Caro leitor, esses poemas fiz em 2001/02 no governo FHC quando o Brasil passava por sucessivos APAGÕES. Se querem de volta... Faço a minha parte!
APAGÃO I
Sob o signo dos apagões
unidades e fábricas paradas,
canta-se o réquiem, chora a natureza
com a sua morte anunciada.
Correntes, curtos-circuitos e sobre correntes
tensão, sub-tensão e sobre tensão
potências ativa, reativa e aparente,
é a nação de candeeiro na mão!
Painéis, seccionadoras, relés, disjuntores
redes elétricas de alta e baixa, afloramentos
tc`s, tp’s, trafos elevadores e abaixadores.
Bancos de bateria, retificadores e aterramentos
valha-nos Cristo! Curto-circuito nos investimentos,
afunda-se a geração, ai Deus, faltou tensão!
Paulo Afonso, Tucuruí, Sobradinho, Xingó, Itaipu
Entre rios e Lagos, hidroelétricas inertes,
fazem-se paralelos: sistemas anelados,
cargas acima da capacidade, SOS!
Não há geração, pinta o apagão!
Culpa-se a chuva pela limitação,
nasce João José Brasil de fifó na mão!
O Sibarita
A P A G Ã O II
Lá vem a escola de samba unidos da escuridão
Desfila sob o signo do apagão na luz de candeeiros.
No porta estandarte: o povo sufocado e o apagão
No enredo: sistema elétrico limitado, Brasil sucateado
Tio Sam cheio de verdinhas mostra os dentes e toca pandeiro
Josés e Marias esfarrapados requebram na ala dos ludibriados.
A Aneel preocupada manda a conta dolarizada,
As distribuidoras entregues aos estrangeiros
Tem Tio Sam solidário morrendo as gargalhadas
E ao final do mês surrupiando o nosso dinheiro
Enchem as burras na miséria do povo brasileiro.
Abrem-se as cortinas, um grande teatro,
Na escuridão das coxias o povo de palhaço
Procura o lume no primeiro ato!
Fecham-se as cortinas,
Acendem-se as velas é o apagão,
E a nação moribunda pede a extrema-unção!
Curujebós colocam ebós nas encruzilhadas
Ogans repicam os atabaques nos terreiros,
Os Orixás pedem a luz do candeeiro
Zé povim atochado clama aos Santos Guerreiros
O Sibarita
4 comentários:
Esse baiano faz poema até para apagão, que talento, hein?
Já decidi, Siba: você vai ser meu candidato a presidente nas eleições, rsrs.
Te adoro, meu amigo, meu guru, meu doce poeta!!!Bjssss
Oi, Siba
GANHAMOSSSSSSSSSSSSSS
O POVO foi às urnas.
beijos
Esses seus poemas me fizeram lembrar um apagão acontecido aqui há muitos anos atrás e deixou metade de Portugal sem luz , dada a pequena dimensão do seu território continental.
A explicação foi perfeitamente ridícula: uma cegonha embatera num poste de alta tensão, imagine-se , rrrsssss
Abraço grande
É... Siba! Também vejo que a escuridão, os apagões estão de volta! Muito bem escritos estes seus. Nada a ver com a aspereza do que está por vir...
Um beijo!
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