terça-feira, maio 29, 2012

ALPHA e ÔMEGA

Alpha e Ômega

Pela fome e pela sede, tu que és e não és
Lua de pedra, lua difusa que funde planos,
Despedaça as auroras no extremo do viés,
Qual treva te evocou? Gemidos, cifrando...

Por céus de bronze o teu cupido das coxias
Artifício teatral escrito em temporais induz,
Sangra nos bastidores, tablado das agonias,
Já, meu bem, o nosso amor acabou na cruz...

As palavras, as coisas são belas ao teu olhar,
Sutis queixas ocultas, confidências ao ritmo
De alpha e ômega no infindável dos íntimos...

Fragmentos de cristais lisos e crespos do amor,
Pelo chão os estilhaços, aí a tua essência brilha,
Saio, pulo dos cacos, onde, o teu coração sibila...

O Sibarita

segunda-feira, maio 21, 2012

ABSTRATA (YIN e YANG)

Abstrata (Yin e Yang)

À noite, uma madona ditosa toda embiocada,
Vestida dos luares vai pisando o firmamento.
E comigo a eternal graça da moça amasiada
No meu leito é a estrela do meu pensamento...

Abstrata e longe a achei no espaço germinado
Do teu centro de luzes contrárias aos oráculos.
Tarôs na mesa e a energia positiva dissipando,
Espelho mágico, previsões, I-Ching, o báculo...

Círculo aberto, o poder magnético das noites,
No olhar dela uma lamparina de temor impele
A manopla dos dias sobre teus sonhos, açoite,
Vontades das cartas, a alquimia da tua pele...

Saga sublime do mapa astral que ora te flecha
E o palor das tuas estrelas, oculta força, ensaco.
Se não respondes, dizes que respondes, avexa
A aridez e esse amor se torna um balacobaco...

Mas, lendo Confúcio no seu livro das mutações,
O oráculo na maleabilidade do amor é pretenso,
Interação de duas energias na força do coração.
Minha Yin, agora, o seu Yang é todinho silêncio...

Aimôpai! Lenhou foi tudo agora! kkkk

O Sibarita

quinta-feira, maio 17, 2012

RAMALHETE

Ramalhete

Ô buquê da noite, ninguém sente, ninguém te olha,
Flor emurchece em jarro do Paraguai, sem aroma!
Em um canto qualquer ao léu a madrugada desola
Gigolôs, vampiros do crepúsculo te fazem sombra...

No jogo de desejos, bom barato, o teu fogo é derramas,
Fogo redondo, afogueados passos que a noite promete.
Toda carne que se oferece, o desnudo adjudica na cama
E desfolha o teu corpo de entregas no sussurro falsete...

Piriguetinha sem pudor, bom de papo, toda gostosa,
Bota salto 25, vestido colante, aguçado, bem sensual.
Olhar matador, instigante e mamas peras, deliciosas,
Andar buliçoso, calcinha chama-gato, ai! Miiaaauuu...

Lábios carnudos, boca boquete e garganta profunda,
Corpo mata painho, mata mizeravona! Todinha usura,
Indomável na cama, mar de manhas, a cobiça inunda,
O sexo explode, arquejam deuses nas tuas funduras...

Moça, quem dispara o olhar em tua direção voa dentro,
Diante ao teu seio todas as coisas se movem no lascivo,
Que oras faz chamas, que oras te rasga, sopra o vento,
E já, mainha, já me parece que nas tuas mãos expiro...

O Sibarita

segunda-feira, maio 14, 2012

BRENHA


Brenha
 
Um sol retado, suspenso, pirigueto, irado e arisco,
Nu e em rondas nos céus sem véus do meu sonhar
Acende o horizonte, todos os desejos jorrados, atiço
O frescor das aragens nas seduções do teu olhar...

Digo-te desta longínqua brisa soprando no teu leito
Qual cândida flor em flor enflorando o mar de rosas.
Em tuas faces as rosadas auroras dum céu benfazejo,
Réstia de luz no teu corpo, vontades sempre viçosas...
 
