
Retorno a mim, hoje, agora.
Vou me ser, outra vez,
nesse último sol
que se apaga lá fora
no cinza poente do teu olhar
o teu oceano de navegação
em qualquer mar morto
que afogue meu coração.
E contigo todas as sereias
dos oceanos e dos céus,
todas as ondas, os ventos e os arrecifes
todas as musas e as deusas sem véus
Febe, Calíope, Briseida e Afrodite.
Não direi das ondas fortes
em cascos de veleiros...
Ah, sobre os teus seios
de deusa também um deuse
em cardumes de desejos.
Ai! Todas essas fêmeas,
todas essas musas, bendigo!
Oh deusa, eu vou à volúpia
de uma noite contigo.
O azul e a noite, a lua e tu,
as deusas e as sereias.
Comigo o mar de ti
num leito de rosas
em lençóis de jasmim
ao ritmo do teu corpo
entre a cintura e o teu quadril
mais a manta de aromas
do meu corpo viril
em monte de pétalas desfeito...
A cada arco das tuas curvas
moldaremos à forma o meu corpo.
Tua pele aprenderá da minha
o aroma e maciez e desejos.
Em cada palmo da tua pele estou
em cada poro do meu corpo estás.
Aprenderás, ainda, que a noite
dos que dormem a aurora acordam
sobre os seios das deusas...
Vem dormir comigo e contigo
todas as deusas e sereias
todas as ninfas e musas.
Ai deusa, este poema
é como um punhal
pelo punho brota flores...
E quem quiser ver-me
que me procure nos teus olhos.
Valha-me Deus! Oh, deusa
cravei o tritão de Poseidon na lua
e as velas de tua nau serão escassas
para enxugar-te as lágrimas...
E nunca mais:
a melodia de um reggae
dos hinos do Bob Marley
aos teus ouvidos cegos...
O Sibarita