domingo, fevereiro 05, 2012

NOTURNO II



Noturno II

A noite é de puro breu,
Nenhuma penumbra deixará cicatrizes.
Se o silêncio do luar é todo meu,
O entardecer eu sei, mas, uma luz
Mesmo no cinza-inverno do caminho
Virá trazendo a estação primaveril.

Meu coração de aço polido é clausura
Preso as tuas teias distantes, fúteis...
Dentro do peito a nudez do sentimento
Nele, o desejo ardente destes amores inúteis
Sangrando aos borbotões na aridez do silêncio...

Amor, no então, manda-me aqueles sinais,
Quero quebrar o espelho desta penumbra.
Não há desespero, porém, quero os teus ais...
Os versos e as rimas nasceram do enigma,
O oculto pranto que em si não se esvai...

Paixão, venha ver o nosso jardim
As acácias, as rosas e as amapolas
Floresceram pelo tempo e meu desejo,
Mas, os espinhos, o aroma e a dor
Foram semeados do teu rochedo,
Coisa de coração que nunca amou...

A ti ofereço o canto noturno deste poema
Escrito na beira de qualquer poça de lua
Sob um vago e peregrino céu azul casto
Refletindo tua alma e tua face seminua
Até que o inverno afogue os teus rastros.

O Sibarita

7 comentários:

Claudinha ੴ disse...

Olá Amigo!
Que lindo este luar em noite escura,mas a imagem de qualquer poça de lua me encantou. Eu que procuro escrever e cantar em clave de lua, fiquei encantada! Um beijo!

Bandys disse...

Mel Deus , e é preciso ler duas ou três vezes como se quisesse que essas palavras entrassem na alma e por la ficassem.

E é la na tua alma que meu corpo canta, que meus ouvidos param pra te escutar, que minhas mãos desenham teus desejos mais bonitos.
É la na tua alma que te absolvo de qualquer crime.
Vim trazer teu sol "bandydo", pra amanhecer com vc. Porque a noite vai passar.

Costure não meu nome viu? Faça poema que é melhor poeta.

Seus ppoemas são de arrepiar.

Beijos

Lúcia Laborda disse...

Oie Siba;

Esse é um luar sem lua,
cheio de encantos e sedução;
um poema, um canto noturno
sublimando um enorme tesão.

As vezes Siba, vendamos os olhos e tapamos os ouvidos diante dos obstáculos e deixamos de perceber os sinais.

Lindo apesar do tom nostálgico!

Boa semana! Beijos

Paula Barros disse...

Me perco observando a escrita. A construção da poesia.

ô fio, se oferece o canto noturno, eu escuto, eu aprecio, e fico agradecida.kkkk

beijo

Anônimo disse...

Siba!!!
No tempo, todos os impasses se resolvem.
As vezes no fundo do abismo é que conseguimos ver as estrelas.
Pelas letras consagrado és...
Amante das palavras,um poeta diferente, que do simbolismo muito tem.
Levando sempre a bandeira do lirismo.
O escrito clássico em suas poesias manténs, por isso te admiro como poeta.
Que mestre jesus esteja sempre em seus caminhos.
Que os anjos estejam sempre ao teu redor.
Muita paz, luz e amor.
Beijos no seu coração sonhador.
Regina Coeli.

Paula Barros disse...

Entro aqui no blog e deixo ele minimizado, e fico escutando as músicas. Aprendi, me acostumei, a trabalhar assim. O dia passa melhor.

bom dia para você, beijo

Uma aprendiz disse...

Siba

Roberto continua cantando ao fundo enquanto leio seu poema.

Ele diz "Eu já não posso mais olhar nosso jardim, lá não existem flores, tudo morreu pra mim...."

Caramba, você quer me matar?
Um poema tão lindo, cheio de confissões de sentimentos contraditórios de paixão e negação, e esse Roberto meloso cantando no meu ouvido.

Neste momento só posso parabenizar esse encontro de dois poetas dignos de aplausos: você e ele. Roberto bem que poderia cantar os seus versos, eu ouviria com prazer.

beijos