Discreta formosa, andas nas aspirações e nos suspiros,
Germinando as lembranças, padeço dos pensamentos,
Onde, habitas nas constâncias e te faço o meu alento...

Para gozar-te os céus completos, auge dos orgasmos,
Ouro da bonança em entregas, libido das intimidades,
Brenha e volúpia, relíquias guardadas a sete chaves...

O Sibarita

domingo, maio 13, 2012

BahêÊÊÊAAA, MINHA PORRA!!

DA-LHE BAHIA!

ÊTA BAHIA PORRETA MAIS UMA VEZ CAMPEÃO BAIANO DE FUTEBOL PELA 44ª!

UM CLUBE JOVEM FUNDADO EM 1° DE JANEIRO DE 1931, NASCEU PARA VENCER!

BAHIA, A MAIOR TORCIDA DO NORTE E NORDESTE E A TERCEIRA DO BRASIL, ATRÁS APENAS DO FLAMENTO E CORINTHIANS.

Falcão o técnico campeã, já abaianado, ô beleza!

PRIMEIRO CAMPEÃO BRASILEIRO EM CIMA DO SANTOS COM PELÉ E CIA, BI CAMPEÃO BRASILEIRO E O PRIMEIRO REPRESENTANTE BRASILEIRO DA COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA E UM DOS PRIMEIROS CLUBE BRASILEIRO A EXCURSIONAR PELO VELHO MUNDO GANHANDO DE REAL MADRID, BARCELONA, PORTO, PSV DA HOLANDA, ROMA E POR AI VAI...

MELHOR TORCIDA BRASILEIRA DITA POR TODOS ORGÃOS DE IMPRENSA DO BRASIL, ONDE, O BAHIA VAI TEM TORCIDA PRESENTE!


sábado, maio 12, 2012

MARIA MÃE

Maria Mãe

Dedicada a todas as Mães!

Chama por Deus, em clamor, lágrimas no rosto
É, corta o vento das noites sacudindo o relento
Acorda Maria caminhando de um lado ao outro,
Olha para o céu num azul às avessas, cinzento

Moradora de rua, os filhos em caixa de papelão
O seu dia já nasce tão banguelo, pedindo pinico
Negra, mãe do mundo, basta ouvir o seu coração
Mas, ninguém lhe olha, ninguém vê esse abismo...

É mais um dia sudário, na cruz, Jesus sangra.
Penetra a fome no fundo, é uma faca azulada
Sem cabo, sem lâmina, sem dó, arma branca
Adentra dilacerando, auroras esquartejadas...

Assim, ronca a fome na palidez dos pratos vazios
Maria, mira os restos de lixos em manhãs ditosas
Dos afortunados nos espelhos espatifados e frios
Mal dos dias, ranger de dentes, miséria exposta...

Ó meu Deus! Mãe de fibra, guerreira sem saber
Do seu dia, maio, mês de Maria a pura essência
É seu dia também. Um presente, uma flor, cadê?
Lembro de você nesta data, estranha ausência...

FELIZ DIA DAS MÃES!

O Sibarita

sábado, maio 05, 2012

PICADEIRO (O CIRCO)


Picadeiro (O Circo)

- Hoje tem espetáculo? –Tem sim Senhor!

Senhoras e Senhores gargalhem na emoção!
O grande circo apresenta: o coração agonia.
Luzindo no hilário picadeiro da compaixão
Declama os versos na luz do amor à revelia.


Amada, ascendo ao picadeiro na força da paixão
Desta noite de redime em que zombo do trapézio.
Eu assomo entre as sombras do palhaço coração,
Por ti, cego de amor, dou cabriola no teu mistério.


Cá estou na selva erma da tua alma peregrina,
Sabes, penso em ti, quando teus olhos cediços
Espelham o luar no negrume da paixão ferina
Imersos nos risos desta plateia sob o teu feitiço...

Ai! Esculpindo a aurora deixo escapar as horas fugidias
Eu, o palhaço, meus olhos nos teus olhos, teu olhar finge!
Nos apupos desta plateia eu pinto o sete e na tua arrelia,
Deste circo, agora, o teu amor é facho que se extingue...

