domingo, janeiro 04, 2015

ESTAÇÃO III

Estação

Explodiu a luz na vertigem do infinito brilho,
O novo ano te anunciou pelos céus aos vãos
Com tuas vestes alvas em procissão de estilo,
Lumes do estio na alegoria da nova estação...

É, veio encharcada de azul nos pensamentos.
Sacudindo novos horizontes e no teu enredo,
Estas brisas no mar de Jauá por entre ventos
Secos transpirando as vontades, os desejos...

Mas, sabe amor? Resto de solidão anda lá fora
Bate à porta e basta surgir os dias no teu olhar.
Tropeça o desassossego pelas bandas da aurora
Aqui no agora, ganha a essência e flutua o luar...

Nas luzes infinitas dançando sobre essas areias,
Brisa mar soprando ao tempo em finas esporas.
Contra os meus espelhos a tua silhueta de sereia
Em delíquio desejoso no fio amolado das horas...

Que traz no cais do meu peito o íntimo da espera
Assim, para dentro dos meus dias tu toda inteira.
Do pouco que sei entender, é em ti, que se revela
Essas longas noites que te faz de mito, de estrela...

E amolas as tuas adagas contra o amor desespero,
Gritos abafados dos silêncios ludibriados pelo frio
Das noites sem auroras, sem essência dos ensejos,
Eu morro nos teus beijos caídos de bruços, vazios...


O Sibarita

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10 comentários:

Bandys disse...

Oi Siba,

Mas morreu assim foi??? Nos beijos caídos de bruços e vazios....??

É fio sei não. Por isso que mudei tudo por la naquele esconderijo. Pra num morrer assim não. kkkkkkkkk

E aí tu gostou?? Branco e azul.

beijos

Lúcia Laborda disse...

Siba que lindo poema! Que bom chegar aqui! Estava com saudade...
Boa semana! Beijos

Uma aprendiz disse...

Oi, Siba

Pelo visto, 2015 promete.

Este primeiro poema do ano veio cheio de saudades (este tipo de saudade eterna) e desejos futuros.

Tomara que eles se concretizem.

Oxalá cada um encontrasse seu cada um e se desse por satisfeito.

Mas, como os poetas não se incluem entre os "cada um".... com certeza lerei outros versos assim.

Dois mil e quinze beijos pra vc e os seus

Paula Barros disse...

Cadê o livro?
Tantos poemas, sonetos, muitas belezas.
O amor sempre presente.
abraço

Vanuza Pantaleão disse...

E eu que aqui estou, mortinha de tanta saudade e pedindo-te que me perdoe pela ausência desse sagrado espaço dos Orixás?
Tudo muito travado e difícil nesse final de ano, Siba.
Mas agora, agora sim, tudo se desamarrou e me debruço sobre mais um poema embalado pela paixão vermelha do teu coração.
2015 ainda nasce e ainda estamos em tempo de comemorações. Comemoremos!
Beijos carinhosos, querido amigo!!!

São disse...

Há sempre um resto de solidão...

Meu bem, abraço com estima :)

Lu Nogfer disse...

E aí moço poeta? Tudo a mil maravilhas?

Nossa que intenso! Adoro esse teu jeito escandaloso de versar, sabia!?
Bom demais te ler!

Beijo meu.


Shirley Brunelli disse...

Mais um belo poema, querido amigo.
Pois é, o tempo passa e lá vamos nós, nos equilibrando "no fio amolado das horas".
Um abraço de luz, Sibarita!

vieira calado disse...

De qualquer maneira, eu direi que há mortes bem menos agradáveis!...

Um forte abraço!

Lu Nogfer disse...

Oiiii! Cadê você, hein seu menino!
Vicia a gente com intensos e saborosos versos e depois some??? Isso não vale!rsrs

Saudades, doce poeta!