. Harmonioso.
Bem-Haja, amigo brilhante.

Abraço forte de poderosa estima e consideração.
Com admiração constante de um respeito grandioso.
O Amigo sincero

pena

~*Rebeca*~ disse...

Grande Sibarita,

Sangue bom o seu, homi. É você rindo e eu dando caldo de mocotó pro Jota Cê...ahahaha. Se nosso amor despudorado faz sua vida mais feliz com sua negona, que assim seja, amém? AMÉM!...kkkkkk... Sibarita, aff, gosto tanto de você e das suas deixas. Quando vejo comentário seu, já abro aquele sorriso antes mesmo de ler o que vem pela frente. Jota Cê diz que você já é de casa e pode ter certeza que é mesmo. Parece que chega aquele velho amigo de guerra e a hora do chopp já se sente garantida. Seu astral é do papoco e seu humor é porreta. Nordestino, sim senhor! Sabe o valor das coisas leves da vida.

Beijo grande e maravilhoso final de semana.

Rebeca

-

Deusa Odoyá disse...

Olá meu fio!!!
O amor sempre em evidências, seja no plano material como espiritual.
Os mesmos cósmicos se entrelaçando.
Nesse poema a sua ternura segue uma constante, o entendimento,a compreenção e o objetivo.
Para que possamos a cada momento através do amor, buscar a cumplicidade e harmonia.
Um poema lindo, harmonioso e iluminado.
A sua neura traz o que há de mais profundo dentro de sua alma.
A realização através de um grande amor.
Sómente o amor transcende e transmuta os nossos sentimentos, no mais profundo de nossa alma.
Assim a natureza com todo o seu esplendor avaliza com naturalidade e cumplicidade, mostrando com grandiosidade a suavidade do amor.
Parabéns, meu poeta querido.
Uma semana de muita paz, luz e amor.
Muitas luzes de saúde a painho.
beijinhos doces.

Regina Coeli.

Unknown disse...

, E sei lá o que é o amor? Céu ou fel? <~~~ Lindo , e já postei sim , mas o relógio as vezes me atrapalha =*

Uma aprendiz disse...

Moço,

A coisa é braba, as vezes estou no céu daí vem o fel e caio de cabeça.
Outras vezes nem sei se é amor de tanto fel.
Se você descobrir, por favor, me conte. kkkkk

Quem sabe não seja amor, seja apenas brincadeira de anjos. Ou então não seja fel seja um azedinho de paixão.

Arri, desisto. Pesquise você, que é poeta, e nos conte.

beijo, de sua amiga paulista

Menina do Rio disse...

Cais de Urtiga? isso deve dar uma puta duma coceira!...
Beijo pra ti baiano!

Ava disse...

Fui no outro blog. E não consegui postar meu comentário...rsrsrs

Bem, copiei e aquí esta:

Isso é que é um aniversariante porreta!
Faz um poema que é um primor!
Meus parabéns, tourino... Bela Idade!

Só não contou quem são os lindos bebês? Uma paixão!!!


Me chamarias de Iaiá...
Adorei!
Sob a lua a Jauá...rsrsrsrs

Eita que ia ser bom demais...rsrsrsrs


Beijos meu rei!

Avassaladores!


Siba, depois volto e comento esse poema, desse blog aqui...rsrsrs


Beijos, de novo!

Anônimo disse...

OI SEU MOÇO TD BM? - É VULGO LULA SIM - O NOME DELE NÃO É LULA E SIM LUÍS QUE É MUITO MELHOR. EU NAO QUIS ENTRAR NO MÉRITO DO QUE FHC FEZ OU DESFEZ NEM O QUE LULA FAZ OU DEIXA DE FAZER - APENAS RESSALTEI QUE UM TEM CARISMA SIM E MUITO O LULA E FHC JÁ NÃO TEM, COMO SERRA TB NÃO TEM NEM UM PINGO DE CARISMA OU QUALQUER SIMPATIA - MAS SOBRE AS SUAS POLÍTICAS SÃO DISTINTAS. EU VOTEI NO LULA E GOSTO DELE, ACHO QUE ELE CHEGOU ONDE NINGUÉM IMAGINOU QUE ELE PUDESSE. E POR MIM ELE CONTINUARIA LÁ - NÃO TÁ UMA MARAVILHA É VERDADE, MAS MELHOR DO QUE ANTES ESTÁ. TENHO MEDO DE ENTRAR ALGUM TUCANO E NOS VENDER DE PORTEIRA FECHADA PARA OS GRINGOS. ACHO QUE VC LEVOU MEU TEXTO PARA UM OUTRO LADO, EM MOMENTO ALGUM DESERESPEITEI O LULA. ACHO QUE AGORA TÁ TUDO EM PRATOS LIMPOS OK. SUA TERRA É LINDA.

