domingo, janeiro 26, 2014

LUCUBRAÇÃO

Lucubração


Sabes, encontramo-nos nas origens da veleidade,
Fogo dos desejos, incêndios, quereres, coisa feita.
O teu corpo é morada carnal de minhas vontades
Nas escritas, no pensar, no céu e no mar, a eleita...
 
És da lua e do sol, formosa eleita, por teu amado
O amor que principia em doçura acaba em paixão.
Relíquia, atravessando tua vida, bem-aventurado
O pretexto, o infinito e o reservado meu coração...
 
O amor é isso, acolhendo as esperas na conjuntura,
Esperar nas estações os nossos destinos por sonhar,
Meiguice acesa, confidências, delírios, lua de usura,
Sobre minha/tua janela na carência do nosso olhar...
 
Eis o tempo de reconstituição desse tempo inquieto
Na delícia e nos prazeres, tempo de Cíntia decidida.
Eis o tempo de ternura, estação de céus e de afeto,
Ao cântico por candeia de uma estrela meio tímida...
 
Pela fresta do coração, o amor espreita e se anuncia
Em vestes primaveris, olor e cobiça por entre ventos
Grassados na distância dos seios, e que não renuncia
Ao cortejo de luzes cinza no azul dos pensamentos...
 
O amor não é proibido, mas, sem toques ou cheiros,
Expira na falência múltipla da distância, vira deserto.
No céu das mãos sobre mãos sem mãos e por inteiro
Corro ao teu olhar, insônia das palavras, dos versos...
 
O Sibarita





6 comentários:

Lúcia Laborda disse...

Siba; ler sua poesia ao som de Perfume de Gardenia... que delícia, viu? Deu pra fechar os olhos e sonhar.
Com certeza Siba,todo amor deve ser vivido também, não só sonhado.
Linda poesia! Paixão, desejos e esperanças...
Boa semana! Beijos

São disse...

Consegue-se reconstituir o tempo?...

Não sei, mas sei que gostei muito do poema!

Feliz semana

Uma aprendiz disse...

Oi, Siba

Tudo bem contigo?
Andei meio jururu, sem vontade de nada. Quando fico assim me somem as palavras.
Visitava os blogs, mas sem comentar.
Hoje estou quase melhor kkkkkkkk (olha o dengo kkk)
Mas, chega de xurumelas vamos ao que interessa.

Parabéns por mais uma bela poesia.
Concordo contigo, o amor não é proibido, porém, como é complicado.
Talvez porque “a grama do vizinho nos pareça sempre mais verde” kkkkkkkkkkkkkk
Confesso que leio seus poemas como se estivesse a vigiar por uma janela indiscreta a felicidade alheia. É quase impossível não sentir uma pontadinha de inveja de suas musas inspiradoras kkkkk
De qualquer forma, é maravilhoso passar por aqui e ser tocada por seus versos.
Obrigada.

beijos

Anajá Schmitz disse...

Linda poesia, o guri aporreado para fazer lindos versos. É, o amor tem que ser vivenciado se não a gente perde o tino e se torna muito frio e sem sentimentos.
Sobre a arraia, imagina se não fiz um muqueca parecida com a que comi pelas bandas da Bahia, mas faltou os preciosos temperos que vi por ai e a deliciosa pimenta.
Tenha uma ótima semana.

Claudinha ੴ disse...

Uau!
Que o seu amor não expire, não desertifique, que seja sempre a estação certa (porque temos que passar por todas). Lindo poema Siba!
Beijo!

Kátia disse...

"O amor é isso, acolhendo as esperas na conjuntura,
Esperar nas estações os nossos destinos por sonhar..."


Huuuummmm é isso é?Tou lenhada!