No estalar dos risos a lua desce em sulcos nesta lona rota
Sob a caricatura da liberdade que teu seio é navio negreiro,
Tendo meu coração acorrentado aos ferros. No tinir da gusa,
Escravo, faço graça aos astros embuçados do teu picadeiro...

Empalideço, tremo e me perco no teu peito de malabarista
De mãos frias no cristal macio. Então, desabo no azedume
Nesta lua retraída reinando na sombra da noite equilibrista
E, em mim, este tempo de palhaço, murmúrios e queixumes.

Senhoras e Senhores! Gargalhem e bradem comigo:

“O raio do sol suspende a lua
olha o palhaço no meio da rua”

Zé Corró

quarta-feira, maio 02, 2012

PRIMEIRO, MAIO.

Primeiro, Maio

À Dona Dulce, (Em memória) é nosso aniversário!

À minha mãe que chegaria aos oitenta e sete neste primeiro
Envio-te vibrações por aquelas estrelas que brilham no céu.
Ao espírito de luz que em ti contém: O meu amor verdadeiro
Em lágrimas de saudade caindo -uma a uma- no mar de Jauá...

Ao meu pai o Sr. Anísio que este ano não está entre nós
Celebrando. Lembra-se? Envio-te orações daqui de Jauá
E sigo o teu sol, princípio do bem. Ainda, ouço a tua voz,
Saudoso, lembro teu riso. Aqui agora, gotas no meu olhar...

Ó Deus! É meu aniversário, rapidinho, eu me renovo.
Bondade e lucidez, fé intensa, absoluta. Ah, perdura
O mês de Maria e de alegria em que do tempo inovo
Nos amanheceres dos aniversários da velhice futura...

Faço aqui as minhas vontades deste maio, primeiro!
É sim, encontro-me em pleno vigor físico e intelectual,
Meu Deus, obrigado! Nesses anos de tantos janeiros
Continuo o mesmo homem simples, vulgar e especial...

Na densidade, o meu íntimo substrato é a claridade
Nutrida pela luz interior acesa ou no tudo habitado
Sempre se perfazendo resoluto no charme da idade
Do amor à vida, dos sonhos num céu azul, cifrado...

Signo de touro: desfilam fontes, jardins no meu olhar
Florescendo, regando o racional que a mente conduz
Nos afrescos românticos do tempo na tela do sonhar
Que se revigora num sol amaranto e aí a própria luz...

Jorrando, adentrando na silhueta curvada das estações
Ao tempo da idade, então, crê e acreditar a vida ensina.
A fé, a caridade, a bondade e o perdão, sinos do coração,
Respiro, assim, a Doutrina Espírita por inspiração Divina...

Procuro arfando os velhos tempos nesse dia de aclamas,
Conviver, criar a síntese futura dos sessenta sob os céus.
É começar, agora, no sumo dos versos, da vida, da chama,
O viver na inflexão das auroras e crepúsculos sem véus...

Auroras/crepúsculos espelham sol e lua nos francos
Com o tempo correndo voraz, seguindo no seu tropel
Nesse gira mundo sem fim a verter aprumos e prantos,
Espectro da vida percorrendo. Ó diversão doida e cruel.

Tão menos que a silhueta. O tempo é carrossel, avaria,
Mostruário de poentes cinzas e laivos, se torna insano.
É sombra e luz na imagem branda e esquiva dos dias
No olhar de olhos vítreos na esquina dos meus anos...

E comigo: os meus filhos, amigos (as) e os meus irmãos,
As moças, as sereias do mar, da terra e as sereias do céu.
E comigo: o mar de Juá, a lua e a musa em um só coração
Nas fragrâncias e nos desejos dos corpos largados ao léu...

Aos blogueiros(as), na minha cabeça faz sereno
Ai é que eu saio! Coloco os meus pára-raios.
Olhando o azul, observo o horizonte baço, aceno
E de braços abertos, corro, caio na gandaia, esvaio...

O Sibarita