TENHA UM ÓTIMO DOMINGO.
VI

E EU SEI QUE PANDORA FOI CRIADA POR ZEUS O DEUS DOS DEUSES DA MITOLOGIA GREGA. SÓ QUIS FALAR O SIGNIFICADO DA CAIXA. OK.

ENTÃO SEU MOÇO ESTAMOS QUITES.

Ava disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ava disse...

"E sei lá o que é o amor? Céu ou fel?
Arisco ou felino? Na carne cortando:"

Meu Siba... Vixe... viu só!

Meu Siba! rsrsrsrs

Comentei no no post do seu aniversário... Olha lá...
Foi no dia 04/05...

É que ontem fui explorar seu outro blog...rsrs

Que fofura seus sobrinhos... Que Deus os abençoe!


Beijos e carinhos mil!

bat_thrash disse...

Caça, queima...mas nos sentimos vivos.

Beijo grande.

Anônimo disse...

CA´ESTOU NOVAMENTE. LI SIM O SEU LINDO POEMA VIU. E FIQUEI PENSANDO NA FRASE: "AMOR CÉU OU FEL?" - ALGUNS TRANSFORMAM O AMOR EM FEL. ACHO QUE NÃO DÁ PRA FAZER DO FEL UM CÉU, ISSO NÃO...MAS DO CÉU FEL AH ISSO MUITOS CONSEGUEM. RELAÇÕES DOENTIAS QUE COMEÇAM BONITAS, POR UMA DAS PARTES ACABAM FEIAS - VIRAM FEL.

O SIBARITA, NÃO SE AVEXE TB NÃO FIO...SOU MINEIRA ARRETADA MESMO, ACHO QUE DEVERIA TER NASCIDO AÍ NA SUA TERRA LINDA. E SOBRE POLÍTICA É O SEGUINTE: TODO MINEIRO É UM POUCO POLÍTICO, JÁ DIZIA UM SÁBIA PROFESSOR DE HISTÓRIA QUE TIVE.

E É VERDADE: O HOMEM É LULA E PONTO FINAL OK. É QUE ACHO MUITO FEIO LULA - LUÍS SERIA BEM MELHOR NÃO ACHA? ACHO FEIO POLITICO USAR APELIDOS.

SEJA BEM VINDO LÁ NO PANDORA OK. NÃO VOU APAGAR MAIS...DEVERIA TER RESPONDIDO EM FORMA DE COMENTÁRIOS E DEIXÁ-LO LÁ MESMO. FOI O ROMPANTE.

FIQUE COM DEUS!

Auréola Branca disse...

Concordo sim, contigo.
O amor é, de fato, feito de farrapos. Farrapos velhos, enrugados, sujos e mal-cortados. O amor é feito de experiências antigas e de novas. Uma teia, onde tudo é magicamente absorvido em alta proporção.

E, logo depois de um suspiro longo, repito: O amor sim, é feito de remendos e emendas maravilhosas...

Abraços, querido.

Dani Pedroza disse...

Uma coisa é uma coisa ou uma coisa é o que a grande maioria das pessoas pensa que ela é? Será que algo é apenas o que se definiu que ele é? Não será pretensioso demais achar que algo é o que achamos ser e não o que acabou sendo por repetição?

Não tô surtando não, pelo menos, acho que não... rs. Essas perguntas me vêm à cabeça quando penso no amor.

As pessoas costumam definir o amor como algo perfeito, acabado, quase sublime, infinito. Mas ao mesmo tempo acreditam que o amor tem que arder, como chama, que por natureza é efêmera. Falam de amor como se falassem de uma divindade. E, segundos depois, sentem todo o prazer da carne que é a máxima expressão do terreno.

Nesses momentos, fico pensando que se o amor é isso, algo definitivo, definido, que exatamente por ser definido, acaba sendo contraditório, acaba negando a si mesmo. Se o amor é isso, eu não sei nada sobre ele. Daí me vem todas aquelas perguntas que escrevi no início.

No fim das contas, procuro pensar que cada um tem a sua versão de amor, que acaba determinando o tipo de vida que cada um leva, seus sonhos, metas, aspirações.

Acho que o meu amor é meio marginal, sabe? Ele foi crescendo à margem de tantos conceitos, limites, regras. E justamente por ser marginal, ele acaba tendo mais espaço pra se expandir.

P.S.: Vou tentar aumentar a letra. Tá pequena demais mesmo. Obrigada pela dica. Bjs !!!

Carla disse...

fortes estas palavras, entram em nós
adorei ler
beijo

Paula Barros disse...

Oi, Fio

Releio, releio.

Sinto um aperto no peito. Uma angústia. Um pesar.

"E sei lá o que é o amor?"

E assim vou seguindo.

beijo no seu coração.

São disse...

Se a sua neura, meu caro, lhe der sempre como resultado poemas assim, enfim...
Uma noite descansada.

Oliver Pickwick disse...

Tem toda razão, Sibarita! No dia que explicarem o amor, dar-se-á o ocaso da poesia. Lirismo neural.
Um abraço!