Narciso, o espelho e a alma
Há óleos e breus nas noites que viveis...
Insólitos eclipses de luzes transpostas
que impregnam a face revelada. Além de vós,
a claridade é enviesada, a visão é oposta...
O tempo, a tempestade... Flores mortas!
Que te refaçam o jardim e as flores...
Tuas estações são grãos enevoados. No
ventre há um silêncio na borda do vento
o eco e o uivo se esvaem... Foge o tempo!
Êxtases infinitos expostos em corredias
que fertilizam, transluzem... Espelhos!
Na construção dessas horas, desnudam
cristalizando labirintos derradeiros...
Mil e um reflexos que se afundam.
Narciso turva a alma em desespero!
É o Saara em tempestade, aniquilada.
Ali, a alma faz o próprio funeral... Esfinge!
No horizonte há um brilho de esmeraldas
morrentes no tosco espelho da alma nascente.
Nela, se vê o azougue de estrelas. Há céu
e um crepúsculo nos charcos de bronzes,
são breus e véus em gotas de luzes veladas.
No cinza-frio uma alma penada deflete
reluzente das trevas em luas sazonadas!
Ao longe, inflectindo no horizonte
O brilho silente de um sol por inteiro
Incandescendo os ventos semeados.
Narciso! Fechai os olhos diante do espelho.
O Sibarita
Há óleos e breus nas noites que viveis...
Insólitos eclipses de luzes transpostas
que impregnam a face revelada. Além de vós,
a claridade é enviesada, a visão é oposta...
O tempo, a tempestade... Flores mortas!
Que te refaçam o jardim e as flores...
Tuas estações são grãos enevoados. No
ventre há um silêncio na borda do vento
o eco e o uivo se esvaem... Foge o tempo!
Êxtases infinitos expostos em corredias
que fertilizam, transluzem... Espelhos!
Na construção dessas horas, desnudam
cristalizando labirintos derradeiros...
Mil e um reflexos que se afundam.
Narciso turva a alma em desespero!
É o Saara em tempestade, aniquilada.
Ali, a alma faz o próprio funeral... Esfinge!
No horizonte há um brilho de esmeraldas
morrentes no tosco espelho da alma nascente.
Nela, se vê o azougue de estrelas. Há céu
e um crepúsculo nos charcos de bronzes,
são breus e véus em gotas de luzes veladas.
No cinza-frio uma alma penada deflete
reluzente das trevas em luas sazonadas!
Ao longe, inflectindo no horizonte
O brilho silente de um sol por inteiro
Incandescendo os ventos semeados.
Narciso! Fechai os olhos diante do espelho.
O Sibarita
17 comentários:
Minha intenção não é ofender ninguém e sei que em muitas coisas sou ignorante. A mitologia celta é um tanto nebulosa em seus conceitos, pois cada estudioso tem uma opinião a respeito.
Os conceitos foram tirados do site publicado junto ao texto.
Nem tudo é 100% verdadeiro e a minha intenção é não a de mostrar a verdade, mas de postar assuntos que possam ser discutidos. Nesse caso fico superfeliz com seu comentário, pois me fez aprender coisas que ignorava e uma leitura foi-me indicada para tal. Obrigada por me esclarecer pontos nebulosos de meu conhecimento.
Beijos de fada.
Tens uma escrita bonita, Sibarita...
Acho que um Narciso nunca fecha os olhos diante de um espelho....
Bom domingo
Beijo
(Vou até aí, sim, daqui a uns dias....)
"o eco e o uivo se esvaem..." Se esvai também toda a vaidade e o espelho que antes era símbolo de perfeição, se torna fosco e sem vida.
Ps.: não fiquei chateada com seu comentário, só quis esclarecer minha ignorância.
Beijos de fada.
Oi!!
Estou passando para desejar uma semana muito especial ..tão especial quanto vc e o que escreve!!
Grande beijo,
Cris
Engraçado como tudo fica bem por aqui... Sejam festas de São João, poesias de amor... Ou o abstrato real!
Beijos, fica bem.
Andei fugido da blogosfera por questões que não interessa, mas volto com agrado, pelo imenso apreço e valia deste blogue. Para mim um prazer visitá-lo.
Passei por aqui e no meu rastro deixo um desejo e um beijo... boa semana.
Só mesmo o brilho do sol e esmeraldas, reflectido no espelho, faz com que Narciso feche os olhos.
"...são breus e véus em gotas de luzes veladas."
Querido Sibarita...
Triste sina a de Narciso...
Que nunca o deslumbramento nos faça cair em nosso próprio espelho de água...
Beijos...
"O brilho silente de um sol por inteiroIncandescendo os ventos semeados. Narciso! Fechai os olhos diante do espelho" os meus andam muito arregaldos ultimamente! kkkk
E aí, Siba! Tudo bem?
abração!
Olá, Sibarita...
No Detalhes há um mimo para ti...
Beijos...
O fundo musical me distraiu do texto. Foi preciso reler tudo. Concordo com quem disse que nada faria Narciso desviar os olhos do espelho, ou deixaria de ser Narciso. Mas a invenção poética tudo permite, não?
Os teus textos têm qualidade poética, têm mensagem, conteúdo.
Li e reli. A reter para que não cultivemos o nosso "narcisismo" jamais.
Um abraço, continuação de excelente semana
Mel
www.noitedemel.blogs.sapo.pt
www.maresiademel.blogs.sapo.pt
ღღ OLÁ! ღღ
*.*´¨) ღღ
ღღ ¸..´¸..*´¨)*´¨)
¸.•´¸.•*´¨) ღ ¸.•*¨)
(¸.•´ ღღ (¸.•` ღღ Bom fim de Semana* ღღ
¸.•*¨)
(¸.•´ ღ (¸.•*´¨¨*Beijos*´¨¨*•.¸ღ .•*¨)
(¸.•´
•.¸.♥`“•.¸♥≈Nღdir≈♥ ¸.•“´♥.¸.•
Olá Sibarita,
Não pude deixar de ler este teu outro poema, tamanha a beleza dos teus versos...um chamamento, que não nos faz querer sair deste teu espaço.
"são breus e véus em gotas de luzes veladas"
Tua escrita é forte e intensa, suave e terna...feito a beleza do Narciso.
Belo!Belo!
Beijo terno,
Cumpadi,
É ruim de Narciso fechar os olhos, hein?
Beijão, querido
Entrei aqui por acaso, mas fiquei um tempo enorme embevecido pelos poemas. São excelentes!
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